O investimento no campo não tem impacto apenas na vida dos trabalhadores rurais e em suas atividades. Cada real aportado no agronegócio também se reflete em desdobramentos positivos para a economia do país.
O Banco do Nordeste acompanha de perto esse impacto, gerando dados técnicos para avaliar o desenvolvimento do setor. O Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste (Etene) analisa os efeitos do crédito na geração de emprego, na renda e na arrecadação tributária para o Brasil.
De acordo com estudo do órgão, o último Plano Safra se refletiu em geração ou manutenção de 989 mil empregos, aumento de R$ 4,2 bilhões na massa salarial e incremento de R$ 1,8 bilhão na arrecadação tributária, de R$ 26,7 bilhões no valor bruto da produção e de R$ 15,7 bilhões no valor adicionado à economia do país.
Na área de atuação do Banco do Nordeste, estima-se que o investimento resultará na formação e na manutenção de mais de 1,2 milhão de empregos diretos e indiretos, aumentando a massa salarial em R$ 5,4 bilhões.
"As aplicações do Banco do Nordeste contribuem para o avanço na sustentabilidade do setor, refletindo em formação e manutenção de empregos, geração de renda e arrecadação tributária no Nordeste e no país", diz Hellen Saraiva Leão, pesquisadora do Etene.
Sustentabilidade
Uma das estratégias do Governo Federal no Plano Safra 2023/2024 é incentivar a adoção de práticas sustentáveis. Os produtores poderão usufruir de benefícios relacionados à sustentabilidade, como linhas de crédito com condições especiais para investimentos em eficiência energética, uso racional de água, recuperação de áreas degradadas e implementação de sistemas agroflorestais, entre outras ações.
Um dos exemplos é o Pronaf Agroecologia, operacionalizado pelo BNB, que financia sistemas de base agroecológica ou orgânica com prazo de pagamento em até 10 anos.
"Os R$ 20 bilhões disponibilizados ao Banco do Nordeste pelo Governo Federal para aplicação na agricultura familiar e empresarial não só incentivam a produção agrícola, mas também promovem práticas sustentáveis, resultando em uma produção mais amigável ao meio ambiente", diz Paulo Câmara, presidente do BNB.
O executivo ressalta que o banco também investe na pesquisa, na difusão e na utilização de tecnologias para aumentar produtividade e eficiência, além de auxiliar na convivência com a seca e no combate à desertificação.
Um exemplo do resultado dessa estratégia é a Santa Colomba Agropecuária, na Bahia, com 130 mil hectares para o plantio de grãos, algodão e cacau.
A fazenda utiliza softwares de controle integrados com a Agência Nacional de Águas (ANA), que permitem simular o nível de água e de energia elétrica aplicados nas plantações e nos processos de agroindústria.
O sistema gera dados que também abastecem a ANA. De acordo com a empresa, a tecnologia permite, de modo automático, acionar ou desligar o sistema e fiscalizar a vazão bombeada em cada estação dos rios e dos poços artesianos. Desse modo, garante a sustentabilidade e a vazão ecológica adequada.
"Sem o BNB, não conseguiríamos avançar de maneira tão acelerada e com investimentos tão impactantes em toda infraestrutura", diz o sócio e CEO da Santa Colomba, Miguel Prado.