A inteligência artificial (IA) bem empregada pode ser o caminho para aumentar a eficiência e a qualidade dos programas de saúde. Em menos de um ano, a ficção virou realidade no Hapvida, um dos maiores sistemas de saúde do Brasil, com a implantação dos programas Octopus e Octopus-X. Eles permitem a aprovação imediata de consultas, exames e outros procedimentos além da interpretação de exames com precisão.​

“O Octopus funciona como se fosse um médico com conhecimento técnico especializado para atender a um volume ilimitado de demandas. Com a inteligência artificial, a resposta aos pedidos de autorização é imediata”, afirma Ney Paranaguá, sócio da Maida.Health, holding de tecnologia do Sistema Hapvida, responsável pelo desenvolvimento da tecnologia.

O especialista explica que o Octopus é conectado ao sistema de gestão do Hapvida: o médico faz a solicitação diretamente no sistema, em um processo completamente seguro e ágil para o cliente, sem intervenção humana. Na maioria das vezes a inteligência artificial aprova automaticamente a demanda. Diante de uma possível discordância de solicitação, a resposta deixa de ser automática e o programa envia o caso para um conjunto de médicos. Eles recebem a demanda pelo celular, avaliam e enviam a conclusão para o Octopus — que analisa as respostas e conclui, a partir da análise prevalente, a autorização do procedimento.

Desde março de 2020, o Octopus possibilitou a autorização imediata de mais de 500 mil exames. Segundo Jardeson Barbosa, pesquisador sênior da Maida.Health, a vantagem de ter uma empresa especializada em tecnologia dentro da operadora é trabalhar continuamente em busca de projetos que promovam o acesso à saúde por meio da inovação. “Nosso objetivo é garantir a qualidade e a eficiência no atendimento e na gestão de recursos, otimizando processos e promovendo um atendimento de excelência aos beneficiários.”

EVOLUÇÃO NA SAÚDE

Além do Octopus, a Maida.Health desenvolveu também o Octopus-X, implantado no Sistema Hapvida para auxiliar no diagnóstico de exames de raio X de tórax e raio X da região lombosacra. A ferramenta classifica as imagens como normais ou alteradas, além de emitir alertas de possíveis patologias nos exames.

“O Octopus-X consegue classificar 43% das imagens de raio X de tórax, sendo 25% do total identificadas como normais e 18% como alteradas, com precisão de mais de 98%. Para raio X lombosacra, a ferramenta consegue classificar 50% das imagens. Destas, 24% do total identificadas como normais e 27% como alteradas, com precisão acima de 95%”, afirma Barbosa.

A ferramenta está disponível em todo o Sistema Hapvida, que atende a mais de 6,7 milhões de clientes em todas as regiões do Brasil. Segundo Ney Paranaguá, a inteligência artificial analisa a imagem diagnóstica, conclui se é normal ou anormal e disponibiliza essa análise ao médico que vai fazer o laudo, mas comparando a sua avaliação com a da IA.

Se os resultados coincidirem significa que a qualidade da resposta é duplamente confirmada. Se o médico diverge do laudo da IA, o caso é encaminhado a um outro profissional, que fará o desempate. “Desse modo, consigo dar um laudo mais rápido e também mais qualificado. Há uma dupla checagem, o que não é comum no Brasil — apenas nos países mais avançados.”

Paranaguá afirma ainda que o Octopus-X ajudou no diagnóstico de mais de 20 mil casos de suspeita de Covid-19, influenciando na decisão médica e promovendo o tratamento da doença.