Vacinação impulsiona retomada do comércio na capital paulista

Levantamento da 99 mostra que setores como o turismo e bares e restaurantes também dão sinais de recuperação; ritmo ainda é lento em regiões com alta concentração de edifícios comerciais

Consumidores observam produtos à venda em rua de comércio popular no centro de São Paulo

Movimento cresceu em ruas de comércio popular no centro de São Paulo Rovena Rosa / Agência Brasil

O avanço da vacinação em São Paulo favorece a retomada das atividades e o retorno do movimento nos principais centros de comércio da capital. Essa é a conclusão de um levantamento realizado pela 99, empresa de tecnologia ligada à mobilidade urbana e conveniência, que analisou o retorno da circulação de pessoas nas principais regiões comerciais, de lazer e nos aeroportos e terminais rodoviários da cidade, baseado nas viagens por aplicativo realizadas nestes locais.

Atualmente, a capital paulista conta com mais de 92% da população adulta já vacinada com as duas doses ou dose única.

O estudo mostra que o movimento nas regiões de comércio popular e nos shoppings centers são os que mais se aproximam – e até ultrapassam – os índices de viagens realizadas em 2019, ou seja, antes da pandemia. Regiões do Bom Retiro, Bourbon Shopping (em Perdizes) e Brás são as que, de acordo com o levantamento, já retomaram o volume de viagens, na comparação entre julho de 2021 e julho de 2019. O Shopping Center Norte (na Vila Guilherme) e o Shopping Ibirapuera (em Indianópolis) são outros dois centros que também aparecem com bons índices na retomada do movimento de acordo com o número de corridas.

"Além do óbvio benefício que a vacinação traz para nossa saúde e bem-estar, é interessante observar as vantagens tanto para os comerciantes, que veem na flexibilização das regras a oportunidade para ficarem com os estabelecimentos abertos por mais tempo ao longo do dia, quanto para os consumidores, que sentem-se mais seguros para retomar a visitação a shoppings e ao comércio popular, o que, consequentemente, gera também a retomada das corridas por app," explica Tamara Komatsu, gerente de Operações da 99.

O levantamento também mostra que a vacinação favorece a retomada de um dos setores que mais sofreu com a pandemia: o turismo. Segundo o IBGE, o setor encolheu 36,7% ao longo de 2020 na comparação com 2019 e agora demonstra sinais de recuperação, principalmente quando analisamos as viagens de ônibus. As corridas de app realizadas para o terminal Barra Funda, o segundo maior de São Paulo, por exemplo, já ultrapassam os índices de 2019 desde maio (em julho último, registrou 123% de corridas na 99, na comparação com igual mês de 2019).

Quando levamos em conta os dois principais pontos de partida e chegada da cidade de São Paulo, o Terminal Rodoviário Tietê e o Aeroporto Internacional de Guarulhos, ambos estão em ritmo de recuperação, já realizando, cada um, 70% das corridas que eram realizadas em julho 2019 (em junho, por exemplo, esse número era de apenas 42%, o que mostra uma retomada crescente e gradativa).

O setor de bares e restaurantes, sempre no topo da lista da preferência dos paulistanos, também mostra sinais de recuperação. A 99 comparou o volume de corridas realizadas em Pinheiros, na zona oeste. Em abril, ele estava em 38% do realizado no mesmo mês em 2019. Atualmente, esse número já está em 60% (na comparação jul/2021 vs jul/2019). "Assim como nos centros de compras, aos poucos a população vai retomando a confiança para voltar a um hábito muito popular em São Paulo, que é comer fora", afirma Tamara.

As avenidas Faria Lima, Paulista e Berrini são outras regiões bastante movimentadas por sua alta concentração de prédios comerciais e escritórios. Porém, com a chegada da pandemia, os edifícios cheios deram lugar a ruas vazias, com colaboradores em home office. De acordo com os dados da 99, o ritmo da retomada nessas regiões ainda segue lento, com a Faria Lima concentrando apenas 38% do volume de viagens já realizadas pelo app em julho de 2019. A Paulista registra 35%, enquanto a Berrini apenas 24%.

"Esse movimento ainda tímido mostra claramente a tendência do trabalho remoto, que se ampliou desde a chegada do coronavírus ao Brasil e transformou o mindset de muitas companhias. Hoje, sabemos de empresas que pretendem manter o home office a longo prazo, inclusive após conclusão da vacinação em todo o país", afirma Tamara.