"Empresas brasileiras são um símbolo para o país", diz Kátia Abreu

Senadora afirma que o Brasil não pode se resumir à ideia do presidente e que temos um exército de brasileiros compromissados com o ambiente

O Brasil está no caminho certo para a produção sustentável. Essa foi a avaliação da senadora Kátia Abreu (PP-TO), presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, no seminário “Meio Ambiente, Desenvolvimento Sustentável e Negociações Internacionais”.

Segundo a senadora, “o Brasil não pode se resumir apenas à ideia do presidente [Jair] Bolsonaro”, no que diz respeito às questões ambientais. “Às vezes, vejo um excesso de carga em cima do que ele diz em detrimento da realidade que praticamos. Temos um exército de brasileiros que têm compromisso com o meio ambiente.”

Senadora Kátia Abreu (PP-TO), presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado
Senadora Kátia Abreu, presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado - Antonio Molina/Folhapress

Entre os que estão à frente em prol da sustentabilidade, a parlamentar citou grandes indústrias – como Gerdau e CSN –, que têm procurado “soluções tecnológicas para minimizar as emissões e melhorar o compliance na área ambiental”. “Recebi a visita do presidente da Shell Brasil, e um dos temas que discutimos foi justamente esse.”

Para a senadora, as empresas brasileiras são “um símbolo a ser copiado”. Ela mencionou ainda que o Brasil já vem se recuperando de alguns percalços ambientais verificados em 2019 e 2020. “Neste ano, já tivemos uma diminuição das queimadas e do desmatamento.”

Para dar continuidade às práticas de combate ao aquecimento global, Kátia Abreu destacou a necessidade de união de forças, aproveitando o fato de “sermos uma nação de sorte espetacular” para seguir nessa empreitada.

“Temos abundância em água e em solo em condições agrícolas, [graças a] uma pesquisa desenvolvida quase do nada. Somos o que somos hoje graças à Embrapa [Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária] e outras universidades em ciências agrárias”, afirmou.

Kátia Abreu lembrou que “a Embrapa ajudou a não precisar desmatar mesmo sem ter a questão ambiental em voga”. “Com pesquisas, conseguimos produzir muito mais no mesmo lugar. Enquanto a produtividade nos EUA cresceu 1,5% ao ano, a produtividade dos grãos da agropecuária brasileira cresceu mais de 3% ao ano.”

Como “gigante na produção de alimentos” e maior exportador do mundo, o Brasil tem a vantagem de não precisar mudar sua matriz energética para cumprir com compromissos internacionais: “Nossa matriz já é verde”.

Para a senadora, o país tem condições de antecipar de 2030 para 2025 a exigência de reduzir à metade as emissões de carbono. “É só acabar com o desmatamento ilegal, e isso a gente faz de um ano para o outro se reestruturarmos os órgãos de controle.”

Kátia Abreu considera isso fundamental para fechar acordos comerciais como o que se pretende entre Mercosul e União Europeia. “Sem eles, não teremos investimentos e importação de tecnologia e bens de capital, nem combate à inflação. O mundo está sedento do Brasil, e os empresários do Brasil estão sedentos para gerar empregos e crescimento.”