É O FIM DO MUNDO: 28 ANOS DEPOIS, VÍRUS CONTINUAM ENTRE NÓS E PIORES DO QUE NUNCA

Em 28 dias, tudo começou; em 28 semanas, a pandemia se espalhou; em 28 anos, ela evoluiu

Um vírus assustador dizimou quase toda a população da Inglaterra há 28 anos. Não há governo nem itens básicos como água tratada ou energia elétrica. Os infectados que não morreram vivem como mortos-vivos canibais, sempre em busca desesperada por carne humana. Uns poucos, não infectados, são obrigados a viver isolados numa pequena ilha que só pode ser acessada por uma fina trilha de terra que apenas aparece quando a maré está baixa.

Mas até quando conseguirão manter esse isolamento? Esse é o ponto de partida de "Extermínio: A Evolução", que estreia hoje nos cinemas do Brasil.

O filme é dirigido por Danny Boyle, com roteiro de Alex Garland, a mesma dupla que dirigiu e escreveu "Extermínio", o longa de 2002 que iniciou a saga apocalíptica que inspirou tantas produções que vieram depois e que lidam com o tema do contágio, como "The Last of Us" e "The Walking Dead". Mas, importante: não é preciso ver o primeiro filme para assistir ao novo.

A imagem mostra uma visão através de uma porta de madeira, com tábuas verticais. Ao fundo, duas figuras humanas são visíveis, uma delas é uma criança e a outra parece ser um adulto. A iluminação é suave, criando um ambiente misterioso e intrigante.
Cena de “Extermínio: A Evolução”. Na foto, Ralph Fiennes em cena do filme, que se passa 28 anos depois do primeiro - Miya Mizuno/Miya Mizuno/Divulgação

O SOFRIMENTO CONTINUA

Nessa nova produção, vemos que o tempo não curou nada. O vírus continua à solta, e os infectados estão descontrolados, dominando quase todo o território da Inglaterra.

Na pequena ilha, todos obedecendo a regras rígidas para que o lugar continue em paz: homens vigiam a trilha que dá acesso ao outro lado e, se alguém resolver sair, não haverá missão para resgatá-lo.

A vida segue até que Jamie (interpretado por Aaron Taylor-Johnson) decide atravessar a trilha com o seu jovem filho, Spike (Alfie Williams). Além dos dois, a família é completada pela mãe, Isla (Jodie Comer). Mas ela não está nada bem: passa os dias na cama, com dificuldade para se movimentar e com lapsos de memória.

A viagem de Jamie e Spike é uma espécie de rito de passagem para o adolescente, que pela primeira vez vai entrar em contato com o mundo aterrador que tomou conta do país. Eles logo descobrem que o vírus parece ter sofrido mutações que deixam os infectados ainda mais imprevisíveis e com novas manias.

Além da trama, que revigora o cinema de terror e que, com a pandemia de Covid-19 deixa sua história ainda mais atual e urgente, um dos pontos altos de "Extermínio: A Evolução" é o elenco.

Aaron Taylor-Johnson e Jodie Comer entregam atuações intensas, em que equilibram fragilidade, sensibilidade, força e determinação em doses precisas.

Já Alfie Williams está encantador como Spike. Ele acaba sendo o fio condutor da história, carregando a esperança de que, talvez, novos tempos sejam possíveis.

Há ainda Ralph Fiennes como um médico misterioso que vive no território dos infectados.

Visualmente, "28 Years Later" (28 anos depois, título do filme em inglês) mantém a identidade realista do filme que inaugura a série, mas com uma fotografia ainda mais sombria e claustrofóbica.

A direção de Danny Boyle explora o clima de tensão e é imersiva, colocando o espectador praticamente dentro do filme. É, assim, perfeito para ver na tela grande das salas de cinema.

O roteiro dialoga com a pandemia e também com temas contemporâneos, como isolamento, sobrevivência coletiva e a busca por sentido em um mundo que parece cada vez mais hostil.

O filme é feito para quem gosta de drama, de ação e de uma história bem contada. Já os fãs de terror embarcarão em uma experiência intensa e angustiante, com muitos sustos e cenas que nos fazem arranhar a poltrona.

O QUE DIZEM OS RESPONSÁVEIS

Um grupo de quatro pessoas está em uma floresta densa. Um homem mais velho, usando um gorro vermelho e um casaco escuro, está apontando com a mão. Ao seu lado, um jovem está segurando um arco. Outro homem, com uma expressão séria, segura um disco de plástico vermelho. Ao fundo, um quarto homem observa a cena. A vegetação ao redor é verde e exuberante, com árvores altas.
Danny Boyle, de gorro, dirige cena do filme - Miya Mizuno/Sony Pictures/Divulgação

DANNY BOYLE, DIRETOR

"A Ilha Sagrada, que é onde o nosso filme começa, é protegida por uma ponte natural que pode ser defendida, mas falta maquinário, não há eletricidade ou combustível. Tudo o que cerca a vida agora, de repente, é inútil. A terra firme se torna um lugar além, que é tanto uma promessa quanto uma ameaça."

"Quando você está fazendo um filme, você procura por aquelas imagens que vão aterrorizar as pessoas. Há um elemento visceral no cinema em que você tem a responsabilidade de ir além do limite o máximo que puder. Quero essa sensação de intensidade sufocante. Não parece uma continuação, parece um filme original."

ALEX GARLAND, ROTEIRISTA

"As conversas iniciais eram frequentemente sobre imaginar o que significam esses 28 anos depois. Quando os países entram em colapso, por uma razão ou outra, eles são frequentemente abandonados. Há uma dimensão implacável, pragmática, do tipo ‘cão come cão’ na maneira como essas coisas acontecem."

"Os infectados não morreram e voltaram à vida. Eles são pessoas vivas que ficaram doentes. Infectadas com o vírus da raiva. E isso determina algumas coisas. Se elas sobreviveram 28 anos infectadas com essa doença, como elas estão agora? Elas são semelhantes a alguma coisa no reino animal? "

A imagem mostra três pessoas caminhando em um ambiente com árvores altas e finas, cercadas por estruturas de madeira entrelaçadas. Uma mulher carrega um bebê em um pano, enquanto um jovem e um homem musculoso a acompanham. O cenário parece ser de uma floresta ou um local natural, com grama verde ao redor.
Alfie Willians, Jodie Comer e Ralph Fiennes - Miya Mizuno/Sony Pictures/Divulgação

JODIE COMER, ATRIZ

"Estar em um set do Danny Boyle é uma experiência maravilhosa. A relação que a câmera parece criar com os personagens e a história, e ver tudo isso ganhando vida. Eu me surpreendi, porque senti que passava muito tempo na natureza, em locações lindas. Mas, de repente, eu passava a ser caçada. Ficava assustada, existe uma certa tensão nessa situação."

AARON TAYLOR-JOHNSON, ATOR

"Danny Boyle é da realeza do cinema. ‘Extermínio’ era algo completamente diferente. Tinha a estranheza e também um certo horror naquela paisagem completamente vazia. E o discurso sobre a raiva social. É tão interessante. Você se conecta com aquilo. E acho que agora, mais de 20 anos depois, poder colaborar e trabalhar com ele tem sido a experiência mais grandiosa."

RALPH FIENNES, ATOR

"O dr. Ian Kelson (personagem do ator no filme) é um médico humanista, um homem com compaixão. Acho que é alguém que aceitou o fato de que iremos morrer. Como ele vive no dia a dia? Como sobreviveu 28 anos sozinho? Fiquei muito impressionado com o nível de detalhes sobre o que ele é. Você pode pensar que é só um cara assustador, mas ele é uma figura mais complexa. "

ALFIE WILLIAMS, ATOR

"Spike é uma criança normal vivendo em um mundo totalmente anormal. Ele ama a mãe e o pai e só quer que sejam uma família como eram antes de ela adoecer. Mas ele precisa encontrar um jeito de salvá-la, para que possam voltar a ser a família que eram antes da doença. Quando Spike viaja com Jamie para o continente, ele sabe que tudo se resume à sobrevivência."

*conteúdo patrocinado produzido pelo Estúdio Folha