ENERGIA LIMPA HOJE E NO FUTURO

Líder mundial na transição energética, EDP atua para ser 100% verde até 2030; no Brasil, a geração solar e eólica são prioridades

Complexo solar Pereira Barreto, da EDP Renováveis, é o maior do estado de São Paulo

Complexo solar Pereira Barreto, da EDP Renováveis, é o maior do estado de São Paulo Duvulgação

O mundo precisa zerar as emissões líquidas de gases de efeito estufa até 2050 para limitar o aquecimento global a 1,5oC acima dos níveis pré-industriais, conforme o Acordo de Paris. A meta só será atingida com a transição energética, a mudança de um modelo econômico baseado em combustíveis fósseis para outro sustentado por fontes renováveis. É uma corrida já em andamento e que exige grandes esforços de governos, sociedade civil e empresas.

Ciente do papel fundamental da iniciativa privada, a EDP, líder da transição energética no mundo, presente em 28 mercados, escolheu como estratégia a descarbonização total. Em escala mundial, o grupo quer atingir a neutralidade em carvão até 2025 e tornar-se 100% verde até 2030. O plano de negócios atual prevê investimentos de 24 bilhões de euros, o equivalente a cerca de R$ 132 bilhões, em projetos de transição energética até 2025, que vão resultar em 20 gigawatts adicionais de capacidade instalada de geração renovável.

Segundo o CEO da EDP, Miguel Stilwell D’Andrade, é o momento de investir de forma acelerada e sustentada em fontes de energia limpas. "Reforçar o investimento em renováveis é reforçar fontes de energia mais limpas, confiáveis e baratas", diz.

O Brasil representa a segunda maior operação do grupo. A companhia tem investido no país por meio da EDP Brasil, que atua nos segmentos de geração, transmissão, comercialização e distribuição de energia, e da EDP Renováveis, que desenvolve, constrói, opera e mantém ativos eólicos e solares.

TRANSIÇÃO JUSTA

A transição energética vai provocar mudanças no mundo do trabalho e nas comunidades onde as empresas de energia atuam. A EDP está empenhada em contribuir para que os benefícios sejam usufruídos por todos. "Temos a missão de preservar o planeta, não deixando ninguém para trás. A transição tem de ser justa", destaca Stilwell.

Há preocupação em garantir postos de trabalho e promover o desenvolvimento socioeconômico das comunidades onde a EDP está inserida. Por meio de programas sociais voltados à educação, capacitação de mão de obra, empreendedorismo, promoção e preservação cultural, entre outras iniciativas, o grupo reforça o compromisso que estabeleceu com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU.

NOVA MARCA

Para reforçar o engajamento da EDP no processo de transição energética, o grupo adotou no início de junho de 2022 uma identidade única, em escala global, que reflete a meta de ser 100% verde até 2030. O logotipo é inspirado na circularidade da natureza, do planeta e das diferentes fontes renováveis de energia. O grafismo remete ao Sol e às turbinas eólicas e hídricas.

A nova identidade reflete também o conceito de economia circular, sistema que busca eliminar o desperdício e promover o uso contínuo e seguro dos recursos naturais, e a importância da inovação. Para a EDP, a inovação é essencial para garantir a independência energética e para reduzir o uso de combustíveis fósseis.

FONTES RENOVÁVEIS

Com 2,9 GW de capacidade instalada, sendo 75% renováveis, a EDP Brasil vem investindo na transição energética e na diversificação de seu portfólio. A companhia anunciou para o ciclo 2021-2025 um investimento de R$ 10 bilhões no país, sendo R$ 3 bilhões para geração solar.

A empresa pretende chegar a 2025 com 1 GW de capacidade instalada solar no Brasil, um aumento de 20 vezes em relação aos 50 MWp que a companhia tinha em 2020. Até lá, a ideia é anunciar a construção de duas usinas solares de grande porte no país por ano.

Os projetos de Novo Oriente, em Ilha Solteira (SP), com 321 megawatts, e Monte Verde, no Rio Grande do Norte, com 209 MW, foram anunciados recentemente, em parceria com a EDP Renováveis. Com um coinvestimento em partes iguais, os projetos reforçam como a complementaridade da expertise das empresas tem sido chave para o desenvolvimento de grandes projetos em conjunto. Além da contratação de novos parques utility-scale para clientes em larga escala, a EDP Brasil também tem ampliado sua atuação em solar por meio de projetos de geração distribuída.

Para suportar o crescimento das fontes renováveis na matriz energética brasileira, a ampliação da infraestrutura de transmissão tem sido apontada como fundamental por especialistas do setor e é, também, um dos pilares da estratégia de crescimento da EDP Brasil. A empresa soma 2.616 quilômetros de linhas em seu portfólio, com um investimento de R$ 4,4 bilhões, desde 2017, em obras e projetos de transmissão nos estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo, Minas Gerais, Maranhão, Espírito Santo, Acre e Rondônia.

Líder global em seu ramo de atuação, a EDP Renováveis considera o Brasil um dos mercados mais importantes em seu portfólio devido à grande abundância de recursos renováveis no país. A empresa tem, atualmente, 795 MW de capacidade instalada em operação (591 MW eólicas e 204 MW solares fotovoltaicos), além de 580 MW de usinas eólicas em construção. Até 2023, espera atingir uma capacidade instalada total de 1,5 GW.

Na geração solar, a EDP Renováveis inaugurou no ano passado o complexo solar Pereira Barreto, no interior de São Paulo, o maior em operação no estado, com potência instalada de 252,29 MWp/203,49MWac.

HIDROGÊNIO VERDE

A inovação é outro eixo para se chegar à transição energética. Até dezembro deste ano, a EDP Brasil vai implantar no Ceará, no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP), a primeira usina de hidrogênio verde do estado, onde será produzida também a primeira molécula de hidrogênio verde do país.

Trata-se de um projeto de pesquisa e desenvolvimento, com investimento de R$ 41,9 milhões, que prevê a geração de hidrogênio verde a partir de uma planta de eletrólise, de 1,25 megawatts (MW), que será alimentada por uma usina fotovoltaica de capacidade instalada de 3 MW.

O hidrogênio verde é uma alternativa limpa aos combustíveis fósseis e a realização desse projeto vem possibilitando a geração de conhecimento sobre o tema, considerando a vasta cadeia produtiva e de aplicação desse combustível.