Seja qual for a fase da sua vida, uma mulher pode não querer engravidar. E aí entra uma escolha que ainda é cercada de muitas dúvidas e medos: o método anticoncepcional. São inúmeras opções e diversas possibilidades porque as mulheres são muitas, com objetivos e fases diferentes na vida. E para cada uma delas há um método mais adequado.
Na hora de escolher um anticoncepcional, a mulher deve levar em conta o seu estilo de vida, a sua relação com o ciclo menstrual, suas ideias sobre maternidade, os benefícios adicionais que gostaria de ter e potenciais efeitos colaterais
"Não existe receita de bolo, mas quando avaliamos com cuidado aquilo que a paciente deseja, encontramos o método ideal para ela", completa.
Antes de escolher, é preciso saber o que está disponível. Existem basicamente três grupos de métodos anticoncepcionais: os hormonais, como pílula, DIU e implante; os de barreira, como preservativos masculinos e femininos e diafragma, e os comportamentais, tabelinha, muco cervical etc.1
Mas todos eles servem para qualquer mulher?
Primeiro, é preciso levar em conta as contraindicações:
O ginecologista realiza uma avaliação para determinar a viabilidade da indicação de métodos hormonais. Esse processo considera diversas condições de saúde, como doenças hepáticas, e também o histórico familiar, incluindo casos de AVC, câncer de endométrio, entre outros.
O uso do anticoncepcional oral também pode ser um fator de risco para mulheres com histórico de câncer de mama2. No entanto, é um aliado na proteção contra o câncer de ovário2,3.
Por isso, é importante que sempre seja feita uma orientação contraceptiva individualizada. A melhor forma de descobrir o que é mais ou menos indicado para cada mulher é a conversa com o ginecologista.
É muito comum chegarem pacientes no consultório pedindo o método que as amigas estão usando. Sempre brinco com aquela famosa frase de mãe: ‘Você não é todo mundo’. O método que é bom pra uma não vai necessariamente se adequar à outra
Os métodos anticoncepcionais têm indicações e contraindicações também relacionadas aos desejos e fases da vida das mulheres.
A camisinha, por exemplo, é muito importante na proteção contra infecções sexualmente transmissíveis (IST)4. Além disso, faz ótima parceria com os métodos hormonais, tornando a prevenção da gravidez muito eficaz1.
Já métodos comportamentais como tabelinha, muco cervical e coito interrompido são extremamente falhos e, por isso, não devem ser usados isoladamente5.
CARACTERÍSTICAS ALÉM DA CONTRACEPÇÃO
Além de evitar a gravidez, muitos contraceptivos podem trazer propriedades extras para as mulheres. E o ginecologista é a melhor pessoa para encontrar esse "match".
A ginecologista Luiza Russo lembra do caso de uma adolescente que chegou ao seu consultório com a mãe. A menina sofria de cólicas intensas e tinha acne severa. A disposição e a autoestima estavam abaladas.
Ela, no entanto, se negava a usar anticoncepcional oral com medo de engordar e ficar infértil.
Depois de uma boa conversa, Luiza explicou que algumas pílulas poderiam ajudar a regular o ciclo menstrual e a melhorar a acne, sem os riscos de efeitos colaterais que a paciente tanto temia.
Um mês depois, a garota voltou ao consultório com a pele melhor, a TPM mais controlada e menos cólicas.
Alguns anticoncepcionais orais combinados funcionam basicamente impedindo a ovulação (liberação de óvulos pelos ovários)3.
Eles podem ser indicados para mulheres que sofrem com TPM, cólicas e aumento do fluxo menstrual, ajudando, inclusive, as que não querem menstruar todos os meses6,7.
"São inúmeras as opções disponíveis, e podemos indicar seguindo os desejos de cada mulher para melhorar a sua qualidade de vida", diz Luiza Russo.
Os métodos hormonais já foram cercados de muito temor por conta de seus efeitos colaterais. O fantasma da trombose é o principal deles.
Mas, atualmente, eles contam com diversas dosagens e tipos hormonais, podendo se adequar ao perfil e às necessidades de cada mulher.
Também apresentam diferentes formas de administração (pílulas, injeções, intra uterinos, adesivos e os dispositivos implantáveis), que devem ser escolhidas de acordo com cada caso.
Isso quer dizer que não terão efeitos colaterais? Impossível prometer, basta ler a bula de qualquer medicamento.
"Não temos dúvidas de que os contraceptivos são seguros. Essas informações sobre efeitos colaterais normalmente assustam as mulheres, mas, na verdade, deveriam ser uma segurança. Toda medicação que tem bula é uma medicação que foi extensamente estudada, conhecemos os efeitos bons e ruins e sabemos como manejá-los", diz Luiza Russo.
Entre os efeitos colaterais dos anticoncepcionais hormonais estão náuseas, dores e inchaço nas mamas, enxaqueca e dor de cabeça, mudanças de humor e sangramento irregular, entre outros2,3.
Luiza lembra de uma paciente de 30 anos que a procurou porque tinha uma TPM severa, que a deixava irritada e com muita fome. Além disso, sofria com cólicas intensas que atrapalhavam até seu desempenho na pós-graduação.
Resultado: ganhou peso, não engrenava na atividade física e ficou com a autoestima abalada.
Mesmo com o medo dos efeitos colaterais, a paciente confiou nas orientações da médica e, em três meses, estava se sentindo outra.
"É importante que todo mundo saiba que o anticoncepcional pode sim melhorar muito a qualidade de vida da mulher. Não podemos normalizar o sofrimento", diz Luiza.
Caminhar nesse universo da contracepção é desafiador, com tantos tabus e mentiras espalhadas por aí. Por isso, a farmacêutica Libbs mantém a campanha "Sou única, sou muitas", que oferece conteúdos com embasamento científico, falando diretamente para as mulheres que querem atravessar as diferentes fases de sua jornada bem informadas e com qualidade de vida.
É possível abordar os conteúdos da campanha pelo perfil @souunicasoumuitas, no Instagram; no site A vida plena e pelo canal da Libbs no YouTube.
Conteúdo produzido em agosto de 2024
As opiniões emitidas pelo(a) especialista são independentes e, necessariamente, não refletem a opinião da Libbs. Parágrafos não referenciados correspondem à opinião e/ou prática clínica do autor.
REFERÊNCIAS
1 - Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Direitos sexuais, direitos reprodutivos e métodos anticoncepcionais / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. – Brasília: Ministério da Saúde, 2009. 52 p.: il. color. – (Série F. Comunicação e Educação em Saúde) (Série Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos; caderno n. 2)
2 - Guazzelli CA, Sakamoto LC. Anticoncepcional hormonal apenas de progestagênio e anticoncepção de emergência. Femina. 2020;48(3):186-92.
3 - Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetricia (FEBRASGO). Anticoncepção hormonal combinada. São Paulo: FEBRASGO; 2021(Protocolo FEBRASGO-Ginecologia, no 65/Comissão Nacional Especializada em Anticoncepção).
4 - Ministério da Saúde. Infecções Sexualmente Transmissíveis [internet]. Brasília: Ministério da Saúde. [Acesso em 16Out2024]. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/i/ist
5- BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Área Técnica de Saúde da Mulher. Assistência em Planejamento Familiar: Manual Técnico/Secretaria de Políticas de Saúde, Área Técnica de Saúde da Mulher – 4ª edição – Brasília: Ministério da Saúde, 2002. 150 p.: il. – (Série A. Normas e Manuais Técnicos; n.40)
6- Wong CL, Farquhar C, Roberts H, Proctor M. Oral contraceptive pill for primary dysmenorrhoea. Cochrane Database Syst Rev. 2009(4):CD002120.
7-Teal S, Edelman A. Contraception Selection, Effectiveness, and Adverse Effects: A Review. JAMA. 2021;326(24):2507-2518.
8- Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia. Anticoncepção para adolescentes [internet]. São Paulo: FEBRASGO; 2017. [Acesso em 11Set2024]. Disponível em: https://tinyurl.com/jpeppk7j
9- Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde sexual e saúde reprodutiva / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – 1. ed., 1. reimpr. – Brasília : Ministério da Saúde, 2013. 300 p. : il. (Cadernos de Atenção Básica, n. 26)
10 - Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia. Tromboembolismo venoso e contraceptivos hormonais combinados [internet]. São Paulo: FEBRASGO; 2016. [Acesso em 11Set2024]. Disponível em: https://tinyurl.com/ca6d7pft
*Conteúdo patrocinado produzido pelo Estúdio Folha