No ano passado, até novembro, quatro hambúrgueres foram entregues pelo iFood a cada segundo. Mais de 100 milhões de hambúrgueres, o campeão dos pedidos pelo app, saÃram dos restaurantes e lanchonetes para a casa dos consumidores, transportados pelos mais de 200 mil entregadores parceiros do iFood. Mas como é a relação de trabalho desses entregadores com a foodtech? Quanto eles ganham? Que benefÃcios o iFood oferece?
Fundado em 2011 e hoje lÃder na América Latina, com 60 milhões de pedidos de comida por mês, o iFood criou vários programas para os entregadores que se cadastram em sua plataforma e participam do ecossistema de delivery, que reúne 270 mil estabelecimentos em mais de 1.200 cidades.
Para começar, os entregadores podem escolher entre dois formatos de trabalho. O primeiro é o chamado Operador LogÃstico (OL), em que empresas contratadas pelo iFood gerenciam grupos de entregadores, repassando valores e gorjetas.
O segundo e mais numeroso é o chamado Nuvem. Nesse formato, o entregador é independente e tem autonomia para realizar as entregas como, quando e onde quiser. Não se exige exclusividade. É por isso que, mesmo com o iFood distribuindo mais de 150 mil bags por ano, às vezes o entregador chega usando uma mochila de outro aplicativo.
Depois de se cadastrar no app iFood para Entregadores e ter seus dados verificados e validados, a foodtech cuida para que não faltem pedidos para nenhum entregador ativo. Equipes internas e dedicadas fazem o acompanhamento dos entregadores e essa atenção tem gerado resultados.
Pesquisa realizada pelo Instituto Locomotiva, com 2.643 entregadores em 11 cidades brasileiras, mostra que 92% sentem orgulho de atuar no delivery de plataformas digitais e 75% dos que têm entre 18 e 25 anos e já trabalharam em outra área preferem o trabalho atual.
Quanto ganham os entregadores do iFood?
Essa é uma dúvida comum dos usuários da foodtech. Hoje, o iFood é a plataforma que melhor remunera os entregadores parceiros. Quando recebe uma rota pelo app, o entregador já consegue enxergar qual será o valor final a receber, antes mesmo de aceitar a entrega.
O valor de uma rota é formado por três itens: retirada do pedido no restaurante, entrega para o cliente e distância percorrida. Esses indicadores podem variar de acordo com o número de pedidos, caso haja agrupamento, o perfil da cidade, a hora e o dia da semana e o veÃculo usado (carro, moto, patinete ou bicicleta). Independentemente da distância percorrida, o valor de uma rota nunca é inferior a R$ 5,31.
Uma taxa adicional entra na conta se o entregador estiver longe do restaurante. Na maioria das cidades, essa taxa é adicionada a partir de 5 km de distância.
Assim, um entregador que fica disponÃvel ao menos 140 horas por mês na plataforma, ou 35 horas por semana, pode ganhar de 2 a 4 vezes o valor equivalente à hora do salário mÃnimo.
Existem também as gorjetas. Após receber o pedido, o cliente pode enviar pelo app gorjetas de R$ 2, R$ 5 ou R$ 10. O valor é integralmente repassado aos entregadores.
A pesquisa do Instituto Locomotiva mostra ainda que o entregador de apps de delivery recebe, em média, 35% mais que aqueles que trabalham direto para os restaurantes.
O custo do combustÃvel é uma despesa que pesa no bolso desses profissionais. Por isso, o iFood reajustou o valor das rotas duas vezes em 2021. A empresa criou também um fundo temporário para combustÃveis no valor de R$ 8 milhões, que vigorou no ano passado.
BenefÃcios
Várias iniciativas foram criadas pela foodtech especialmente para os entregadores parceiros. Uma delas é o seguro, fundamental nessa atividade. O iFood oferece aos entregadores várias modalidades.
Há o seguro que cobre despesas médicas, hospitalares e odontológicas em caso de acidente durante uma corrida, incluindo o trajeto de volta para casa, no valor de R$ 15 mil. Já o seguro de vida e invalidez permanente, total ou parcial, pode chegar a R$ 100 mil.
O iFood é a única empresa do setor que apoia o entregador em caso de lesão temporária. O trabalhador pode receber até 70% do ganho médio diário dos últimos 30 dias, com o limite de R$ 700 por mês, caso precise se recuperar de um acidente ocorrido durante uma entrega ou na volta para casa.
Serviços médicos acessÃveis
Parceria realizada pelo iFood com a plataforma de saúde Avus oferece aos entregadores um plano de serviços médicos sem mensalidade, com consultas a partir de R$ 19,90, e descontos em exames e medicamentos de até 80%. O entregador pode incluir ainda um dependente, que não precisa ser da famÃlia.
Desenvolvimento pessoal e profissional
Outro benefÃcio do iFood é o acesso a curso de qualificação online e gratuito desenvolvido em parceria com o Sesi especialmente para os entregadores. O curso conta com módulos sobre desenvolvimento pessoal e profissional, responsabilidade no trânsito, segurança e autocuidado. Os entregadores aprendem a administrar seus ganhos e recebem um certificado.
Desconto em produtos e serviços
Programa de benefÃcios criado para os entregadores, o iFood Delivery de Vantagens dá acesso a descontos em serviços e produtos de empresas parceiras, como nos serviços de manutenção de motos, compra de alimentos e educação.
Pontos de apoio para entregadores
Com mais de 200 mil entregadores cadastrados em todo o paÃs, o iFood tem buscado parcerias com órgãos públicos, empresas e restaurantes para criar espaços de apoio para os trabalhadores. Hoje, já existem mais de 1.000 pontos em 14 cidades.
Nesses espaços, os entregadores podem usar o banheiro, tomar água, usar tomadas e aguardar com mais conforto a preparação dos pedidos. A maioria dos pontos está em restaurantes cadastrados na plataforma.
Em outubro de 2021, o iFood lançou um novo modelo desse hub, com energia solar, ponto de descarte adequado de resÃduos e captação de água de chuva para irrigação dos jardins. O primeiro iFood Hub Sustentável foi instalado no Shopping Parque Dom Pedro, em Campinas, no interior de São Paulo.
Bicicletas elétricas no iFood Pedal
O projeto iFood Pedal, em parceria com a Tembici, vai disponibilizar mais de 2.500 bicicletas elétricas para os entregadores. A iniciativa incentiva entregas limpas e deve contribuir com a meta do iFood de ter 50% dos pedidos de delivery entregues por modais não-poluentes até 2025.
O iFood Pedal completou um ano em novembro, com mais de 13 mil entregadores cadastrados e 1 milhão de pedidos entregues com bicicletas elétricas ou compartilhadas, evitando a emissão de 271 toneladas de CO2 na atmosfera.
Primeiro serviço do mundo a oferecer o aluguel de bicicletas exclusivo para entregadores, o projeto começou em São Paulo e no Rio de Janeiro e se expandiu para Recife, Salvador, BrasÃlia e Porto Alegre. Com as 2.500 e-bikes disponÃveis neste ano, o programa será o maior da América Latina com bicicletas elétricas no delivery.
Usando tecnologia, o iFood delimita o raio de entrega para cada restaurante e identifica o entregador biker mais próximo, enviando assim rotas mais curtas, para otimizar os ganhos e o tempo de deslocamento.
Processo de desativação
A desativação de entregadores da plataforma ocorre em casos de fraudes de pagamentos, furto, cessão de contas para terceiros e extravio de pedidos.
Caso um desses problemas aconteça, o entregador é notificado pelo app e poderá entrar em contato com o iFood para se explicar. Os casos são analisados individualmente.
As informações do cliente, do entregador ou do restaurante são sigilosas, para evitar que uma pessoa mal-intencionada, ao receber uma reclamação, tire satisfação indevidamente com a outra parte. Essa é uma regra de segurança que protege os usuários da plataforma.
Contratação
A discussão atual em relação a entregadores de aplicativos é sobre o modelo empregatÃcio. Na maior parte das vezes, são consideradas apenas duas possibilidades: a contratação por meio de um sistema tradicional, com a CLT, ou a ausência de qualquer acordo coletivo, a não ser os diretamente relacionados à s empresas.
O iFood olha para o tema de uma forma diferente e está aberto para criar um diálogo com o poder público, a sociedade e os trabalhadores das plataformas digitais e apps. A intenção da foodtech não é acabar com a legislação trabalhista existente, mas abrir caminho para construir, de forma coletiva, uma regulamentação que não obrigue o trabalhador dessas plataformas a escolher entre ter mais benefÃcios e segurança ou perder a flexibilidade e a autonomia.
Segundo a pesquisa do Instituto Locomotiva, dois em cada três entregadores que já trabalharam com carteira assinada preferem hoje um modelo mais flexÃvel de trabalho, sem horário fixo e com a possibilidade de conciliar as entregas com outra ocupação.
"O Brasil precisa de uma regulamentação que garanta segurança, ganhos mÃnimos e proteção social ao entregador que trabalha com plataformas digitais, sem comprometer sua autonomia e liberdade de escolha ao exercer a atividade"
Diego Barreto, vice-presidente de finanças e estratégia do iFood
iFood realiza primeiro Fórum de Entregadores da América Latina
Entre os dias 13 e 15 de dezembro, o iFood reuniu representantes dos trabalhadores de 14 cidades do paÃs no 1º Fórum de Entregadores do Brasil. Os profissionais falaram sobre seus principais desafios no dia a dia, e o iFood detalhou o modelo de atuação da plataforma e sua relação com os parceiros.
Ao final do encontro, foram definidos prioridades e prazos para implementar melhorias sugeridas nos debates, como, por exemplo, uma maior transparência em temas como bloqueios e desativações de contas de entregadores na plataforma.
Ficou definido ainda que, a partir deste ano, serão realizados fóruns regionais com os entregadores ativos na plataforma, como forma de dar continuidade ao movimento de escuta, transparência e melhorias.