Vestibulares de inverno exigem preparação total do estudante

Apesar de menos concorridos em termos de demanda de candidatos, eles cobram o mesmo conteúdo dos exames de fim de ano

No período de junho a julho, entram em cena os vestibulares de inverno nas universidades que oferecem exames semestrais. O número de instituições com essa opção é menor em comparação com os exames do fim do ano. Mas, se a faculdade e o curso fizerem parte do interesse do estudante, vale a pena tentar, na opinião do professor e coach Claudio Recco.

"Caso o estudante tenha prestado o vestibular de fim de ano e não tenha passado, terá, inclusive, elementos para refletir sobre seus pontos fracos e investir neles, aumentando suas chances de sucesso", afirma Recco.

Para João Pitoscio Filho, coordenador do setor de Apoio e Orientação do Curso Etapa, a vantagem desse tipo de vestibular é que, geralmente, é menos concorrido. "Isso acontece porque muitos estudantes optam por não participar desse processo seletivo, dirigindo seu foco para o fim do ano", diz. Regina Fernandes, coordenadora do curso de Gestão de Recursos Humanos da Universidade Guarulhos (UNG), também afirma que a concorrência nos vestibulares de inverno é um pouco menor. "Há alunos que estão no meio do último ano do Ensino Médio e se inscrevem como treineiros para conhecer as provas e testar seu desempenho", informa.

Mas, segundo Regina, é preciso ficar alerta: o conteúdo cobrado nos vestibulares de inverno é o mesmo do pedido no de fim de ano e há casos em que o estudante ainda não viu toda a matéria. A principal orientação para esses casos, segundo Pitoscio, é se preparar como se estivesse prestando um vestibular de fim de ano. "É necessário alterar o cronograma de estudos para poder ver toda a matéria durante o primeiro semestre", diz.

Recco destaca que a meta do aluno deve ser estar preparado da melhor forma possível. "Clareza de objetivos é essencial. O estudante precisa saber qual é a carreira e a universidade que deseja. Se a oportunidade para o que deseja está sendo oferecida no meio do ano, deve tentar e seguir as regras básicas para montar sua estratégia de estudo: ler o edital para entender qual é a forma de acesso; como serão as provas; quais matérias têm mais peso", afirma.

Segundo Poly Giardino, fundadora e presidente da Empreeduca, é fundamental dar especial atenção à redação, um aspecto importante para a maioria dos vestibulares. "Além das disciplinas que terão mais peso, da redação e da interpretação de texto, é bom estar atualizado com os principais temas da atualidade", diz.

A maior parte das universidades com vestibulares de inverno são privadas, então, vale pesquisar sobre as possibilidades de financiamento pelo Prouni ou de bolsas de estudos oferecidas pela instituição.

Muitas vezes o exame de meio de ano funciona para o vestibulando como uma forma de aliviar a pressão, diz a psicóloga Priscila Isabel Dunstan. "Isso no caso dos estudantes, por exemplo, que não passaram na faculdade que desejavam no vestibular do fim do ano e tentam um outro curso e faculdade no meio do ano. Nesse caso, quando passam, se sentem menos pressionados e, muitas vezes, acabam tentando o vestibular novamente no fim do ano", diz. Igualmente importante é estar preparado para um eventual resultado negativo.

A menor concorrência dos vestibulares de inverno, segundo os especialistas, não se aplica a carreiras mais concorridas, como Medicina. Para essas, a demanda não muda.