A imunização em massa contra COVID-19 no Brasil, contribuindo significativamente para o controle da pandemia4,8, deixou claro o papel central da vacinação como importante medida de saúde pública, inclusive na população adulta.
"Culturalmente temos a ideia de que vacinas são só para crianças, mas elas contemplam todas as faixas etárias, desde a infância até a terceira idade, e é importante que as pessoas se imunizem ao longo da vida", afirma o médico Juarez Cunha, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).
O infectologista Emersom Mesquita, gerente médico de vacinas da farmacêutica GSK, afirma que cada faixa etária tem particularidades que influenciam as vacinas recomendadas. "Algumas vacinas recebidas na infância não geram imunidade para toda a vida, deixando claro a importância dos reforços vacinais para a manutenção da memória imunológica contra essas doenças infecciosas."
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Para aumentar a conscientização sobre a importância da vacinação em todas as idades, a Organização Mundial da Saúde (OMS) criou a Semana Mundial da Imunização, comemorada na última semana de abril5. Um objetivo é promover o uso de vacinas para a proteção contra doenças imunopreveníveis5.
"A imunização impacta na qualidade de vida tanto quanto outras atitudes que são importantes para a longevidade", afirma Lessandra Michelin, infectologista e também gerente médica de vacinas da GSK. "O fato de a vacinação começar no primeiro ano de vida reflete na mortalidade infantil: as crianças crescem mais saudáveis e com melhores condições de desenvolvimento porque não têm tantas infecções. As infecções debilitam o organismo, podem trazer sequelas e favorecer o surgimento de outras doenças", completa.
O Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Brasil é um dos maiores do mundo e oferece diversas vacinas gratuitamente à população7. Nos últimos anos, as altas coberturas vacinais, historicamente presentes no Brasil, vêm caindo, o que representa um risco para o ressurgimento de doenças infecciosas potencialmente graves2.
"O sarampo foi uma das principais causas de mortalidade infantil, inclusive no Brasil, na era pré-vacina. Ganhamos o certificado de eliminação da doença em 2016, mas ela retornou em 2018 e continuamos com surtos no país. A cobertura vacinal adequada é 95%, mas estamos abaixo dos 75%", afirma Cunha.
Para os especialistas, o sucesso do PNI pode ser uma das causas da queda da cobertura vacinal. "A percepção de risco é um fator importante para a efetivação da vacinação. O Brasil possui um PNI robusto e de sucesso, que vem paulatinamente incorporando novas tecnologias e controlando doenças imunopreveníveis. Por outro lado, é preciso que esse sucesso não ofusque a necessidade da manutenção das altas coberturas vacinas", explica Mesquita.
Segundo o infectologista, a ampla vacinação da população possibilitou o controle de doenças graves, como a poliomielite. "Pessoas que têm entre 30 e 50 anos e não conviveram com essas doenças muitas vezes não percebem a importância da vacinação. Daí a necessidade de mostrar que elas ainda existem e que a vacinação infantil é fundamental."
Os médicos reforçam a importância da vacinação dos adolescentes e das gestantes. "Entre as vacinas recomendadas para adolescentes destacamos a vacina de meningite. Ela é muito importante porque o adolescente pode portar a bactéria meningococo no nariz de forma assintomática e transmitir para outras pessoas, especialmente crianças e idosos, que são mais vulneráveis", diz Michelin.
Já Mesquita reforça a importância da vacinação durante a gestação. "Temos um histórico sólido de imunização materna no Brasil, prática que não só é segura como foi responsável pela eliminação de doenças como o tétano materno e o tétano neonatal. O cuidado da saúde materna também passa pela vacinação, pois as gestantes têm risco incrementado de evolução para formas graves de várias doenças, como a influenza. Além disso, a imunização materna é importante na estratégia de proteção dos lactentes contra doenças infecciosas, porque os anticorpos protetores maternos são transferidos ao feto através da placenta. Assim, ao nascimento, o bebê já possui alguma proteção contra essas doenças até que possam iniciar os esquemas primários de vacinação, habitualmente aos 2 meses. Um exemplo claro é a vacinação com dTpa, que previne contra difteria, tétano e coqueluche, e deve ser tomada a cada gestação, a partir da 20ª semana."
Confira sempre os calendários de vacinação para cada fase1,6. "Podemos recuperar as vacinas em qualquer momento da vida. Basta levar a carteirinha ao posto de saúde ou clínica privada e tomar as vacinas que não tomou. Quem perdeu a carteira, pode atualizar o calendário de acordo com a idade", afirma Cunha.
CONFIRA AQUI OS CALENDÁRIOS DE VACINAÇÃO PARA CADA FASE:
https://sbim.org.br/images/calendarios/calend-pg-crianca-adolesc-0-19.pdf
https://sbim.org.br/images/calendarios/calend-pg-adulto-20-ou-mais.pdf
MATERIAL DIRIGIDO AO PÚBLICO EM GERAL. POR FAVOR, CONSULTE O SEU MÉDICO
NP-BR-ABX-JRNA-220001-NOVEMBRO/2022
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SOCIEDADE BRASILEIRA DE IMUNIZAÇÕES. Do nascimento aos 19 anos. Calendário vacinal 2022/2023 (atualizado em 15/07/2022). Disponível em: https://sbim.org.br/images/calendarios/calend-pg-crianca-adolesc-0-19.pdf. Acesso em: 13 set. 2022.
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SOCIEDADE BRASILEIRA DE IMUNIZAÇÕES. Desde 2015 em queda no Brasil, coberturas vacinais voltam aos patamares da década de 1980. Disponível em: <https://sbim.org.br/noticias/1572-desde-2015-em-queda-no-brasil-coberturas-vacinais-voltam-aos-patamares-da-decada-de-1980#:~:text=%22As%20baixas%20coberturas%20vaci-nais%2C%20ao >. Acesso em: 13 set. 2022.
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SOCIEDADE BRASILEIRA DE IMUNIZAÇÕES. Calendário de vacinação SBIm gestante (2021/2022). Disponível em: <https://sbim.org.br/images/calendarios/calend-sbim-gestante.pdf>. Acesso em: 13 set. 2022.
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SENADO FEDERAL. Governo federal revoga decretos de enfrentamento à pandemia. Disponível em: https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2022/05/23/governo-federal-revoga-decretos-de-enfrentamento-a-pandemia. Acesso em: 13 set. 2022.
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WORLD HEALTH ORGANIZATION. World Immunization Week 2022. Long Life for All. Disponível em: <https://www.who.int/campaigns/world-immunization-week/2022>. Acesso em: 13 set. 2022.
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SOCIEDADE BRASILEIRA DE IMUNIZAÇÕES. Dos 20 anos aos 60+ (acesso em 12/07/2022). Disponível em: https://sbim.org.br/images/calendarios/calend-pg-adulto-20-ou-mais.pdf. Acesso em: 13 set. 2022.
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MINISTÉRIO DA SAÚDE. Programa Nacional de Imunizações - Vacinação. Disponível: <https://www.gov.br/saude/pt-br/acesso-a-informacao/acoes-e-programas/programa-nacional-de-imunizacoes-vacinacao>. Acesso em: 13 set. 2022.
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MINISTÉRIO DA SAÚDE. 107º Informe Técnico. Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação Contra a COVID-19. Disponível em: <https://www.gov.br/saude/pt-br/coronavirus/vacinas/plano-nacional-de-operacionalizacao-da-vacina-contra-a-covid-19/informes-tecnicos/107o-informe-tecnico-109a-pauta-de-distribuicao-anexo-oficio-350_2022.pdf/view>. Acesso em: 12 set. 2022.
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SOCIEDADE BRASILEIRA DE IMUNIZAÇÕES. Calendários de Vacinação. Disponível em: <https://sbim.org.br/calendarios-de-vacinacao>. Acesso: 12 set. 2022.