Transmissão é caminho fundamental para energia renovável

EDP investe no segmento, que tem suportado o crescimento das fontes renováveis na matriz e permitido que a eletricidade chegue aos consumidores; aportes chegam a R$ 4,7 bilhões

A produção de energia a partir de fontes renováveis, como eólica e solar, é vital para se alcançar uma economia de baixo carbono e conter o aquecimento global. A meta de zerar as emissões líquidas de gases de efeito estufa até 2050 é preconizada pela ONU (Organização das Nações Unidas) como uma das formas de preservar a vida e o planeta.

Essa energia, no entanto, necessita de um caminho para ser transportada e chegar até os consumidores, sejam residenciais ou empresas. Nesse cenário, o segmento de transmissão tem se revelado fundamental e estratégico para suportar o crescimento das fontes renováveis na matriz energética brasileira, e a EDP está atenta às oportunidades.

A gigante do setor elétrico, que, globalmente, vem buscando liderar a transição energética, tem, no Brasil, os investimentos em infraestrutura de transmissão como um dos pilares de sua estratégia de crescimento, ao lado da geração solar e eólica e da distribuição.

Dos 29 mercados em que o Grupo EDP está presente, o Brasil, o segundo maior, é o único em que a empresa investe em transmissão.

"A expansão da geração distribuída, aliada ao crescimento das fontes renováveis de energia, vai exigir o reforço da malha de transmissão do país. O cenário será estimulado pela queda de custo e pelos benefícios ambientais da transição", diz João Marques da Cruz, presidente da EDP Brasil.

No modelo de geração distribuída, usuários que produzem eletricidade para consumo próprio, por meio de painéis solares, por exemplo, disponibilizam energia para o sistema e podem obter vantagens, como desconto na conta de consumo.

PRIORIDADE

O volume de investimentos que a EDP fará em transmissão no Brasil daqui para a frente vai depender de fatores como a vitória da empresa em leilões de concessão. Mas a expectativa é que ocorram aportes de pelo menos mais R$ 1 bilhão até 2025.

"O segmento de transmissão de energia é fundamental para garantir o desenvolvimento do país, bem como o transporte da energia renovável das regiões geradoras para aquelas que mais demandam", afirma Cruz.

A empresa promete manter um padrão de excelência na execução de obras, com entregas antecipadas frente aos cronogramas regulatórios, e contribuindo para a geração de empregos e o reforço da infraestrutura energética nacional.

Desde 2017, a companhia investiu R$ 4,7 bilhões em projetos de transmissão em Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo, Minas Gerais, Maranhão, Espírito Santo, Acre e Rondônia. São mais de 2,6 mil quilômetros de linhas em operação. Todas as obras até agora foram concluídas antes do prazo.

No último dia 16, a EDP arrematou o Lote 2 no Leilão de Transmissão 02/2022, realizado pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), ao apresentar proposta de receita anual permitida (RAP) de R$ 24,9 milhões para a construção de 188 quilômetros de redes de transmissão que ligarão as cidades de Porto Velho a Abunã, no estado de Rondônia.

Ele terá sinergia com o Lote 1, também em Rondônia, arrematado pela EDP no Leilão 01/2021, que inclui a implantação de 350 quilômetros de redes de transmissão (em licenciamento), além da subestação Tucumã e do seccionamento da Linha de Transmissão Abunã-Rio Branco, já em construção. Os investimentos previstos são de R$ 483 milhões e devem ser gerados 846 empregos.

Entre as entregas ocorridas, destaque para o Lote 18 do Leilão da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) 005/2016, localizado entre São Paulo e Minas Gerais. O empreendimento é composto por duas linhas de transmissão com mais de 1,5 mil torres, num total de 740 quilômetros de extensão, passando por 30 municípios.

O lote interliga as subestações de Estreito (MG) e Cachoeira Paulista (SP) e demandou R$ 1,44 bilhão em investimentos. As obras geraram 4.000 empregos e foram as maiores já realizadas pela companhia na área de transmissão.

É nas subestações que a energia transportada em alta tensão nas linhas de transmissão é transformada em baixa tensão, em condições de ser distribuída nas cidades.

Destaque também para o Lote 21, em Santa Catarina. O bloco inclui 435 quilômetros de linhas, 925 torres, uma subestação e passa por 28 municípios. Os investimentos realizados somaram R$ 1,28 bilhão e as obras geraram também 4.000 postos de trabalho.

O Lote 21 é resultado de uma parceria entre a EDP e a Celesc (Centrais Elétricas de Santa Catarina), com participações de 90% e 10%, respectivamente.

Ainda na região Sul, o Lote Q, também já concluído, interliga Santa Catarina e Rio Grande do Sul. São 156,5 quilômetros de linhas e duas subestações. O empreendimento recebeu investimentos de R$ 361 milhões e 500 empregos foram criados nos dois estados.

No Maranhão, a EDP terminou em agosto a interligação do Lote 18 do Leilão Aneel 002/2018 ao SIN (Sistema Interligado Nacional). O bloco compreende uma linha de transmissão de 113 quilômetros e passa por nove municípios. Foram investidos R$ 88,5 milhões e gerados 140 postos de trabalho.

GOIÁS

Investimentos também estão previstos em Goiás, onde a EDP assumiu, em fevereiro de 2022, o controle das operações da antiga estatal Celg Transmissão, já com um investimento inicial de R$ 1,977 bilhão na aquisição.

Até o final de 2023, estão previstos aportes de R$ 200 milhões no estado em obras de ampliação e modernização da rede, que conta com 756 quilômetros de linhas e 14 subestações. A primeira obra, já concluída, proporcionou melhorias para a subestação de Itapaci, com R$ 50 milhões investidos. A obra ampliou a capacidade do empreendimento e aumentou a confiabilidade do sistema elétrico no Vale do São Patrício, no centro-norte goiano. A capacidade da subestação foi mais do que triplicada, de 100 megavolt--amperes (MVA) para 333 (MVA). Equipamentos foram substituídos e a sala de controle, reformada. A conclusão das obras e a energização da subestação ocorreram no início de dezembro 2022. Mais de 300 mil pessoas em 23 municípios goianos foram beneficiadas.

MAIS OBRAS

A subestação de Águas Lindas de Goiás também tem obras de ampliação e modernização em andamento, com investimentos de R$ 10 milhões. Com término previsto para dezembro de 2022, as reformas devem gerar impactos positivos para 300 mil pessoas em três municípios.

A modernização deve contribuir para aumentar a confiabilidade do sistema elétrico no leste goiano e impulsionar as atividades econômicas na região.

Já em 2022, a EDP Goiás inaugurou uma nova sede, em Goiânia, com mais de 2,4 mil metros quadrados. A empresa pretende realizar mais cinco obras no estado até o final de 2023.