Em dez anos, EcoRodovias reduz mortes em estradas em 47%

Queda é consequência de melhora na infraestrutura, atendimento rápido e campanhas de conscientização de motoristas

Rodovia dos Imigrantes, em São Paulo, vista de um drone

Rodovia dos Imigrantes, em São Paulo, vista de um drone Diego Padgurschi/Estudio Folha

Há dez anos, a ONU (Organização das Nações Unidas) determinou que o intervalo entre os anos de 2011 e 2020 seria a Década de Ação pela Segurança no Trânsito. O propósito era estimular, em todo o mundo, a adoção de medidas para salvar vidas no trânsito. No período, a EcoRodovias conseguiu reduzir praticamente à metade o total de vítimas fatais em seis rodovias que administra.

“É um orgulho, é a coroação de um trabalho muito bem-feito. Como administradores e operadores de um bem público, está no nosso DNA a preservação da vida. Mostra que deu resultado o esforço de implantar uma estrutura de qualidade em rodovias modernas, bem sinalizadas, com bons serviços de atendimento aos usuários, seja para sanar uma falha mecânica ou a necessidade de um atendimento pré-hospitalar. Tudo é feito em prol do usuário, para que ele tenha conforto e segurança”, afirma Alberto Luiz Lodi, diretor de concessões federais da EcoRodovias. ​

O número de acidentes (menos 40%) e o de feridos (menos 46%) também caiu, na comparação entre os dez primeiros meses do ano. O levantamento foi feito em seis rodovias em diferentes regiões e estados do Brasil: Eco101 (trecho capixaba da BR-101/RJ/BA), EcoCataratas (BR-277, entre Guarapuava e Foz do Iguaçu), Ecosul (Polo Rodoviário de Pelotas), Ecovia (BR-277/Paraná), Ecopistas (Corredor Ayrton Senna/Carvalho Pinto/SP) e Ecovias (Sistema Anchieta-Imigrantes/SP).

“O programa da ONU era algo desafiador lá no início desta década que estamos encerrando agora”, conta Rui Klein, diretor de concessões estaduais da EcoRodovias. “Mas é com satisfação que vamos iniciar um novo período, agora com um desafio ainda maior, porque temos uma nova realidade como ponto base.”

Segundo os executivos, o ótimo resultado obtido em relação aos índices é consequência de uma política baseada em três pilares:
- o das vias (que possuem uma infraestrutura de última geração, com todos os itens de segurança e boa sinalização);

- o da fiscalização (feita pelos órgãos competentes com o apoio das empresas para aquisição e manutenção de equipamentos, bem como para identificação dos pontos críticos);
- e o dos usuários (por meio de campanhas e ações educativas para que respeitem as leis de trânsito e evitem distrações nos momentos em que estão no comando do veículo).

Entre as rodovias administradas pela EcoRodovias, o tipo de acidente que ocorre com maior frequência são as colisões traseiras.

“É um problema que a sociedade enfrenta, até por causa da evolução tecnológica”, afirma Rui. “Os automóveis hoje são equipados com acessórios que possibilitam ler emails, mensagens, ter acesso a mapas e a canais multimídia. São coisas que oferecem conforto, claro, mas tiram a atenção dos motoristas. Temos um arsenal de tecnologia nas mãos e no carro, mas precisamos saber como e quando utilizá-los.”

A maior letalidade está nos acidentes com atropelamentos. Um grupo que preocupa é o dos motociclistas. “Vem crescendo demais o número de motos nas rodovias”, afirma Alberto. Rui completa: "Há muitas motos de baixa cilindrada. E andar na cidade de São Paulo é uma coisa, na rodovia é outra”.

Alberto reforça a importância de se respeitar as leis de trânsito e as regras de cada rodovia. “O desrespeito às leis é o que mais causa acidentes. É a pessoa estar em excesso de velocidade, não reduzi-la na chuva ou na neblina. Por isso estamos conscientizando os usuários cada vez mais.”

A EcoRodovias criou estruturas de monitoramento e apoio aos motoristas em cada uma das rodovias que administra. É um aparato que ajuda a, por exemplo, identificar que muitos acidentes ocorrem nas proximidades dos centros urbanos.

“Muitas vezes as rodovias viram um terreno para crianças brincarem, tornam-se um caminho para pedestres. Tudo isso pode gerar acidentes graves”, diz Rui.

“As características dos acidentes variam conforme o percurso da via. Trechos rurais têm uma característica. Por isso nós identificamos os pontos críticos, analisamos por que os acidentes ocorreram e implementamos ações para solucionar esses problemas”, afirma Alberto.

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