Sesc Jazz exalta a diversidade e marca a reabertura dos teatros com shows presenciais

Em sua terceira edição, festival terá início no próximo dia 15 com encontros inéditos e atrações em todas as plataformas

Apresentação do Jazz das Minas

Apresentação do Jazz das Minas Isabela Espindola / Divulgação

Um ano e sete meses depois do início da pandemia, o Sesc SP vai ampliar seu processo de retomada parcial das atividades presenciais e promover o esperado reencontro entre artistas e público na 3ª edição do Sesc Jazz, seu tradicional festival e um dos maiores do Brasil.

Entre os dias 15 e 31 de outubro, o Sesc Jazz será um evento híbrido e multiplataforma com a marca da diversidade e da representatividade do jazz com sotaque brasileiro.

Estão agendados mais de 20 shows com plateia reduzida (até 30% da capacidade dos teatros) e transmitidos ao vivo direto das unidades do Sesc Consolação, Pinheiros, Pompeia e Vila Mariana. Para entrar nas unidades do Sesc em São Paulo, é exigida a apresentação do comprovante de vacinação impresso ou digital contra a Covid-19, pelo menos a 1ª dose, e um documento com foto.

"Queremos ampliar a oferta de atividades e serviços aos trabalhadores e à população. Contribuir para o aprimoramento da qualidade de vida, do bem-estar individual e desenvolvimento social, como sempre fizemos, por meio de ações permanentes e eventuais nas unidades de todo o estado de São Paulo”, afirma Danilo Santos de Miranda, diretor do Sesc São Paulo.

Além das apresentações presenciais, o Sesc Jazz também exibirá shows internacionais gravados com exclusividade, produções audiovisuais inéditas, como o projeto Jazzpora, ações formativas (aprimoramento de conhecimentos por meio de debates), mostra de filmes e shows históricos do acervo do Sesc SP.

Todas as apresentações artísticas inéditas serão exibidas gratuitamente no canal do Sesc São Paulo no YouTube: youtube.com/sescsp e no Instragram @sescaovivo. As demais atividades do festival serão veiculadas na plataforma sesc.digital e canais do Centro de Música. A programação completa do Sesc Jazz, com as informações de acesso presencial e online, pode ser acessada no www.sescsp.org.br/sescjazz.

Pela dificuldade de trazer artistas internacionais nesta fase da pandemia, a curadoria do Sesc Jazz destaca as diversidades étnica e geográfica e a representatividade negra e feminina presentes na programação e que dão uma diretriz conceitual de um jazz com cara de Brasil e características de território, tradição, memória, diversidade e vanguarda ao evento, que terá encontros inéditos de artistas consagrados e a promessa de shows intensos e memoráveis.

A diversidade sempre foi uma marca do projeto desde o seu início. “A gente nunca teve interesse de fazer um festival de jazz temático, tipo jazz latino, brasileiro ou experimental. Sempre quisemos mostrar o jazz em sua amplitude, como uma panorâmica. Por isso, por exemplo, fizemos ao bandolinista carioca Hamilton de Holanda a encomenda de um show relacionado ao choro, um gênero popular, de influência negra, do final do século 19, que tem muito improviso, essa coisa de se juntar e tocar, de jam session”, explica Henrique Rubin, um dos curadores do Sesc Jazz, sobre a apresentação do artista carioca no dia 16 de outubro no Sesc Pompeia.

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Programação digital

Além dos shows presenciais e dos gravados, o 3º Sesc Jazz também vai apresentar atrações online como a Mostra de Filmes “Cinema e Jazz” na plataforma https://sesc.digital com exibição de filmes permeados pelo jazz, animações e documentários como “Erlon Chaves: O Maestro Veneno”, sobre a trajetória do pianista, arranjador e cantor carioca que marcou época nos anos 60 e 70

Jazz Sesc
Imagem do filme The Blue Note Story - Divulgação

Outro destaque da programação digital é o projeto “Jazzpora”, uma websérie em sete partes, com cerca de 15 minutos cada, onde a ideia, segundo o criador e coordenador Daniel Ramos da Silva Melo é “pensar o jazz como mais um elemento da diáspora preta, africana, a partir desse neologismo, misturando as palavras ’jazz’ e ‘diáspora’, porque muitas vezes no Brasil o jazz é dissociado das suas origens, de pessoas pretas e marginalizadas, da ligação com movimentos civis”.

O Jazzpora discute com pessoas da música (como Alaíde Costa, Raquel Virgínia e Ellen Oléria), das artes visuais (Ramo Negro) e da literatura (Allan da Rosa) para entender como essas outras linguagens artísticas se relacionam com o jazz. “No decorrer do projeto descobrimos que o poeta mineiro Ricardo Aleixo tem um poema visual chamado ‘Jazzpora’ e acabou entrando na programação”, explica Silva Melo.

Também na programação online estão a exibição do “Festivais do Brasil”, série de mini documentários com os principais eventos de jazz do Brasil, e da “Coleção Sesc Jazz”, com shows históricos do acervo do Sesc SP como Hermeto Pascoal e Ayrto Moreira.

Pelo YouTube do Sesc SP serão promovidas mesas de debate “Sotaques do Jazz”, em que músicos e especialistas vão discutir o jazz e seus subgêneros.​