Enem muda para se alinhar ao Novo Ensino Médio

Novo modelo traz avaliações em duas etapas: a primeira com provas objetivas e interdisciplinares de conhecimentos gerais e redação, e a segunda com avaliações objetivas e discursivas de conhecimentos específicos

Candidatos durante entrada da prova do Enem, na Uninove da Barra Funda, em São Paulo Eduardo Anizelli/Folhapress - 04.11.2018

O novo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) foi anunciado pelo Ministério da Educação (MEC) em 17 de março. As mudanças, de acordo com o MEC, foram realizadas para alinhar o Enem ao Novo Ensino Médio, que começou a ser implementado nas escolas e tem prazo de conclusão até 2024. Entre as mudanças no Ensino Médio estão: aumento da carga horária, nova grade curricular e ensino voltado para a formação profissional. Além disso, menor número de aulas expositivas, maior participação dos alunos, aumento de projetos, atividades práticas, cursos e oficinas.

O novo Enem propõe ampliar a oportunidade de quem se formou em um curso técnico de fazer um curso superior. Segundo o MEC, entre as novas características estão valorizar a capacidade de reflexão do aluno, contemplar sua capacidade curricular, proporcionar uma nova oportunidade de vida e melhora profissional e possibilitar que o estudante escolha seu projeto de vida, aptidões e objetivos.

Para isso, o Enem terá sua estrutura organizada em dois eixos: Investigação Científica e Projetos e Processos de Intervenção Social. As provas acontecerão em duas etapas. Na primeira, serão avaliações objetivas e interdisciplinares de conhecimentos gerais e redação. Na segunda, avaliações objetivas e discursivas de conhecimentos específicos, que foram organizados em quatro blocos: 1) Linguagens e suas Tecnologias e Ciências Humanas e Sociais Aplicadas; 2) Matemática e suas Tecnologias e Ciências da Natureza e suas Tecnologias; 4) Ciências da Natureza e suas Tecnologias. Os estudantes poderão optar por um dos quatro blocos.

No primeiro dia de provas, as questões serão objetivas, de múltipla escolha, sobre todas as disciplinas do Ensino Médio. O MEC informou que serão cobradas mais habilidades interpretativas do que conteudistas (ou teóricas) dos participantes. No segundo dia, o estudante responderá apenas questões relativas ao bloco que escolheu na inscrição do Enem. As instituições de ensino superior ficarão responsáveis por definir a qual bloco pertence cada curso de graduação oferecido.

Também estão previstas questões discursivas na segunda etapa, a exemplo do que acontece em vestibulares, como os da Fuvest e da Unicamp. Essa mudança, no entanto, poderá acontecer só depois de 2024 já que exige maior número de corretores e mais questões no Banco Nacional de Itens.

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) ficará responsável por definir uma nova Matriz de Referência para o Enem, que é a mesma desde 2009, e a quantidade de questões em cada uma das etapas.