Assistir a uma aula ao vivo, em casa, pela tela do computador. Estudar no celular enquanto se desloca pela cidade de metrô. Testar seus conhecimentos em testes virtuais deitado na grama do parque.
Cenas como essas já fazem parte da rotina de milhões de estudantes brasileiros. Graças à revolução digital, cada vez mais pessoas têm a oportunidade de acessar conteúdos didáticos de qualidade onde e quando quiserem. A tecnologia é a principal parceira do ensino a distância (EaD ).
Ferramentas digitais impulsionam o desenvolvimento dessa modalidade de estudo, tornando-o mais dinâmico e estimulante, e levando a um crescimento da procura por cursos online. Segundo o último censo da Abed (Associação Brasileira de Ensino a Distância), houve 7,7 milhões de matrículas em 2017 ante 3,7 milhões do ano anterior.
A tecnologia faz parte do dia a dia do aluno de EaD e o aproxima do conteúdo didático.
Os melhores cursos de ensino superior disponibilizam um ambiente virtual de aprendizagem. Trata-se de um software -em muitos casos desenvolvido ou aperfeiçoado pela própria instituição de ensino-, em que é possível acessar aulas, atividades e bibliotecas virtuais com acervo vasto, entre outras ferramentas dos cursos. Uma das faculdades do grupo Kroton, a Unopar, por exemplo, possui um acervo com mais de 9.000 títulos digitais em sua biblioteca, entre livros, obras raras, revistas e jornais.
Em modalidades de cursos semipresenciais, o professor, de um estúdio, ensina o conteúdo para turmas espalhadas por todo o país. É possível entrar na "sala de aula" de qualquer lugar, basta ter acesso a computador, celular ou tablet e à internet.
O fato de o professor estar longe não torna a interação entre ele e os estudantes menos aprofundada e eficiente. Por meio de ferramentas da plataforma, como chats e fóruns, os alunos podem tirar suas dúvidas online durante as aulas ou em qualquer momento do dia. Tutores estão a postos para ajudar a solucionar essas lacunas, respondendo as dúvidas recebidas em até 24 horas.
"As tecnologias de comunicação permitem a troca de experiências entre alunos, professores e tutores. A construção do conhecimento é coletiva", afirma Alessandra Fahl, gerente sr. de operação, produção e entrega da Kroton, maior grupo de ensino privado do mundo.
"Além disso, há um ponto importante que pode representar o diferencial dos cursos a distância: o material didático. Ele é produzido com muito critério, passa por curadoria e é entregue de diversas formas ao aluno", completa a executiva.
Pós-graduação e interação
A Unopar, por exemplo, possui mais de 100 cursos de pós-graduação a distância e um ambiente virtual de aprendizagem próprio. Os alunos fazem avaliações de seus tutores após cada interação, permitindo à instituição acompanhar o desempenho dos docentes em tempo real.
Uma das principais críticas ao ensino a distância, principalmente em seu início, referia-se ao fato de ele poder ser monótono e pouco interativo.
Hoje, no entanto, a variedade de ferramentas disponíveis para absorção do conteúdo didático -como videoaulas, biblioteca virtual, áudio e vídeo conferências, atividades gamificadas, entre outras- torna cursos online até mais dinâmicos do que os presenciais.
Para testar seus conhecimentos, por exemplo, alunos têm à disposição testes que utilizam mecanismos dos games -como pontuação, premiação e competição, entre outras- para tornar a atividade mais dinâmica e eficiente.
A possibilidade de interação com professores, tutores e outros alunos de forma virtual também derruba um outro mito sobre o EaD, o de que ele é pouco aprofundado e que os estudantes têm um aprendizado solitário.
Além disso, assim como no modelo presencial, o aluno segue um cronograma de atividades pré-definido, e o sistema auxilia na cobrança da execução dessas tarefas.
"Parece que ainda acreditam que se não estivermos no mesmo espaço físico a interação com o docente e com os objetos de aprendizagem não é tão eficiente. Entendo que um curso de qualidade, com interatividade e material didático adequados, faz com que esses pontos possam ser revistos", afirma Josiane Tonelotto, representante da Abed (Associação Brasileira de Ensino a Distância).
Acesso ao mercado de trabalho
As ferramentas digitais, em alguns casos, ajudam o aluno além de sua rotina de estudos. A Unopar, por exemplo, disponibiliza uma plataforma chamada Canal Conecta, que permite o contato entre estudantes e empresas com oportunidades de emprego.
Atualmente, existem mais de 124 mil vagas publicadas e 17 mil empresas cadastradas. De cada três alunos chamados para entrevistas, um consegue um posto de trabalho.
"Hoje em dia o mercado de trabalho tem aceitação de alunos de EaD similar aos do presencial. O que determina a empregabilidade é a capacidade individual", diz Volnei Munhoz, gerente sr. de sistemas e tecnologia de negócios da Kroton.
O contato constante com a tecnologia e a necessidade de dominá-la para atingir seus objetivos pode ser, inclusive, uma vantagem para o aluno do EaD. Um bom curso de ensino superior dessa modalidade proporciona vivências que darão ao estudante uma experiência maior e mais relevante nessa área.
"O bom uso das ferramentas tecnológicas torna um profissional mais completo e apto para o mercado", pondera Josiane Tonelotto.
A oferta de ferramentas tecnológicas para o EaD não para de crescer e se aprimorar. Estudantes e profissionais que ingressam em um curso a distância de qualidade têm a possibilidade de usá-las não só para se especializar e dar continuidade aos estudos mas também para aperfeiçoar suas habilidades no mundo digital e sair na frente na busca por bons postos no mercado de trabalho.