Amstel faz ação para realizar casamentos homoafetivos

Iniciativa começa na Feira Cultural da Diversidade, em São Paulo, e poderá atender até cem casais

Os casamentos homoafetivos tornaram-se um direito garantido pela justiça brasileira em 2013, em uma enorme conquista da comunidade LGBTQIAPN+. Entre 2013 e 2021, foram registrados no país 59.620 casamentos entre pessoas do mesmo sexo, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o que representa 0,6% do total de casamentos registrados no Brasil no período.

Mas há ainda um longo caminho a percorrer, segundo Raquel Virgínia, que além de cantora e compositora é co-fundadora e CEO da Nhaí!, agência de ideias especializada em projetos dedicados às pautas de DE&I (diversidade, equidade e inclusão).

Sobre os casamentos homoafetivos, Raquel afirma que há dificuldades nas esferas pública e privada. "Na vida privada, há desafios nos círculos familiares e de amizades. São paradigmas que precisam ser quebrados e que, certamente, atrapalham a fluidez de um casamento", aponta.

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Raquel Virgínia - Divulgação

Uma feira como essa é importante para que haja o encontro e a construção de um ecossistema para a comunidade. É um espaço de troca e, quanto mais a comunidade trocar, mais vai se fortalecer

RAQUEL VIRGINIA

CEO DA NHAÍ E CONSULTORA DA AMSTEL PARA O TEMA DIVERSIDADE

"Depois, há a esfera pública. São questões que a sociedade desenvolveu, preconceitos difíceis de serem superados e que fazem com que o casamento ainda hoje seja um capítulo difícil para a gente transpor", diz.

Raquel ainda cita outra questão: "Dificuldades técnicas, de relacionamento com pessoas e empresas que, apesar de lidar com esse mercado, não estão preparadas para lidar com uniões homoafetivas".

Com esse cenário, um evento como a Feira Cultural de Diversidade LGBT+ chega em um momento importantíssimo. A 23ª edição será realizada nesta quinta-feira (dia 30) no Memorial da América Latina, em São Paulo.

Especialmente para o evento, a Amstel desenvolveu uma ação para casais homoafetivos interessados em realizar o casamento, em que poderão cumprir a burocracia legal mais facilmente e sem qualquer custo.

Aqueles que estiverem interessados deverão se cadastrar assim que chegarem ao espaço da Amstel na Feira. A ação vai realizar o sonho do casamento para os cem primeiros casais que se cadastrarem. Um ponto fundamental: é imprescindível que o casal resida na cidade de São Paulo.

"Temos um compromisso contínuo com a inclusão e diversidade em diversas frentes e trabalhamos há anos com a comunidade LGBTQIAPN+. Por isso, sempre buscamos realizar ações que, de fato, tenham impacto na vida das pessoas e que possam causar reflexão na sociedade", afirma Cecília Alexandre, diretora de marketing das marcas mainstream e economy do Grupo HEINEKEN no Brasil.

A ligação da Amstel com a Feira da Diversidade não é nova. Em 2022, a empresa levou ao evento um cartório e garantiu a retificação de nome de pessoas transgênero com o "Me Chame pelo Meu Nome". No ano passado, repetiu e ampliou o serviço e lançou um programa de apoio a empreendedores LGBT+. Um total de 1.400 pessoas, divididas entre a retificação de nomes e ações de acolhimento, foram beneficiadas.

Agora em 2004, haverá ainda um posto de coleta de doações para as vítimas das chuvas no Rio Grande do Sul.

PARADA

A Amstel é, também, patrocinadora oficial pelo sexto ano seguido da Parada do Orgulho LGBT+, que percorrerá a avenida Paulista, em São Paulo, no domingo (dia 2). Para o evento deste ano, a marca criou a campanha "SIM, I AM", em que celebra o poder do "sim" e os reflexos positivos que essa palavra pode ter para a comunidade.

Na Parada, a Amstel vai promover um show de Gloria Groove e fará a celebração de dois casamentos homoafetivos no alto de seu trio elétrico. Além disso, em uma ação inédita, vai estender uma bandeira de arco-íris gigante em toda a fachada do Masp.

A drag queen Gloria Groove
Gloria Groove, que estará no trio da Amstel na Parada do Orgulho LGBT+ - Divugação

Tudo isso para que essa comunidade possa enfrentar os desafios que ainda encontram pela frente, como os "paradigmas fantasiosos que a sociedade vai criando para perseguir essas pessoas", como diz Raquel Virgínia.

"As pessoas trans são ligadas à prostituição, as lésbicas têm um paradigma em relação à formação de família, as homoafetivas são ligadas a infecções sexualmente transmissíveis. No trabalho, as pessoas são relacionadas à vadiagem. Também há questões em relação à educação, como se a gente quisesse doutrinar todo mundo para ser LGBT+. Enfim, é um mundo de mitos que vai afastando a sociedade de um debate saudável sobre o tema e gera paradigmas que vão prejudicando essas vidas."

Feira Cultural da Diversidade da Parada LGBT+

Hoje, 30 de maio

Das 10h às 19h

Entrada gratuita

Memorial da América Latina

28ª Parada do Orgulho LGBT+ de São Paulo

Dia 2 de junho

A partir das 10h

Avenida Paulista

*Conteúdo patrocinado produzido pelo Estúdio Folha