Ser mãe é mergulhar em uma jornada ao mesmo tempo encantadora e desafiadora. É mudar o eixo da vida, sentir o maior amor do mundo enquanto busca conter os receios que surgem a cada nova etapa. Esse caminho da maternidade começa muito antes da gestação. A vontade de ser mãe é o primeiro passo.
Para que a travessia aconteça da melhor forma possÃvel, é importante que a mulher esteja atenta ao seu corpo e à sua saúde fÃsica e mental desde a primeira etapa.
O acompanhamento médico deve começar não apenas ao descobrir uma gravidez, mas também quando surge o desejo de ser mãe. É o ginecologista quem vai orientar os cuidados que precisam ser tomados antes do inÃcio das tentativas de engravidar.
O mais importante deles é manter um estilo de vida saudável: cuidar da alimentação, controlar o peso e abandonar hábitos prejudiciais ao corpo da mulher e do feto.1,2
O ginecologista também irá observar o controle de doenças pré-existentes, se as vacinas estão em ordem e as suplementações necessárias. 1,2
Contar com uma rede de apoio desde o começo também ajuda a mulher a ter mais segurança e amparo.
"É importante que a famÃlia esteja presente, seja um companheiro, uma companheira, os pais, pessoas em quem ela confia e pode se amparar. Porque enfrentar essa jornada sozinha pode ser um grande desafio", diz Dr Vitor Henrique de Oliveira, conhecido como Vitor Maga, ginecologista pela Faculdade de Medicina do ABC. CRM-SP 185.033 | ROE 92.064.
O resultado positivo do teste de gravidez transforma a mulher, até então tentante, em gestante. O corpo dela, no entanto, já conhece essa informação antes e começa desde a concepção a se preparar para abrigar o feto.2,3
A mulher entra em uma fase intensa em que verá seu corpo mudar, entrará em contato com um novo ser crescendo dentro de si e com as expectativas e os medos do parto e da maternidade. A gravidez é transformadora. 2,3
Durante esse perÃodo, a mulher precisa fazer o acompanhamento pré-natal, essencial para assegurar a saúde da gestante e do feto. 2,3
Apesar de existirem orientações globais sobre o pré-natal, ele tem que ser individualizado porque cada mulher é única em seu histórico e necessidades
Durante o pré-natal, são feitas diversas consultas em que o médico avalia a saúde da mulher e do feto e vai traçando as estratégias mais indicadas em cada caso. 2,3
Na gravidez, devem ser mantidos os cuidados de antes da concepção e outros são acrescidos. É nesse perÃodo que serão identificados fatores de risco gestacional ou fetal, e a mulher passará por exames para detectar algumas doenças, além de ser orientada sobre os parâmetros para ganho de peso. 2,3
Toda grávida precisa ganhar peso controlado durante a gestação, mas o excesso de peso pode ser prejudicial. Por isso, existem cálculos que levam em conta o IMC (Ãndice de massa corporal) da mulher para determinar os valores adequados para cada gravidez. 2,3
Durante a gestação, o corpo é regido por uma série de adaptações hormonais e hemodinâmicas (circulação do sangue). 3-5
A gestante tende a ter hipotensão e desmaios, hipoglicemia e taquicardia, a ficar mais cansada e inchada, a apresentar mais tendência a trombose e varizes, além de sofrer alterações na função da bexiga no trato intestinal. 3-5
A pele pode ganhar manchas, e a postura muda com a alteração do centro gravitacional. A mama e a barriga crescem. 3-5
É comum que a mulher seja tomada por medos e inseguranças durante a gravidez. Tudo é novo e não faltam informações equivocadas chegando pelas mais diversas fontes.
"Um dos maiores medos é em relação ao feto, se está se formando bem ou pode sofrer algo desfavorável. Mas existem muitos outros medos. Na gestação a mulher pode ter a sensação de que está num barco sem rumo e não sabe onde vai parar. O sentimento que permeia a gravidez é a ansiedade", alerta Silvia Piza.
Por isso é importante estar sempre acompanhada de um bom profissional para sanar as dúvidas e fazer as escolhas de acordo com cada momento de cada paciente.
"A gente sabe que um pré-natal adequado faz com que uma paciente vá menos ao pronto-socorro buscar ajuda porque entende o que está acontecendo com ela. Por isso que a informação é tão importante", afirma Vitor Maga.
E antes de finalmente conhecer seu bebê, a mulher passa pelo parto, outro momento imerso em mitos e medos.
A escolha do modo como a criança virá ao mundo, ressaltam os médicos, tem que ser feita em conjunto entre os profissionais de saúde e a mulher levando em conta as caracterÃsticas da gestação, os riscos e a vontade da futura mãe. 6
"O parto adequado é aquele mais seguro. A mulher precisa ter as melhores informações para tomar as melhores decisões", pondera Vitor Maga.
"A gente sempre tem que desencorajar as cesáreas eletivas porque o parto vaginal é mais adequado. Mas a gente entende que alguns partos vão ser cesárea porque vai ser o mais seguro e o mais programado, devido a uma série de critérios clÃnicos levados em consideração. E alguns partos vão ser cesárea porque as pacientes vão preferir assim por conta do contexto sociocultural que a gente vive", completa.
O nascimento do bebê é um momento marcante. Depois de uma longa espera, mãe e filho se encontram e começam a se conhecer e se reconhecer.
Ao mesmo tempo, o corpo que se preparou sabiamente e se adaptou durante nove meses para abrigar aquele novo ser começa a voltar a funcionar como antes, com o retorno das ovulações e da menstruação. Esse perÃodo pós-parto é chamado de puerpério.
O tempo de retorno dos órgãos (exceto as mamas) a suas condições pré-gravidez é variável e costuma durar de 45 a 60 dias após o parto.
O corpo muda, e a vida sofre uma transformação ainda mais acelerada. A mulher que antes era uma só passa a ter que atender também às demandas do bebê. No puerpério, é comum passar por uma montanha russa de emoções e sentimentos. 2,3 Por isso, é muito importante estar atento à saúde mental da nova mãe.
"A mulher precisa ser muito bem orientada. É muito importante que possa contar com uma rede de apoio para ajudar nas tarefas do dia a dia e nos cuidados com o bebê. Além dos agravos de saúde mental, existem questões fisiológicas do pós-parto como anemia, desconforto postural e mamas machucadas e duras que precisam de atenção", diz Silvia.
A amamentação também exige cuidados importantes. Para que ela aconteça da melhor maneira, a mulher precisa conseguir descansar, alimentar-se bem e beber bastante água, além de buscar orientações sobre as melhores técnicas para amamentar. 2,3
Esse momento de conexão mãe e filho é único e importante, mas pode ser bastante desafiador.
A amamentação não é instintiva. Hoje existem enfermeiras que ajudam, consultoras de amamentação, neonatologista, pediatra, toda uma equipe multidisciplinar que pode ajudar essa mulher, além do obstetra. Além de a amamentação ser importante para o bebê, a dificuldade do processo pode gerar uma cobrança que adoece muitas mulheres
Com os cuidados e as informações certas, a mulher pode atravessar com mais tranquilidade todas as fases da maternidade, cuidando de sua saúde, de seu filho e aproveitando com mais plenitude esse momento único.
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Material produzido em agosto de 2024
Parágrafos não referenciados correspondem a opinião e/ou prática clÃnica do(s) autor(es) e não necessariamente refletem a opinião da Libbs
REFERÊNCIAS:
1. Johnson K, Posner SF, Biermann J, Cordero JF, Atrash HK, Parker CS, et al; CDC/ATSDR Preconception Care Work Group; Select Panel on Preconception Care. Recommendations to improve preconception health and health care--United States. A report of the CDC/ATSDR Preconception Care Work Group and the Select Panel on Preconception Care. MMWR Recomm Rep. 2006;55(RR-6):1-23.
2. Febrasgo. Tratado de ObstetrÃcia. Editores: Cesar Eduardo Fernandes, Marcos Felipe Silva de Sá. Coordenação: Corintio Mariani Neto. 1ª ed. Rio de Janeiro: Elservier, 2019.
3. World Health Organization. WHO recommendations: intrapartum care for a positive childbirth experience [internet]. Geneva: WHO; 2018. [Acesso em 20Ago2024]. DisponÃvel em: https://tinyurl.com/4hn2bt82
4. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Atenção ao pré-natal de baixo risco [internet]. BrasÃlia: Ministério da Saúde; 2013. [Acesso em 20Ago2024]. DisponÃvel em: https://tinyurl.com/2zbkj9c5
5. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Departamento de Ações Programáticas. Manual de Gestação de Alto Risco [internet]. BrasÃlia: Ministério da Saúde; 2022. [Acesso 20Ago2024]. DisponÃvel em: https://tinyurl.com/zeurxrrk
6. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Gestão e Incorporação de Tecnologias em Saúde. Diretrizes nacionais de assistência ao parto normal: versão resumida [internet]. BrasÃlia: Ministério da Saúde; 2017. [Acesso em 20Ago2024]. DisponÃvel em: https://tinyurl.com/yt2tazy5
7. Chen Z, Robison L, Giller R, Krailo M, Davis M, Davies S, et al. Environmental exposure to residential pesticides, chemicals, dusts, fumes, and metals, and risk of childhood germ cell tumors. Int J Hyg Environ Health. 2006;209(1):31–40
*Conteúdo patrocinado produzido pelo Estúdio Folha