O desenvolvimento de um paÃs passa por crescimento, geração de receitas e de empregos e baseado em cadeias produtivas inovadoras que possam multiplicar riquezas. Nesse contexto, o papel da indústria para o Brasil é vital e seu crescimento é preponderante para contribuir na aceleração dos indicadores sociais e econômicos do paÃs, assegurando sua inserção competitiva nas cadeias globais de produção.
Os números exibidos pela indústria brasileira não deixam dúvidas quanto à necessidade de o setor ser apoiado e estimulado, uma vez que é um player essencial para a recuperação econômica do paÃs.
É a indústria que gera maior riqueza, salários e desenvolvimento em pesquisa. Em 2021, o setor como um todo respondeu por 22,2% do PIB (Produto Interno Bruto), que é a soma de todas as riquezas produzidas no paÃs. Em 2011, essa participação era maior, de 27,2%. Das exportações brasileiras, é responsável por 71,8% e 66,4% dos investimentos privados em P&D (Pesquisa e Desenvolvimento), segundo o Perfil da Indústria Brasileira.
Apesar desses dados expressivos, o objetivo das lideranças industriais é avançar e retomar o nÃvel de relevância na economia nacional registrado no passado.
"Para a economia brasileira crescer e gerar mais riquezas e empregos, é essencial que a indústria nacional retome seu protagonismo e aumente sua participação no PIB", afirma Robson Braga de Andrade, presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria).
O setor industrial brasileiro é o que tem maior capacidade para dinamizar a economia e multiplicar riquezas. A cada R$ 1 produzido na indústria são gerados R$ 2,43 na economia como um todo. No agronegócio brasileiro, para essa mesma proporção, a geração é de R$ 1,75. Nos setores de comércio e serviços, de R$ 1,49.
"O setor industrial é o que paga os melhores salários e tem maior porcentagem de empregados formais, que mais paga impostos. Enquanto a indústria representa 22,2% do PIB, responde por 32,9% da arrecadação", afirma Pedro Wongtschowski, presidente do Conselho de Administração do Grupo Ultra/Ultrapar e coordenador do MEI (Movimento Empresarial pela Inovação).
A indústria também contribui com o financiamento do Estado brasileiro em parcela muito superior à sua participação na economia. Em 2020, o setor arcou com 38% da soma dos tributos federais, do ICMS e das Contribuições Previdenciárias.
O segmento pode ainda puxar o crescimento de outros setores da economia nacional. Um exemplo é a agropecuária que, em parte, obtém alta produtividade em razão dos insumos fornecidos pelo setor industrial, como ferramentas, máquinas e equipamentos com grande conteúdo tecnológico.
Outros números da indústria são superlativos. Responde, por exemplo, por cerca de 10 milhões de postos de trabalho, o equivalente a 20% dos empregos formais do paÃs. "É o segmento cujo efeito multiplicador sobre a economia é mais amplo. Gera mais reais para economia do que agricultura, comércio e serviços", acrescenta Wongtschowski.
Além de responder por boa parte dos empregos gerados no paÃs, assegura ainda postos de trabalho de maior qualificação e mais bem remunerados.
No caso dos salários, a média na indústria é 28% maior que a registrada no paÃs para pessoas com o ensino superior completo, segundo dados da CNI. Para trabalhadores com o ensino médio, a diferença a maior paga pela indústria é de 13%.
Apesar dessa expressiva contribuição para a economia, a indústria nacional recebeu em 2021 um aporte de 12,13% da renúncia tributária federal, o que corresponde a apenas 0,4% do PIB.
QUESTÃO AMBIENTAL
A indústria também dá importante contribuição na pesquisa e desenvolvimento para incorporação de tecnologias limpas, tornando os processos produtivos cada vez mais eficientes e sustentáveis.
O presidente da CNI afirma que o Brasil não pode ficar fora desse processo. Segundo ele, o paÃs tem imenso potencial para ser protagonista no processo de descarbonização da economia global.
"Nossa matriz energética conta com 84% de fontes renováveis. Somos um dos maiores produtores de alimentos do mundo e o segundo maior produtor de biocombustÃveis", afirma Andrade.
Ainda de acordo com o presidente da entidade, com o apoio da indústria, é possÃvel o paÃs ser parte da solução das questões climáticas Por isso, é o momento de a indústria retomar sua importância, inclusive na produção mundial, quando chegou a ser a oitava do mundo. "Precisamos aproveitar os enormes desafios e as oportunidades que se abrem para a nossa indústria, para a nossa economia e para nossa sociedade", conclui o presidente da CNI.