Descrição de chapéu tecnologia

Além da selfie, entenda como o reconhecimento facial consegue proteger pessoas e seus dados

O especialista Marcelo Zanelatto, diretor da Unico, explica como a tecnologia captura, armazena e cuida das informações

Uma selfie e um número de CPF. É tudo o que empresas que utilizam reconhecimento facial com biometria precisam solicitar aos clientes para abrir uma conta, fazer pagamento sem cartão, alugar um carro ou utilizar a carteirinha do plano de saúde. "A tecnologia é eficiente e segura porque, em menos de cinco segundos, realiza diversas combinações e checagens para detectar fraudes e garantir que as interações sejam de fato feitas pelo real consumidor", afirma o especialista no assunto Marcelo Zanelatto, diretor de M&A da Unico, empresa líder em identidade digital. Confira a seguir o que ele revela sobre as várias formas de utilizar reconhecimento facial e, ao mesmo tempo, garantir a privacidade das pessoas.

Marcelo Zanelatto, diretor de M&A da Unico, empresa líder em identidade digital
Marcelo Zanelatto, diretor de M&A da Unico, empresa líder em identidade digital - Divulgação

O que é exatamente o reconhecimento facial biométrico?

É uma forma de autenticação que utiliza a biometria facial, ou seja, informações precisas sobre o rosto de um indivíduo como fonte de dados para identificar que cada pessoa é única.

Quais são as formas de utilização do reconhecimento facial?

Existem diversas formas, mas eu gosto de dividi-las em dois segmentos bem distintos. O primeiro é quando a pessoa se posiciona na frente da câmera, se ajeita, arruma um lugar iluminado e tira a foto para que sua identidade seja verificada. A segunda ocorre quando o rosto de uma pessoa é capturado sem que ela saiba. Por exemplo, quando câmeras de segurança instaladas em postes captam a imagem de quem passa pela rua para supostamente identificar criminosos. Aqui na Unico, nós utilizamos – e adoramos – apenas o primeiro tipo. Mais que isso, nós rejeitamos o segundo tipo de utilização porque, além de invadir a privacidade das pessoas, ele entrega pouca eficiência e precisão.

Como a Unico utiliza reconhecimento facial e, ao mesmo tempo, protege a privacidade das pessoas?

Em primeiro lugar, as fotos e os dados dos usuários nunca são compartilhados com nenhuma outra empresa. Além disso, garantimos que as pessoas saibam que as fotos delas estão sendo capturadas com a qualidade necessária para que a biometria seja extraída com altíssima assertividade. Também é importante que os usuários tenham clareza do armazenamento das fotos e para qual finalidade serão utilizadas – no nosso caso, exclusivamente para validação da identidade e proteção do indivíduo. Para finalizar, sabemos que os verdadeiros titulares dos dados são as pessoas e não as empresas, logo damos a elas a opção de sair da nossa base a qualquer momento, por meio de um processo simples e prático.

Você pode citar alguns exemplos desse tipo de utilização?

O reconhecimento facial biométrico pode ser utilizado para abrir uma conta em banco ou fintech, realizar pagamentos sem cartão e no autoatendimento em lojas. Nossa tecnologia viabilizou, por exemplo, que 38 milhões de brasileiros acessassem serviços financeiros digitalmente entre 2019 e 2021. Alugar um carro também é uma forma de utilizar a tecnologia. Quando a locadora trabalha com reconhecimento facial, pode simplesmente tirar uma foto do cliente e pedir seu número de CPF ao contrário de checar e digitalizar uma montanha de documentos.

Você disse que reconhecimento também oferece mais segurança nas interações. Como isso acontece?

Quando uma pessoa vai a algum cliente da Unico (que pode ser uma loja, um banco ou a locadora de veículos que usamos como exemplo) e captura uma foto do seu rosto – seja no mundo físico ou no digital–, a primeira verificação que fazemos é se há de fato um rosto ali na frente da câmera, se ele está bem posicionado e iluminado para que os dados biométricos possam ser extraídos com exatidão. Em seguida, verificamos se a pessoa realmente está ao vivo no momento da captura – e não uma foto de uma foto, por exemplo. Chamamos essa tecnologia de Prova de Vida. Com tudo confirmado, extraímos a biometria facial e confrontamos essa biometria com a nossa base de dados. Se a pessoa já estiver cadastrada, checamos se a biometria que acabamos de extrair tem alta similaridade com a biometria que está vinculada àquele CPF. Se sim, ótimo, a pessoa está autenticada! Caso contrário, ocorre o que chamamos de divergência biométrica, que indica que alguma coisa pode estar errada ou pode ser um caso de fraude. Não podemos ter rostos diferentes para o mesmo CPF porque a biometria facial é única de cada pessoa.

E o que vocês fazem com o resultado dessas análises?

Depois dessas análises, que levam em média cinco segundos, devolvemos para nosso cliente um Score de Autenticação Biométrica que indica a probabilidade de aquela pessoa ser realmente a verdadeira titular do CPF que ela está apresentando. Quando a resposta é um score positivo alto, há uma altíssima probabilidade de a pessoa realmente ser quem diz, e o cliente pode optar por dispensar outras etapas de verificação que acabam trazendo fricção no seu processo. Quando ele é negativo, há uma boa probabilidade daquela pessoa não ser a verdadeira titular do CPF. É um processo extremamente assertivo e rápido, que traz mais segurança para o consumidor e para a empresa, além de tornar o processo de identificação mais ágil e com uma melhor experiência.