Em dois anos, de 2021 a 2023, o Programa de Urbanização de Favelas, da Prefeitura de São Paulo, já beneficiou mais de 30 mil famílias de todas as regiões da capital.

Com um investimento de R$ 1,47 bilhão, o foco é na urbanização e na regularização fundiária de áreas degradadas, ocupadas desordenadamente e sem infraestrutura.

Por meio do programa, sob responsabilidade da Secretaria Municipal de Habitação (Sehab), favelas e loteamentos irregulares são transformados em bairros, garantindo a seus moradores o acesso à cidade formal, com ruas asfaltadas, saneamento básico, iluminação e serviços públicos.

Atualmente, a Prefeitura realiza 30 obras de urbanização na cidade que, quando concluídas, beneficiarão outras 21 mil famílias.

No final de agosto deste ano, mais 122 famílias em situação de alta vulnerabilidade social, que até pouco tempo atrás viviam em área de risco à beira de um córrego na cidade de São Paulo, receberam as chaves do apartamento em que vão morar.

Elas foram contempladas pelo programa. Agora, passarão a morar em um imóvel de 42 m², com dois quartos, sala, cozinha, banheiro e área de serviço, no Residencial Viela da Paz, no Butantã, zona oeste da cidade.

Uma das pessoas que moravam na Favela Viela da Paz e que agora contam com uma casa é Terezinha de Jesus Neves, que aguardava por esse momento havia anos e agora vai dividir sua alegria com a filha, o genro e os dois netos.

"Vamos morar todos juntos. Nunca tive casa própria. Quero receber os amigos para tomar um café, conversar. É uma fase de muita comemoração", disse a dona de casa.

Os 122 apartamentos estão distribuídos por nove pavimentos do prédio, que conta ainda com um playground e seis áreas de lazer, sendo duas cobertas, três descobertas e uma outra com equipamentos de ginástica. Foram investidos R$ 131,6 milhões no empreendimento.

O Residencial Viela da Paz é composto por seis torres, com 562 unidades habitacionais no total. A primeira torre, com 96 apartamentos, foi entregue em dezembro de 2016. Outras duas foram inauguradas em 2018 e mais duas em 2021.

A área, antes degradada, passou a contar com melhorias como redes de distribuição de água, coleta de esgoto e drenagem, além da canalização de um córrego e toda a pavimentação viária.

Antes do conjunto habitacional, havia 992 famílias na beira do córrego, que começaram a ocupar a área em 1993. A remoção delas começou em 2010 e foi concluída em 2015.

As famílias deveriam ser mantidas na área, após sua revitalização, e atualmente 562 foram reassentadas no Conjunto Viela da Paz. As outras 383 seguem em auxílio aluguel até o atendimento definitivo com unidade habitacional.

Para Nadia Somekh, professora emérita da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo do Mackenzie, a Prefeitura está dando um passo muito importante ao transformar essas áreas antes degradadas em bairros com infraestrutura, associada à regularização fundiária.

"A melhoria nas moradias precárias também pode melhorar a saúde da população. Com isso, a solução pode contribuir para resolver dois problemas: moradia e saúde. O desafio será o projeto crescer e ganhar escala para atender a um maior número de famílias, considerando a grande demanda na cidade."

* Conteúdo patrocinado produzido pelo Estúdio Folha