Construir uma carreira como médico é o sonho de muitos jovens brasileiros. E é um desafio transformar esse desejo em realidade.
Historicamente, a graduação em medicina sempre esteve entre as mais concorridas no paÃs. A nota de corte nos vestibulares é das mais altas entre todos os cursos oferecidos.
Nesse cenário, os vestibulares de meio de ano, realizados por diversas instituições privadas e algumas públicas, surgem como uma chance extra para quem busca uma vaga nesse curso.
Segundo Marcelo Lameirão, diretor pedagógico do curso pré-vestibular Hexag, os vestibulares de medicina no meio do ano já são uma realidade consolidada em algumas instituições públicas, como a Universidade Federal de Uberlândia (UFU), a Universidade Federal do Tocantins (UFT) e a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) (nesta última, o processo seletivo se encerrará no final do ano).
"Quem deseja uma universidade pública, tem algumas opções no meio do ano", disse Lameirão. No entanto, a maioria das oportunidades está nas instituições privadas, que, apesar das mensalidades elevadas (o valor mais baixo, em São Paulo, é de cerca de R$ 9 mil/mês), podem oferecer bolsas aos melhores colocados, tornando o processo ainda mais competitivo e atraente para quem tem alto desempenho.
Priscilla Alcici, head pedagógica do Aprova Total, reforça que o vestibular de inverno é ainda uma segunda chance para aqueles que não foram aprovados no final do ano anterior. E podem servir como preparação para os próximos processos seletivos.
"O estudante de Medicina precisa de uma maturação diferente, é um aluno de alto desempenho, que estuda de oito a dez horas por dia", explica Lameirão. O equilÃbrio emocional é outro ponto crucial, já que a pressão (interna e externa) pode ser determinante para o sucesso ou fracasso no vestibular.
Priscilla Alcici observa que, com polÃticas afirmativas como Prouni e Fies, mudou o perfil socioeconômico dos candidatos a vagas nas universidades privadas. "Antigamente, a maioria dos vestibulandos era de classes mais altas. Hoje, observamos muitos estudantes de baixa renda tentando medicina, graças à s bolsas e financiamentos."
Mesmo com o aumento da oferta de vagas, gerado pela abertura de faculdades particulares, a dificuldade para ingressar em medicina nas universidades públicas continua muito grande.
"Houve aumento da nota de corte, tornando o processo ainda mais competitivo", afirma Lameirão. Ele cita que, no último vestibular da UERJ, só passou quem teve nota acima de 98 (em um total de 100), enquanto na USP a relação candidato/vaga chegou a 117,7, com nota de corte de 79 na primeira fase da Fuvest.
Preparação
A preparação para o vestibular de medicina exige não apenas dedicação, mas uma boa estratégia de estudos.
Lameirão recomenda que o candidato direcione metade do tempo de estudo para as provas especÃficas das instituições que pretende prestar, analisando editais, resolvendo provas anteriores e identificando lacunas de conhecimento. "É preciso manter uma rotina com energia e foco."
Alcici reforça a importância da organização: "O estudante deve focar nos conteúdos que mais caem nos vestibulares, revisitar provas anteriores e otimizar o tempo de estudo". Ela destaca a necessidade de pausas e cuidados com a saúde fÃsica e mental, pois o cansaço pode comprometer o rendimento. "O cérebro absorve conteúdos, mas precisa de um tempo para decantar o que foi aprendido."
Além disso, entender a estrutura das provas é fundamental. "Muitos vestibulares focam em determinados temas de ciências da natureza, então o estudante pode prestar mais atenção nesses pontos", afirma Alcici.
Saber administrar o tempo durante a prova, identificar quais são as questões mais fáceis e conhecer os diferentes formatos de redação são habilidades que podem fazer a diferença na disputa por uma vaga em um curso tão concorrido.
Quem vai prestar vestibular agora terá um desafio adicional, segundo Lameirão: o impacto tanto da pandemia como da reforma do ensino médio. "Esta geração teve um déficit de conteúdo em algumas disciplinas, como fÃsica e biologia, devido à diminuição da carga horária", observa. Mas o nÃvel de exigência da maioria dos vestibulares continua o mesmo. "Não é culpa dos estudantes, mas do processo pelo qual passaram", avalia ele.
Cursos
Uma das mais conceituadas universidades na área de saúde, o Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein tem neste meio de ano vagas abertas para cursos como enfermagem, com inscrições até o próximo dia 26 (o de medicina voltará a abrir no final de 2025).
"O curso de enfermagem Einstein se destaca por oferecer uma formação completa, que alia excelência acadêmica com prática consistente desde os primeiros semestres. Um dos grandes diferenciais é a integração direta com o sistema de saúde da própria organização. Isso permite que os alunos vivenciem, desde cedo, a realidade da profissão em um ambiente de alta complexidade e inovação", conta Andréa Gomes da Costa Mohallem, coordenadora da graduação em enfermagem do Einstein.
A Universidade de Mogi das Cruzes (UMC) também abrirá no final do ano as vagas para quem quer cursar medicina. "Fornecemos todas as condições para o aluno desenvolver sua vocação, desde o primeiro semestre, através de convênios municipais e estadual. O discente experimenta, na prática, o atendimento direto à população, estimulando a formação de médicos socialmente responsáveis", afirma a chanceler e reitora da UMC, Regina Coeli Bezerra de Melo.
*Conteúdo patrocinado produzido pelo Estúdio Folha