Para os brasileiros, café especial é perfeito para se inspirar

Nescafé apresenta maior investigação já realizada sobre cafés premium em projeto voltado à qualidade e à sustentabilidade

Para os brasileiros, café especial é perfeito para se inspirar

Para os brasileiros, café especial é perfeito para se inspirar Nani Rodrigues/Divulgação

O jeito pode ser diferente, mas o ritual é sempre o mesmo: os brasileiros mal acordam e já preparam o seu cafezinho. Segundo o Facebook Insights, estima-se que haja mais de 9 milhões de apaixonados por café apenas em São Paulo. No Rio de Janeiro, 5,8 milhões se autodenominam fãs da bebida na rede social. Em Brasília, 2,7 milhões. Mas será que a gente conhece bem esse produto? Como escolhemos qual café vamos tomar? Existe uma bebida para cada momento?

Para entender melhor a relação dos brasileiros com o café premium, a Nescafé realizou a maior investigação já feita no país sobre o consumo de cafés de qualidade. Foram entrevistados mais de 900 apreciadores de café, de 18 a 65 anos, das cinco regiões do Brasil. E, apesar de o Brasil ser o maior produtor mundial de café, o mercado de especiais ganhou força entre os brasileiros apenas recentemente. Não à toa, a pesquisa apresentou dados surpreendentes.

"O que mais me chamou a atenção é como o café muda de papel na vida das pessoas. O café tradicional é algo mais para fazer a gente continuar, seguir em frente, não parar. Mas, quando as pessoas começam a descobrir o potencial e a curtir os aromas e as experiências que o café especial pode oferecer, vira um momento de pausa. O ritual ganha um significado muito grande. A consciência com a qual preparamos um café especial é bem diferente", explica Rachel Muller, diretora de café da Nestlé, responsável pelos cafés da empresa no país, do campo à xícara.

Para a executiva, esse diálogo com os consumidores revelou que o mercado de cafés premium tem muito a crescer. "Ainda há todo um universo a ser descoberto pelos brasileiros", diz.

Café produzido na região da Chapada Diamantina, na Bahia
Café produzido na região da Chapada Diamantina, na Bahia - Nani Rodrigues/Divulgação

O que são os tais cafés especiais?

Para entender como foi selecionado o foco da pesquisa, é preciso antes saber: o que é afinal esse café especial? Os cafés chamados de especiais são os grãos verdes que apresentam classificação acima de 80 pontos (em uma escala de 0 a 100, proposta pela Associação Brasileira de Cafés Especiais, BSCA).

Por serem colhidos no momento certo da maturação do fruto, costumam apresentar sabor e aroma mais surpreendentes, mais doçura, mais acidez (aquele gostinho de laranja ou limão) e notas que podem ser de outras frutas, flores, castanhas, chocolate, caramelo. Até aromas de especiarias, como baunilha ou canela, podem aparecer.

Mas, importante ressaltar, não são aromas adicionados ao café. A própria fruta desenvolve esses atributos devido a inúmeros fatores, como localização do cafezal, clima, variedade e ainda a forma como o café é processado depois de colhido.

Em geral, as torras são feitas de uma maneira diferente, privilegiando as médias a médias claras, para preservar e ressaltar esses aromas e sabores. "Aqui no Brasil acabamos definindo o café apenas como café forte ou fraco, mas o café é muito mais que isso. Queremos ajudar o brasileiro a descobrir essas infinitas possibilidades que a bebida pode trazer", explica Rachel.

Outro ponto que denota a excelência desses cafés é a valorização de suas origens. No caso do Nescafé Origens, por exemplo, os grãos vêm de São Sebastião do Paraíso (MG), Chapada Diamantina (BA) e Alto Paranaíba (MG). Algo que prestigia esses territórios e os saberes dos produtores e das produtoras que estão os cultivando, respeitando as pessoas e a natureza, durante toda a jornada do café.

Plantação de café no Espírito Santo
Plantação de café no Espírito Santo - Nani Rodrigues/Divulgação

Momentos especiais

A conexão do consumidor com o café passa hoje também por outros aspectos, alguns mais ligados ao afeto, outros ao bem-estar. Tomar café para os brasileiros tornou-se um olhar para si, um cuidar-se e, por que não, uma forma de trazer inspiração para a vida.

Isso ficou claro na resposta de 42% dos entrevistados, que acreditam que o café motiva outras práticas de autocuidado, de 50% que percebem o café como a melhor companhia para se inspirar e de 52%, que aproveitam a pausa do café para se desconectar e relaxar.

Para boa parte dos consumidores entrevistados, o café especial é mais que uma bebida com qualidade superior. São xícaras que devem ser apreciadas em momentos especiais, que têm tudo a ver com aquilo que o tempo nos traz de melhor.

Cerca de 40% dos entrevistados disseram que o café normal é para ligar, acordar, dar energia para resolver as tarefas do dia a dia. Já o café especial está mais associado ao curtir, apreciar, aproveitar um tempo diferente. Talvez por isso, para 45% dos brasileiros, o café especial seja também uma prioridade do dia.

Mariana Heitor, de 46 anos, é produtora de café na Fazenda Reserva Heitor, em Patos de Minas, região do Alto Paranaíba, no Cerrado Mineiro. Ela também tem essa percepção. "O café especial é saboroso e vem acompanhado de experiências e sensações que só ele pode proporcionar", diz.

E, se a xícara é especial e o momento é especial, então o lugar para apreciá-la deve ser especial também. Essa ligação do café com o espaço faz sentido para 46% dos entrevistados, que escolheram um lugar especial na casa para curtir a sua bebida.

"Uma vez que a gente conhece todo o trabalho que está por trás de uma xícara de café, nunca mais bebemos café do mesmo jeito", explica Rachel. "Para o café chegar à nossa mesa, são muitos anos de dedicação, muitas pessoas envolvidas para alcançar qualidade, para fazer tudo de um jeito mais sustentável... Hoje tenho um respeito muito grande por cada xícara que vou tomar."

Agricultura regenerativa

O conceito de café especial passa não apenas pela qualidade da bebida e pela relação que temos com ela, mas também pela maneira como é produzida. Essa é a semente que deu origem à linha Nescafé Origens do Brasil: promover uma forma diferente de cultivar e consumir café, do campo até a embalagem e a distribuição.

A meta da Nescafé Origens do Brasil é ser a primeira marca carbono neutro do Brasil de café solúvel e para coar em 2022. "O desafio é ambicioso, por isso estamos calculando passo a passo, aprendendo nessa jornada, convidando parceiros para aprenderem junto com a gente", conta Taissara Martins, gerente de marketing e sustentabilidade da Nescafé. "Para produzir um café diferente, de qualidade premium, é preciso respeitar o tempo da natureza e valorizar as muitas mãos envolvidas em todo o processo", diz.

Para alcançar o objetivo, a marca está realizando uma série de ações simultâneas, focando na agricultura regenerativa. Uma delas é o Projeto Regenerar, cujo foco é transformar as fazendas parceiras da marca em fazendas-modelo 100% carbono neutro. São 35 famílias escolhidas a dedo para fazerem essa conversão e se tornarem 100% regenerativas, neutras ou negativas em emissão de carbono. Taissara explica que, para produtores e produtoras de café é uma quebra de paradigma enorme. "É mudar totalmente a maneira de se produzir café."

A Fazenda Reserva Heitor, de Mariana, foi uma das selecionadas. Com 600 mil pés de café, já tinha práticas agroecológicas, mas ainda não era regenerativa. "O projeto tem se mostrado muito rico de técnicas e ideias. Temos reuniões online e presenciais visando troca de conhecimento e sugestões de melhorias, visitas a fazendas do grupo para compartilhar experiências e aprender novos processos", conta Mariana, uma das proprietárias. "Conseguimos fazer nossa primeira medição de emissão de carbono e ficamos muito satisfeitos com o resultado. Mas percebemos que ainda existe um longo caminho a percorrer."