Ao vencer a 6ª Rodada de Concessões Aeroportuárias, realizada pelo governo federal em 2021, a CCR Aeroportos conquistou 15 aeroportos de uma única vez, e a empresa se tornou uma das maiores operadoras aeroportuárias do paÃs.
A CCR assumiu ainda o Aeroporto da Pampulha, concedido pelo governo de Minas Gerais, em outubro de 2021, e tem participação no Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, operado desde 2013 pela BH Airport, juntamente com outros sócios.
A operação efetiva dos 16 aeroportos conquistados em 2021 teve inÃcio entre março e maio do ano passado. Hoje, a CCR Aeroportos opera 17 em 9 estados brasileiros e 3 no exterior: Quito (Equador), Juan SantamarÃa (Costa Rica) e Curaçao (Caribe), com capacidade de movimentação anual de cerca de 43 milhões de passageiros (base 2019).
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A gestão simultânea de tantos aeroportos traz inúmeros desafios operacionais. Mas a liderança e a experiência do Grupo CCR em mobilidade humana, setor em que atua há 23 anos, com serviços, concessão de rodovias e transporte urbano, possibilitaram à CCR Aeroportos criar um modelo inédito e inovador para a gestão e a modernização de seus novos aeroportos.
"Nenhuma empresa no mundo recebeu 16 aeroportos de uma só vez, para trocar contratos, fornecedores, manuais, funcionários, além da gestão e da cultura. Isso é inédito e estamos indo muito bem", afirma o comandante Miguel Dau, diretor de operações/COO da CCR Aeroportos.
Dau acumula mais de 40 anos na indústria da aviação civil e militar e em logÃstica: foi diretor de operações do Aeroporto Internacional de Guarulhos e do MetrôRio; é co-fundador da Azul Linhas Aéreas e foi vice-presidente da Varig; atuou também na Força Aérea Brasileira como Piloto de Caça. Hoje, está à frente da equipe que estruturou o modelo de operação padronizado e centralizado para a CCR Aeroportos, mas que respeita as diferenças e as caracterÃsticas regionais de cada aeroporto.
O primeiro passo para estruturar a operação foi a contratação de profissionais de várias áreas para formar, na sede corporativa, em São Paulo, a primeira camada de liderança. Esse time de gestão traçou a polÃtica e as normas a serem seguidas pelos 16 novos aeroportos em várias áreas, da segurança aos contratos com prestadores de serviços. "Nas pontas, os gestores dos aeroportos tocam a operação, seguindo as determinações da sede", diz o comandante Dau.
Essa forma de gestão é única na aviação e busca eficiência, padronização e excelência no atendimento, para gerar conforto e uma boa experiência para os passageiros e os usuários dos aeroportos.
Além disso, permite decisões rápidas e ganhos de escala que o gestor de um só aeroporto não conseguiria obter. Isso vale, por exemplo, para a aquisição de equipamentos, que pode ser feita para todos os aeroportos, com um poder maior de negociação com fornecedores.
Centro de Operações Integrado
Para aprimorar a gestão, a CCR Aeroportos estruturou um modelo inédito de War Room, centro de operações integrado que reúne e consolida informações de diversas áreas da empresa e de cada um de seus aeroportos, para a tomada de decisões estratégicas.
É possÃvel, por exemplo, acessar em tempo real as câmeras dos 16 aeroportos, checar filas e fazer a comunicação direta com cada um. Foram instaladas mais de mil câmeras extras em pontos estratégicos. "Isso gera capacidade de pronta resposta para o que o passageiro mais deseja, que é a rapidez", afirma Dau.
A nova estrutura permite às equipes de gestão da CCR Aeroportos administrar com base em quatro premissas: 1) acompanhar da sede, de maneira centralizada, as operações de cada aeroporto; 2) aconselhar os gestores nas pontas sobre procedimentos que podem melhorar a operação; 3) direcionar para que sigam as diretrizes de forma assertiva; 4) intervir em caso de crise, como em um eventual acidente grave, por exemplo.
"A gestão centralizada é uma tendência em várias empresas, porque padroniza e agiliza as decisões e facilita os investimentos tecnológicos. No caso de aeroportos, isso é especialmente vantajoso, porque gera ganho real, principalmente para aqueles aeroportos menos rentáveis", afirma Marcus Quintella, diretor da FGV Transportes, centro de estudos da Fundação Getulio Vargas para o setor.
"Com as concessões, os principais terminais do paÃs, assim como vários aeroportos menores e estratégicos, receberam grandes investimentos para a ampliação e o aperfeiçoamento da infraestrutura aeroportuária brasileira", diz Tiago Sousa Pereira, diretor da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
Segundo Pereira, entre 2012 e setembro de 2022, foram investidos R$ 19,6 bilhões nos principais aeroportos concedidos. "Esses investimentos geraram ganhos significativos para a capacidade operacional e a qualidade dos serviços oferecidos aos usuários", diz o diretor da Anac.
Outra iniciativa inédita da CCR Aeroportos foi a organização dos 16 novos aeroportos em quatro clusters. O sistema funciona assim: o principal aeroporto de uma região, além de gerir suas operações, auxilia os outros que compõem seu cluster. Dessa forma, o Aeroporto Internacional de Curitiba, por exemplo, que recebeu mais de 6 milhões de passageiros em 2019, último ano com movimento normal antes da pandemia, tornou-se o hub principal para um grupo que reúne os aeroportos de Joinville e Navegantes, em Santa Catarina, e Bacacheri, também na capital do Paraná. Já o aeroporto de Foz do Iguaçu, por onde passaram cerca de 2 milhões de pessoas em 2019, lidera o cluster em que estão os aeroportos de Uruguaiana, Bagé e Pelotas (todos no RS) e de Londrina no Paraná.
"Gerentes e profissionais mais seniores administram o aeroporto maior e acompanham as operações dos demais aeroportos de seu cluster, com a liderança da sede em São Paulo", afirma o comandante Dau. "Isso garante mais eficiência para a operação."
Segundo Miguel Dau, essa nova infraestrutura criada pela CCR Aeroportos está preparada para receber outros aeroportos. "Estamos prontos para qualquer oportunidade que se apresente, e o ganho de escala só tende a se acentuar.