Ferramentas digitais de ensino vieram para ficar

Mesmo com o retorno de aulas presenciais, instituições devem continuar a fazer uso de vários recursos tecnológicos

Parte do campus da unidade Ipiranga da PUC-SP Reprodução

O ensino a distância já era uma realidade para parte dos estudantes do ensino superior no Brasil, mas desde março de 2020, com a pandemia, as aulas remotas tornaram-se onipresentes em praticamente todo o sistema educacional do país.

Com o aumento dos números de vacinação, vislumbra-se o retorno presencial dos alunos às salas das universidades. Com isso, o modelo online perderá protagonismo? Os processos de aprendizagem serão os mesmos que havia antes das medidas de isolamento social? Professores e dirigentes de instituições afirmam que não –as ferramentas tecnológicas popularizadas pelas plataformas digitais vieram para ficar.

"Não há mais como não tê-las fazendo parte da vida dos estudantes e dos docentes. Temos de ser suficientemente habilidosos para explorar ao máximo os dois contextos, o presencial e o remoto", afirma Alexandra Geraldini, pró-reitora de Graduação da PUC-SP.

"Temos de entender que a tecnologia deve ser utilizada sempre mediada pela análise humana do docente. O modelo híbrido traz o desafio de articular o remoto com o presencial. Assim como há o desafio de combinar as atividades teóricas e práticas", diz ela.

Na PUC-SP, as aulas do segundo semestre vão iniciar remotamente no dia 2 de agosto (com exceção das de teologia e medicina, que começaram em 27 de julho). Serão mantidas, em caráter presencial, as atividades práticas que já ocorriam presencialmente no primeiro semestre de 2021.

Pró-reitor de Pós-Graduação da PUC-SP, Márcio Alves afirma que é preciso "compreender os dois contextos, remoto e presencial, como simultâneos. Cada um tem o seu papel. A interação entre os dois será muito frutífera".

Um ponto que Elói Francisco Rosa, pró-reitor de Graduação e Inovação da Unisa, chama a atenção é o fato de que, principalmente no período inicial da pandemia, os cursos presenciais foram levados ao ambiente online, mas isso não significa que eles passaram a seguir todas as regras do ensino a distância.

"Nos cursos a distância, temos um planejamento e uma estrutura que são preparados antecipadamente com uma intenção formativa muito bem pensada. Com o passar do tempo, as instituições e os professores foram se adaptando melhor", diz.

"Mas estamos em um processo que não tem volta. As ferramentas tecnológicas são capazes de promover bastante a interatividade entre o aluno e o professor, o aprendizado fica menos tedioso."

Segundo Elói, mesmo com o retorno presencial às salas de aula, diversas ferramentas digitais vão continuar a fazer parte do cotidiano de ensino.

Como exemplo, ele cita as webconferências e os encontros online ao vivo entre estudantes e docentes. "São recursos que driblam problemas como o deslocamento até a universidade. O aluno poderá reforçar o contato com o professor."