Domínio de segundo ou terceiro idioma turbina carreira

Escolas promovem ações para estimular conexão de alunos com outras culturas e ambientes

Saber falar bem inglês deixou de ser algo desejável em um currículo e passou a ser pré-requisito para quem espera ter uma sólida formação acadêmica e construir uma carreira bem-sucedida profissionalmente.

É por isso que, na opinião de Kevin Sorger, presidente da Organização das Escolas Bilíngues (OEBI) e diretor-mantenedor da escola Kindy Global School, muitas famílias brasileiras estão optando por matricular os filhos em instituições em que as crianças estarão imersas em outro idioma além do português.

"Conheço diversos pais que relatam que sofreram na carreira por falta de conhecimentos de inglês, perderam vagas por não dominar a língua. Então eles não querem que os filhos passem por isso", diz Sorger.

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Segundo ele, muitas mães e pais procuram escolas bilíngues porque têm o desejo que os filhos façam a graduação em universidades fora do país.

"Esse é um dos principais motivos da procura dos pais por escolas bilíngues", diz. "A maioria dos brasileiros que quer fazer faculdade americana passa por contratempos. Um deles é o teste de inglês. Se o jovem estudar em uma escola bilíngue, que oferece um certificado ou currículo internacional, a criança não precisa fazer o TOEFL, por exemplo."

Outro ponto, segundo Sorger, é que muitos jovens que vão fazer faculdade em um país de língua inglesa precisam passar seis meses estudando apenas inglês, para reforçar o conhecimento no idioma, e só depois eles vão cursar as aulas regulares da faculdade. Assim, já gastarão um tempo a mais para se formar. Se a pessoa estudou em uma escola bilíngue, ela não precisa passar por isso, porque falará fluentemente a língua.

Costumes

Não é porque é bilíngue que a escola obrigatoriamente costura conexões culturais dos alunos com os costumes de outros países. Mas muitas delas o fazem, de acordo com Sorger.

"A maioria faz a celebração de feriados como o Dia de Ação de Graças, dos Estados Unidos, por exemplo. Montam apresentações de teatro ao longo do ano, com temas que tratam de histórias de outros países. Isso faz com que o aluno vá perdendo a vergonha de falar inglês, se sinta mais confortável. Porque essa é uma das dificuldades de quem está aprendendo uma segunda língua: criar confiança."

Nesse sentido, diz Sorger, as escolas fazem com que os alunos se conectem mais fortemente a outras culturas e outros ambientes. "São ações que vão 'internacionalizando' a criança. Escolas bilíngues levam seus alunos para participar de projetos acadêmicos ou competições esportivas em países como EUA ou Canadá, com crianças do mundo inteiro."

Trabalhar fora

Além do desejo de cursar uma graduação no exterior, muitos jovens que passam por escolas bilíngues procuram construir uma carreira profissional em outros países.

"Para isso, é essencial saber falar bem o inglês", afirma Sorger. "Não apenas para quem vai morar em outro lugar. Muita gente trabalha em uma multinacional e tem o sonho de ganhar vaga em outro país. Mas só vai conseguir se tiver o domínio da língua do país de origem da empresa."

Um bom conhecimento do inglês pode turbinar também a carreira doméstica. Muitas empresas multinacionais são brasileiras ou operam no Brasil, uma das principais economias da América Latina.

Para saber falar bem outra língua, vale passar um tempo em outro país? Segundo Sorger, sim, mas há um problema: "Se a pessoa decidir morar fora do país, por um ano ou um pouco mais, ela pode até aprender a língua, mas se voltar ao Brasil e não praticar bastante, com certeza vai perder muito do que aprendeu".

Ele próprio é um exemplo. "Nasci na Austrália, mas, se fico muito tempo sem falar inglês, acabo me perdendo, esqueço várias palavras. Tenho que ficar pensando nas palavras que vou dizer, não é mais algo automático. Já fiquei alguns meses sem falar inglês, apenas português e espanhol, e tive dificuldades depois."

Mercado aquecido

Não apenas o estado de São Paulo, mas todo o país está assistindo a um crescimento do mercado de escolas bilíngues.

Segundo Sorger, o primeiro boom desse setor ocorreu em 1990. "Foi quando tivemos a inauguração de muitas escolas em São Paulo, principalmente para o ensino médio. Depois, tivemos outro em 2008, quando começamos a ter instituições bilíngues para o todo o ensino fundamental. Em 2015, vimos um novo crescimento. Neste ano, estamos tendo outro boom, e agora em caráter nacional. Todos os estados do Brasil têm no mínimo duas escolas bilíngues. É um crescimento exponencial", aponta.

Além da expansão, está havendo uma consolidação no mercado. "Muitas empresas estrangeiras estão comprando escolas no Brasil, está havendo um investimento por meio de grandes redes. Elas estão comprando não apenas escolas pequenas, mas de portes médio e grande", argumenta Sorger.

Parcerias internacionais

Diversas escolas brasileiras firmaram parcerias com instituições do exterior para criar cursos com currículos internacionais e, assim, facilitar o ingresso dos jovens em graduações de outros países.

É o caso do Magno/Mágico de Oz, que, em parceria com a University of Missouri, oferece programas para estudantes a partir do fundamental 2.

Alunos do sexto ao oitavo ano do fundamental têm a opção de cursar o Mizzou Global Scholars, com carga horária de quatro horas semanais, com professores nativos.

Quem está no nono ano do fundamental até a segunda série do médio pode cursar o Magno High School, que faz a equivalência com o currículo americano.

*Conteúdo patrocinado produzido pelo Estúdio Folha