"É da natureza da indústria brasileira ser sustentável", diz Marcelo Thomé

Diretor do Instituto Amazônia+21, afirma que o uso racional de insumos aumenta a competitividade e o acesso a investimentos

Marcelo Thomé, presidente da Fiero (Federação das Indústrias do Estado de Rondônia) e diretor-executivo do Instituto Amazônia+21, considera que há uma conexão direta entre hábitos do consumidor, conservação do bioma amazônico e práticas empresariais no Brasil – e todos convergem para o bem ambiental comum.

“É da natureza da indústria brasileira ser sustentável, não apenas por uma questão econômica, mas por ganho de consciência”, afirmou Thomé, que foi um dos participantes do seminário “Meio Ambiente, Desenvolvimento Sustentável e Negociações Internacionais”, promovido pela Folha e pela CNI (Confederação Nacional da Indústria).

CNI
Marcelo Thomé, diretor do Instituto Amazônia+21 - Reprodução

Thomé avaliou que mudanças do comportamento do consumidor exigem que “o empresário também mude a sua cultura e sua forma de produzir”. E essa se torna uma demanda também na ponta do financiamento à produção, que “cada vez mais sinaliza destinar seus recursos a empreendimentos sustentáveis”.

“É necessário que as empresas se adequem a essas questões que se traduzem na sigla ESG (em inglês, governança ambiental, social e corporativa) para que possamos continuar ganhando competitividade e acessando melhores condições de crédito e os melhores mercados”, disse.

Para o dirigente, as indústrias da região amazônica têm feito a sua parte. “Existem diversos empreendimentos na Amazônia, nos nove estados que a compõem, que são absolutamente sustentáveis, que produzem de maneira sustentável, que preservam uma área no entorno do empreendimento infinitamente maior do que a área impactada por ele”, afirmou.

“Queremos mostrar ao mundo e ao Brasil as boas iniciativas que existem em toda a região amazônica, seja por concessão de floresta para manejo sustentável, operações no setor hidrelétrico, operações minerais e de outros setores”, acrescentou.

O diretor do Instituto Amazônia+21 mencionou ainda dois projetos locais para a transição para a economia de baixo carbono: “Um na área de transição energética, com a produção de biogás a partir de substratos das indústrias da Amazônia, e a partir de resíduos sólidos urbanos, transformando esse passivo ambiental em ativo energético; e um projeto que faz a integração lavoura-pecuária-floresta com foco na recuperação de áreas degradadas”.

Para Thomé, a conservação ambiental passa pelos negócios com sustentabilidade. “À medida que possamos fomentar negócios sustentáveis na Amazônia, atingiremos o objetivo de conservação do bioma amazônico, porque é da natureza da atividade empresarial a sustentabilidade, haja vista o uso racional dos insumos e do processo produtivo para que tenhamos competitividade.”