"Moda que transforma" favorece pessoas e o meio ambiente

Riachuelo valoriza funcionários, comunidades e consumidores, além de reduzir impactos ambientais da produção têxtil

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*Foto feita antes da pandemia* Mayara de Paula/Riachuelo

Ninguém duvida que a moda tem um poder transformador. Mas além de mudar o consumidor, ela pode e deve também transformar quem a produz, com efeitos em toda a sociedade. É no que acredita o Grupo Guararapes, da rede Riachuelo, que agrega suas ações socioambientais dentro do conceito “Moda que Transforma”.

O cuidado com o meio ambiente se soma ao com as pessoas. “O ‘S’ [da sigla ESG] fala basicamente sobre como a empresa olha para dentro de si mesma e cuida da sua gente”, afirma a gerente sênior de sustentabilidade da Riachuelo, Valesca Magalhães, ao contar sobre práticas de ESG (Ambiental, Social e Governança, na tradução para o português) da marca.

A preocupação com os funcionários e suas famílias sempre esteve presente nos valores do grupo. Segundo Marcella Kanner, diretora de comunicação do Instituto Riachuelo, um dos maiores orgulhos do fundador da marca, Nevaldo Rocha, era gerar empregos. “Ele sempre contava que saiu da cidade que amava em busca de um emprego, de uma oportunidade. Construiu uma empresa e gerou muitos empregos”, diz Marcella, que é neta de Rocha.

Com mais de 37 mil funcionários, a Riachuelo se dedica a promover um ambiente de trabalho onde as pessoas sejam felizes. A última pesquisa de engajamento, realizada pela consultoria inglesa Aon, revelou que 93% dos colaboradores consideram a empresa diversa e inclusiva.

Desde agosto, grupos de trabalhos formados por colaboradores de diferentes níveis hierárquicos têm discutido formas de tornar a Riachuelo ainda mais inclusiva. “Os funcionários se sentem empoderados, pois estão atuando diretamente nas políticas de diversidade da empresa”, diz Valesca. São quatro grupos: Raça, Gênero, LGBTQI+ e pessoas com deficiências.

A promoção da autoaceitação e da valorização das pessoas ultrapassa os muros das fábricas e hoje é o mote da campanha publicitária da companhia: “A Riachuelo começou a seguir você”. Colaboradores e consumidores são os principais focos da marca.

O JEANS E A ÁGUA

As outras duas letras da sigla ESG também estão no foco. Visto como vilão por muitos anos devido ao uso excessivo de água e ao potencial poluente dos agentes químicos usados na produção, o jeans ganhou sua redenção na fábrica de Natal do Grupo Guararapes. Por lá, a fabricação de uma calça jeans usa o equivalente a uma garrafa de refrigerante tamanho família de água, além de 85% menos produtos químicos do que a produção tradicional, onde se gastam até 70 litros por peça.

Além da redução do uso de água, as fábricas possuem estações próprias de tratamento. Na planta de Fortaleza, 70% da água consumida é reutilizada em áreas da própria fábrica.

O algodão usado nas peças também é certificado. A Riachuelo é membro da Better Cotton Initiative, organização global que licencia produtores de algodão por princípios e critérios de produção. Além disso, a fábrica da Riachuelo é 100% abastecida com energia limpa.

Toda essa cadeia de produção limpa chega ao consumidor final por meio de coleções mais sustentáveis. “O retorno é excelente. Os millennials e a Geração Z têm uma concepção de mundo orientada para o consumo consciente”, afirma Valesca.

O descarte de peças também está entre os desafios da indústria têxtil, que ainda vê muito da sua produção acabar em aterros sanitários. A Riachuelo tem implementado em suas lojas caixas coletoras para que os consumidores se desfaçam de roupas e sapatos usados . Em 2020, 96 lojas receberam os coletores. Mais 50 pontos farão parte do programa no próximo mês.

Das lojas, essas peças retornam aos centros de distribuição. De lá, seguem para o projeto Liga Solidária, que faz o processo de limpeza e triagem para doação ou venda em seus bazares. A instituição apoia cerca de 13 mil pessoas. Roupas sem condições de uso vão para reciclagem e viram matéria-prima para a indústria automobilística.

Em seu site, a Riachuelo também dá dicas aos consumidores de como prolongar o tempo de vida das peças, mostrando que a ideia de descarte contínuo associada às grandes cadeias têxteis nunca esteve tão fora de moda.

Instituto quer fazer do sertão do RN um polo têxtil

No último dia 9 de junho, a Riachuelo fechou um ciclo virtuoso de sua história. Mais de 70 anos após seu fundador Nevaldo Rocha deixar a cidade de Caraúbas, o Grupo Gararapes retorna ao sertão do Rio Grande do Norte por meio do Instituto Riachuelo. A empresa, que já era cliente das oficinas de costura da região, agora atuará diretamente para o seu crescimento.

“Para o meu avô, era importante ver a evolução da cadeia produtiva no dia a dia e enxergar oportunidades de geração de emprego. Identificamos uma porta aberta para resgatar esses valores e fortalecer a produção nacional. Nos dedicamos a estudar mais a fundo a região, que é a nossa casa, para ajudar em diferentes ações que gerem trabalho e renda”, afirma Marcella Kanner, diretora de comunicação do instituto, que terá R$ 5 milhões para investir em projetos nos próximos dois anos.

O instituto é a consolidação do trabalho da marca, que já atua desde 2012 no sertão nordestino por meio do programa Pró-Sertão, que gerou cerca de 5.000 empregos diretos, beneficiando indiretamente 50 mil pessoas no interior do Rio Grande do Norte. Só a Riachuelo é atendida por 70 oficinas de costura do programa.

Marcella afirma que a meta do instituto é tornar o sertão um polo têxtil de referência para o país e o mundo. A ideia é munir os pequenos empreendedores com as melhores práticas da cadeia produtiva e de gestão financeira e de pessoas para que possam vender para todo o país.

Em parceria com a Embrapa, o instituto irá atuar na promoção do algodão agroecológico. Será lançado um programa de dois anos para capacitar 80 famílias agricultoras na produção do algodão. A meta é produzir até 30 toneladas da matéria-prima por ano.

A cerâmica tradicional potiguar e as bordadeiras de Caicó também receberão atenção. O instituto atuará, junto ao Sebrae, em capacitação e dará consultoria para a criação de novas peças. Além de aproximar os artesãos de possíveis compradores de todo o país.