Em 2022, 70% dos alunos que entraram em uma graduação do ensino privado escolheram cursos em EAD. A modalidade está crescendo também na pós-graduação. Os motivos são vários, entre eles mensalidades mais baratas e flexibilidade de horário. Cursos de pós com foco em gestão, negócios e inteligência artificial estão atraindo profissionais que querem ampliar o conhecimento. Para aqueles que querem concluir a escolarização básica, há um programa em EAD que oferece essa possibilidade em tempo reduzido. Saiba mais nas páginas a seguir.
EAD atinge mais de 70% dos alunos de graduação de faculdades privadas
Vários fatores explicam a expansão da modalidade, entre eles, flexibilidade de horários e custo menor para estudantes
Mais de 70% dos alunos que entraram no ensino superior optaram pelo ensino a distância. De 2012 a 2022, o número de cursos de EAD no paÃs aumentou 700%.
Os dados acima são do Censo da Educação Superior referente a 2022, que foi divulgado pelo Ministério da Educação (MEC) em outubro.
A modalidade EAD tornou-se bastante atrativa para os estudantes brasileiros. E são vários os fatores para essa nova realidade.
"Teve um impulso ocasionado pela pandemia. Não era a EAD pura, foi algo emergencial, não tivemos a formação adequada de professores, preparação de conteúdos. Mas foi uma mudança que agradou a muita gente que teve contato com a modalidade", afirma João Mattar, presidente da ABED (Associação Brasileira de Educação a Distância).
"Outro motivo é financeiro. As mensalidades normalmente são mais baratas (do que as do modelo presencial). O valor depende da instituição, mas pode chegar a 50% do valor do curso presencial. É uma diferença brutal", diz.
Mattar prossegue: "Tivemos também um grande aumento dos polos de EAD. São os locais em que os alunos realizam eventuais atividades presenciais. Isso possibilitou que muita gente que morava em locais distantes, que não tinham instituições de ensino superior, pudesse cursar em sua própria cidade. Houve uma interiorização da possibilidade de estudo".
Outro fator é a flexibilidade. Alunos que trabalham, que gastam muito tempo indo e voltando para casa, preferem a EAD porque podem acessar os conteúdos no horário que desejarem.
A expansão da EAD, para Mattar, é um indicador da democratização do ensino superior no Brasil.
"Ela alcança vários lugares do Brasil que não têm educação presencial. Outro ponto são os alunos que possuem necessidades especiais. Na EAD, há, por exemplo, softwares para alunos surdos, para alunos cegos. E quando a EAD cresce em escala, permite a redução do preço da mensalidade. Alunos que não tinham dinheiro (para pagar no modelo presencial) conseguem fazer um curso."
Quando o assunto é EAD, um tema que sempre aparece é a qualidade do ensino. Será que é a mesma da que existe no modelo presencial? Mattar garante que sim.
"Temos inúmeros estudos que mostram que a qualidade é tão boa ou até melhor do que a do presencial. Isso não quer dizer que não existam cursos a distância com qualidade inferior, e isso existe também no presencial. O MEC pode descadastrar esses cursos. A ABED defende que todos os cursos sejam fiscalizados."
Recentemente, um grupo de trabalho constituÃdo pelo MEC para discutir o ensino a distância para graduações de direito, odontologia, enfermagem e psicologia apresentou relatório em que faz ressalvas à EAD para esses cursos. Será realizada uma consulta pública para discutir o relatório. Mattar discorda da visão do grupo.
"Esses cursos não podem ser proibidos de serem cursados a distância, até porque os cursos são feitos 100% a distância. Há aulas presenciais. Um curso de enfermagem obviamente exige uma carga horária presencial, para que o aluno faça atividades práticas", avalia Mattar.
"O que precisa ser feito é discutir a carga horária mÃnima presencial. Uma boa parte desses cursos pode perfeitamente ser feita a distância."
*Conteúdo patrocinado produzido pelo Estúdio Folha