Investimentos em inovação abrem novos caminhos

De olho no futuro, municípios brasileiros reformulam prioridades e adotam soluções tecnológicas para acelerar o desenvolvimento;conheça alguns exemplos

Investimentos em INOVAÇÃO abrem novos caminhos
Investimentos em INOVAÇÃO abrem novos caminhos - Shutterstock

Brasília (DF)

A capital do Distrito Federal mobiliza órgãos públicos como a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação e instituições como Sebrae, Senai e Universidade de Brasília (UNB) para apoiar o setor de tecnologia em projetos como wi-fi social e Reciclotech (reciclagem de lixo eletrônico), além de promover cursos de capacitação gratuitos. Por meio da análise de dados, a cidade pretende monitorar buracos de rua e bueiros entupidos para buscar soluções permanentes. Aplicativos também agilizam o acesso da população a serviços públicos.

Campinas (SP)

Conta com um programa de desenvolvimento inteligente que usa a tecnologia para melhorar a eficiência dos serviços públicos e promover intervenções urbanas. Uma das medidas visa a desburocratização dos processos municipais, com a diminuição do prazo para abertura de empresas, por exemplo. Em relação à mobilidade, a cidade já possui ônibus elétricos que correm por faixas exclusivas monitoradas, mas busca a melhoria das vias para pedestres e a ampliação das ciclovias, além da implementação de uma rede de semáforos inteligentes até 2024.

Curitiba (PR)

A cidade segue uma agenda de apoio à transformação econômica, digital e sociocultural. A Agência Curitiba, por exemplo, é responsável pela política de empreendedorismo e inovação, com projetos como Bom Negócio, Worktiba e Espaço Empreendedor. Também aprimorou a legislação municipal referente à tecnologia e organiza eventos para capacitação e educação empreendedora. Investe e estimula de forma permanente o desenvolvimento tecnológico por meio de startups (Programa Sandbox Curitiba) e promove iniciativas públicas e privadas voltadas para reurbanização e sustentabilidade, como as "ruas inteligentes".

Florianópolis (SC)

A mobilidade é um dos destaques, com mais de 28 km de ciclovias para cada 100 mil habitantes (índice cinco vezes superior ao de São Paulo), além do sistema de bilhete eletrônico no transporte público e semáforos inteligentes. A prefeitura mantém um convênio com a Associação Catarinense de Empresas de Tecnologia e com a Associação Comercial e Industrial de Florianópolis no desenvolvimento de um Laboratório de Inovação Urbana na busca por soluções inteligentes para a cidade. Um dos exemplos é a instalação de roteadores de w-fi e câmeras na rua Vidal Ramos, que integra um sistema de monitoramento para lojistas e moradores com acesso pelo smartphone.

Rio de Janeiro (RJ)

A capital fluminense criou em 2021 a Coordenadoria Técnica de Cidade Inteligente para desenvolver projetos sustentáveis de planejamento urbano, mobilidade, inovação e tecnologia. Uma de suas missões é expandir e modernizar o Centro de Operações Rio (COR), que busca soluções inteligentes e atua na implantação de processos mais ágeis na gestão de risco da cidade. O COR também é responsável pela gestão dos dados de mais de 770 câmeras que monitoram as ruas do Rio, 116 equipamentos medidores de chuva, 7.800 ônibus monitorados por GPS e radar meteorológico com 140 quilômetros de raio de alcance, entre outros.

Salvador (BA)

A capital baiana implementou um Plano Diretor de Tecnologias da Cidade Inteligente que define políticas públicas para o setor pelos próximos 30 anos. Até 2024, a previsão é de investimento de R$ 2,1 bilhões em tecnologia e inovação. Entre os projetos estão a implementação de mais de 800 km de fibra óptica para conectar prédios municipais – incluindo mais de 430 escolas e 240 unidades de saúde – e oferecer wi-fi gratuito à população. A cidade também prevê a digitalização dos serviços ao cidadão, a modernização da iluminação pública, o monitoramento ambiental inteligente, o aumento da oferta de telemedicina e a gestão inteligente do lixo.

São Caetano do Sul (SP)

A cidade do ABC paulista instituiu soluções inteligentes que universalizam o acesso a serviços públicos. No sistema de saúde, por exemplo, prontuários eletrônicos e a marcação de consultas e exames online tornaram o atendimento mais ágil e eficiente. A cidade também disponibiliza conexão à internet via wi-fi em praças e parques públicos. Com mais de 350 câmeras operadas pelo Centro de Gerenciamento de Emergência, São Caetano do Sul consegue dar respostas rápidas a problemas que acontecem pela cidade, além de tornar as ruas mais seguras.

São José dos Campos (SP)

Foi a primeira cidade brasileira a ser certificada pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). Entre os projetos que tornam o município do Vale do Paraíba uma cidade inteligente estão o CSI (Centro de Segurança e Inteligência), a Linha Verde com ônibus 100% elétricos, a cobertura de 100% das áreas urbana e rural com lâmpadas de LED, o sistema de estacionamento rotativo, semáforos inteligentes, entre outras iniciativas. A cidade também conta com o programa Educação 5.0, que prevê a transformação digital das escolas municipais com acesso a novas tecnologias e ambientes virtuais.

São Paulo (SP)

A capital paulista se destaca pela ampla oferta de modais de transporte disponíveis e pela facilidade para acessá-los. A cidade foi uma das primeiras a ter bilhete eletrônico e oferece integração entre modais e pagamento com pix.

Os moradores têm à disposição serviços de compartilhamento de carros, bikes e patinetes. São Paulo também apresenta cerca de 700 km de ciclovias e ciclofaixas. A capital paulista conta ainda com um Centro de Inovação Verde, que visa incentivar o surgimento e o crescimento de startups que desenvolvem tecnologias sustentáveis.

Vitória (ES)

O destaque são os investimentos em saúde, que têm reduzido mortes e aumentado a disponibilidade de leitos e médicos. Soluções tecnológicas possibilitam agendamentos, confirmação e cancelamento de consultas online. Na educação, os pais podem fazer matrículas e acessar dados e notas dos alunos via aplicativo. O Centro Inteligente de Segurança usa dados para tornar a cidade mais segura.

Com 70 câmeras em operação, o sistema de monitoramento gera um banco de dados de veículos compartilhados com a Guarda Municipal e a Polícia Militar, auxiliando na identificação de carros roubados e atividades suspeitas.