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Boas práticas, tecnologia e sustentabilidade ampliam conexão de Mato Grosso com o mundo

Colheita de soja em Mato Grosso; estado é responsável por 10,2% da produção mundial

Colheita de soja em Mato Grosso; estado é responsável por 10,2% da produção mundial Secom

Mato Grosso está cada vez mais conectado com o mundo. Essa conexão se dá, principalmente, na adoção de boas práticas reconhecidas pelos países que são seus parceiros institucionais e comerciais, sobretudo na questão da segurança alimentar, que é uma das prioridades do planeta.

Afinal, é fundamental que a produção e a oferta de mais alimentos passem pela adoção de modernas tecnologias agrícolas, preservação do meio ambiente, ações de sustentabilidade e, ao mesmo tempo, pelo combate ao desmatamento e na promoção de inclusão social.

E é isso que o estado tem feito. O resultado dessa política é positivo. Mato Grosso obteve investimentos de diversos países tanto para a produção como para a preservação em diversas áreas de atuação.

“Somos um estado conectado com o mundo. De um lado, somos grandes exportadores de alimentos e, de outro, as boas práticas adotadas aqui, em relação à sustentabilidade e à produtividade, são reconhecidas por países desenvolvidos como Alemanha, Reino Unido, Holanda e Noruega, entre outros, que investem nos nossos projetos”, disse o secretário de Desenvolvimento Econômico de Mato Grosso, César Alberto Miranda Lima dos Santos Costa.

Mato Grosso é o maior produtor de grãos e de bovinos do Brasil. Responde por 10,2% da produção mundial de soja e tem a maior economia agropecuária do país. Do PIB (Produto Interno Bruto) estadual, que é a soma das riquezas produzidas no território mato-grossense, o agronegócio representa 52%.

"Somos um estado conectado com o mundo. De um lado, somos grandes exportadores de alimentos e, de outro, as boas práticas adotadas aqui, em relação à sustentabilidade e à produtividade, são reconhecidas por países desenvolvidos como Alemanha, Reino Unido, Holanda e Noruega, entre outros, que investem nos nossos projetos"

César Alberto Miranda Lima dos Santos Costa, secretário de Desenvolvimento Econômico de Mato Grosso

Para se ter uma ideia da força desse setor, no PIB brasileiro o agro equivale a 22% do total, ou seja, a força do agro de Mato Grosso é mais de duas vezes maior do que a do agro nacional. O estado ainda registrou, nos últimos 16 anos, o maior crescimento de PIB no Brasil: 616,2%.

Além disso, é o estado que mais diminuiu o desmatamento no país. O aumento de produtividade evitou a abertura de novas áreas, o que possibilita manter 62% do território estadual preservado.

Estado de Mato Grosso é o maior produtor de bovinos do Brasil, com participação nacional de 14,8%
Estado de Mato Grosso é o maior produtor de bovinos do Brasil, com participação nacional de 14,8% - Secom

Um dos fatores que contribuem para esse bom desempenho é Mato Grosso possuir uma legislação ambiental mais rígida que o Código Florestal Brasileiro, de acordo com Santos Costa. “Mas não basta apenas uma boa legislação. É preciso ter ações bem definidas para preservar, fiscalizar e punir os infratores. É preciso ter vontade política”, afirmou.

Segundo o secretário, a Secretaria do Meio Ambiente é muito atuante e também recebeu vários investimentos para combater o desmatamento ilegal. “Isso ajuda muito”, reforçou Santos Costa.

RECONHECIMENTO

Entidades internacionais têm aprovado a adoção de boas práticas por parte de Mato Grosso, indicando que o caminho deve ser mantido e expandido. Uma delas é a Unido (Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial).

O representante da entidade para o Brasil e Venezuela, Alessandro Amadio, reconhece os bons resultados obtidos pelo estado. “Mato Grosso está demonstrando que tem políticas públicas bem definidas e estruturadas e que tem um olhar de longo prazo. Entende a demanda do mercado”, afirmou Amadio.

O Banco Mundial, organismo internacional de desenvolvimento que apoia países pobres e em desenvolvimento com assistência técnica e financiamentos, também avalia positivamente a situação de Mato Grosso. “Apesar da pandemia, que afetou os mais diversos mercados, o estado está com todas as suas contas em dia e tem uma situação fiscal privilegiada”, disse Alexandre Kossoy, especialista financeiro sênior do departamento de Mudança do Clima do banco.

"Mato Grosso está demonstrando que tem políticas públicas bem definidas e estruturadas e que tem um olhar de longo prazo. Entende a demanda do mercado"

Alessandro Amadio, representante da Unido (Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial) para o Brasil e a Venezuela

Em 2019, Mato Grosso obteve do Banco Mundial um empréstimo de US$ 250 milhões para auxiliar na sua recuperação fiscal e na sustentabilidade ambiental. As discussões entre a instituição e o governo estadual foram iniciadas em 2017.

"Apesar da pandemia, que afetou os mais diversos mercados, o estado está com todas as suas contas em dia e tem uma situação fiscal privilegiada"

Alexandre Kossoy, especialista financeiro sênior do departamento de Mudança do Clima do Banco Mundial

Naquela época, as situações do estado nas áreas fiscal e ambiental eram bem menos favoráveis. O financiamento foi atrelado a metas mensuráveis que estão sendo cumpridas. Uma delas é a redução de 30% do desmatamento ilegal.

PRODUTIVIDADE ALTA

Mato Grosso não adotou somente ações contra o desmatamento ilegal, mas sim para preservação de seu território, que faz parte da Amazônia Legal. O estado e seus produtores têm conseguido aliar desenvolvimento sustentável, que envolve o desenvolvimento social, econômico e ambiental, e ampliar a produtividade.

O estado, que é líder nacional na produção de soja, já colhe os resultados do aumento da produtividade, pois consegue produzir mais por hectare, ajudando assim a eliminar o desmatamento ilegal para abertura de novas áreas de plantio.

No começo dos anos 2000, a área destinada à soja era de 4,5 milhões de hectares (cada hectare tem 10 mil metros quadrados). No ano passado, chegou a 16,8 milhões de hectares, ou seja, a área aumentou cerca de 3,7 vezes. No mesmo período, a produção saltou de 13,2 milhões de toneladas para 72,8 milhões de toneladas, crescimento de 5,5 vezes.

Algodão cultivado em Mato Grosso representa 69% da produção nacional
Algodão cultivado em Mato Grosso representa 69% da produção nacional - Secom

Na criação de bovinos, o aumento da produtividade foi ainda maior. Segundo dados do Imac (Instituto Mato-Grossense da Carne), nos últimos 16 anos, o estado manteve sua área de pastagem entre 20 a 22 milhões de hectares, enquanto a produção saltou de 31,4 kg de carcaça/hectare para 73,5 kg de carcaça/hectare.

"Mato Grosso é o farol do mundo quando falamos em desenvolvimento sustentável e conservação"

Caio Penido, presidente do Imac (Instituto Mato-Grossense da Carne)

De acordo com Caio Penido, presidente do Imac, o estado tem o maior rebanho bovino do país e ainda mantém elevados índices de conservação de biodiversidade nativa, tanto em áreas públicas quanto dentro das propriedades rurais, além de ter entre seus biomas grande parte de Floresta Amazônica conservada. “Mato Grosso é o farol do mundo quando falamos em desenvolvimento sustentável e conservação”, declarou Penido.

Para o presidente do Sindifrigo(Sindicato das Indústrias de Frigoríficos de Mato Grosso), Paulo Bellicanta, além de alcançar maiorprodutividade, o estado tem conseguido aumentar as exportações. “As exigências sanitárias para exportação são elevadas, e cumprimos todas. Nosso padrão de qualidade é internacional”, disse Bellicanta.

"As exigências sanitárias para exportação são elevadas, e cumprimos todas. Nosso padrão de qualidade é internacional"

Paulo Bellicanta, presidente do Sindifrigo (Sindicato das Indústrias de Frigoríficos do Estado de Mato Grosso)

INVESTIMENTOS PRIVADOS

Mato Grosso também é destino de investimentos privados internacionais. Um deles é a usina de etanol de milho da Inpasa, em Sinop (503 km de Cuiabá), que recebeu aporte de mais de R$ 1 bilhão. Inaugurada em 2020, criou mais de 280 empregos diretos e cerca de 1,5 mil indiretos. Além do etanol, a usina produz energia elétrica renovável, alimento para bovinos e óleo.

Hoje, Mato Grosso é o maior produtor de etanol de milho do continente, e a usina de Sinop é a maior usina de etanol de milho da América Latina. A produção será de 460 milhões de litros de etanol por ano, moendo 1 milhão de toneladas de milho. Há 13 empresas do setor em operação no território mato-grossense. Mais da metade usa o milho para a produção do etanol.

Mas nem só do agronegócio vive a economia de Mato Grosso. O estado abriga mais de 300 indústrias de transformação, que atuam nos setores de ração, adubo, plástico, sabão e borracha, entre outros.

Para Domingos Garcia Sales, diretor da Maxvinil, empresa que atua no segmento de indústria química, plástico e geração de energia, essa força industrial dá suporte para produção do agronegócio e gera empregos, movimentando ainda mais a economia. “Somos um estado jovem e estamos começando a nos destacar. Vamos ficar cada vez mais competitivos no cenário nacional”, declarou Sales.

CHINA

A China é o maior parceiro comercial de Mato Grosso. O país asiático é responsável por 30% do que o estado comercializou no mercado externo em 2020. É também o segundo maior parceiro quando o tema é importação. Para estreitar os laços com esse importante parceiro comercial, o governo mato-grossense estuda abrir uma representação naquele país.

A ideia, segundo a assessora internacional da Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Mato Grosso, Ariana Guedes, é ter a China como base e atuar na promoção institucional e de negócios do estado em toda a Ásia. Ela está em missão internacional naquele país há um ano.

“Estamos estudando o melhor modelo para termos uma estrutura comercial e institucional na China e, dessa base, buscar oportunidades em toda a Ásia. Nosso estado é agro, e ele não avança sem tecnologia, e a China oferece muitas oportunidades”, contou Ariana.

Para aumentar as exportações Mato Grosso conta com apoio da Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos). “Nossos escritórios na China (em Pequim e Xangai) apoiam fortemente as ações de interesse do governo e do setor privado de Mato Grosso no país”, afirmou Márcio Rodrigues, assessor da Apex.

Mato Grosso mantém parcerias internacionais

Mato Grosso tem várias parcerias internacionais, tanto na iniciativa privada, em investimento direto na produção, quanto com governos, sempre tendo em vista o desenvolvimento do estado com ações de preservação ambiental.

Uma dessas parcerias com governos envolve Alemanha e Reino Unido e foca principalmente na redução das emissões de carbono e a preservação da floresta. Trata-se do REM-MT, por meio do qual o estado recebe recursos por ter conseguido reduzir em 86% o desmatamento florestal em seu território, de 2004 a 2014.

Os recursos do REM, que é a sigla em inglês para Pioneiros na Redução das Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal, já somam mais de 44 milhões de euros (cerca R$ 308 milhões), graças à articulação realizada pelo governo de Mato Grosso.

Além de ações contra o desmatamento, o programa abrange agricultura familiar e de povos e comunidades tradicionais; territórios indígenas; produção, inovação e mercados sustentáveis e fortalecimento institucional.

"Mato Grosso mostra que é capaz de receber investimentos internos e externos e administrar da melhor forma"

Alice Thuault, diretora-adjunta do ICV (Instituto Centro de Vida)

“O REM atua com pequenos e médios produtores de gado, para que toda a cadeia seja livre de desmatamento. Há também ações com plantadores de soja, manejo florestal, entre outros. O programa traz tecnologia para o produtor e procura evitar danos ao meio ambiente”, disse a coordenadora do REM-MT, Ligia Nara Vendramin.

Com recursos do REM também foi desenvolvida uma plataforma de monitoramento com imagens de satélite. É um sistema de detecção de desmatamento em tempo real de alta resolução que permite um monitoramento ambiental preventivo. Atua no controle e combate do desmatamento ilegal em toda a extensão de Mato Grosso, que é utilizado pela Secretaria de Meio Ambiente nas ações e fiscalização contra o desmatamento ilegal.

Ainda com aportes do programa REM, no último dia 11 de março, o governo de Mato Grosso anunciou investimento de R$ 73 milhões em ações de monitoramento, responsabilização, fiscalização, prevenção e combate ao desmatamento ilegal e aos incêndios florestais.

"O REM atua com pequenos e médios produtores de gado, para que toda a cadeia seja livre de desmatamento... O programa traz tecnologia para o produtor e procura evitar danos ao meio ambiente"

Ligia Nara Vendramin, coordenadora do REM-MT

Para a coordenadora do Núcleo de Assuntos Internacionais da Casa Civil de Mato Grosso, Rita Chiletto, essas parcerias com governos internacionais são reflexo do cuidado que a administração estadual tem com o meio ambiente.

“O tema sustentabilidade é levado muito a sério no estado. Por isso estamos conseguindo aumentar cada vez mais as parcerias. São esses recursos internacionais que ajudam a viabilizar mais ações de fiscalização e monitoramento e a atrair cada vez mais investimentos”, contou Rita.

PROGRAMA PCI

Outra inciativa para acabar com o desmatamento florestal e impulsionar ações com foco em sustentabilidade é o PCI (Produzir, Conservar e Incluir). Esse programa foi criado pelo governo de Mato Grosso e conta com o setor privado e a sociedade civil.

Lançado na COP 21 (Convenção do Clima), realizada em Paris, em dezembro de 2015, o PCI visa captar recursos para serem aplicados em ações para o aumento da eficiência da produção agropecuária e florestal, conservação dos 62% de vegetação nativa, recomposição dos passivos ambientais, inclusão socioeconômica da agricultura familiar e redução do desmatamento ilegal.

“O PCI quer articular o público e o privado para melhorar as questões socioambientais do estado. Já temos diversas parcerias nacionais e internacionais e contamos com muita ajuda de empresas privadas também. É possível sim atender a demanda de alimentos sem desmatar. Queremos ter um território sustentável”, afirmou o diretor-executivo do PCI, Fernando Sampaio.

Para Alice Thuault, diretora-adjunta do ICV (Instituto Centro de Vida), uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, criada em 1991, e que atua em diversos projetos focados em sustentabilidade, Mato Grosso é um laboratório de soluções com alcance mundial na luta contra as mudanças climáticas.

"O PCI quer articular o público e o privado para melhorar as questões socioambientais do estado. Já temos diversas parcerias nacionais e internacionais e contamos com muita ajuda de empresas privadas também"

Fernando Sampaio, diretor-executivo do Programa Produzir, Conservar e Incluir (PCI)

“Mato Grosso mostra que é capaz de receber investimentos internos e externos e administrar da melhor forma. Há muitos projetos em andamento e que trazem ganhos significativos para os envolvidos”, disse Alice