As inovações derivadas da avaliação molecular dos tumores em laboratório tornaram possÃvel não apenas oferecer novas terapias e aprimorar os testes diagnósticos, mas também obter um entendimento molecular profundo de como cada tipo de câncer se comporta. Desta forma, já é possÃvel elaborar estratégias terapêuticas mais assertivas, o que tem aumentando a sobrevida e qualidade de vida de pacientes.
"Além das inovações em tratamentos e drogas, os avanços no conhecimento aprofundado dos mecanismos do câncer refletem em diagnósticos mais precisos, em estágios cada vez mais precoces. Fundamentalmente, possibilitam estratégias voltadas à individualização das linhas de cuidado, que podem fazer com que o câncer se aproxime cada vez mais de se tornar uma doença considerada crônica, com benefÃcios efetivos à qualidade de vida dos pacientes", afirma Mariano Zalis, diretor da OC Precision Medicine, laboratório de Patologia, Genômica e Big Data da OncoclÃnicas&Co.
As técnicas de engenharia genética vêm revolucionando a oncologia e, entre elas, as de CAR-T Cell são os grandes destaques, com resultados surpreendentes no tratamento de doenças oncológicas do sangue, tais como mieloma múltiplo, leucemia e linfoma de células B.
Na terapia celular CAR-T (ou CAR-T Cell), os linfócitos T, nossas células de defesa, são retirados do paciente por meio da coleta de sangue e modificados geneticamente para que sejam capazes de reconhecer as células tumorais e destruÃ-las. Depois, as células modificadas, agora chamadas de CAR-T, são reinseridas no organismo do paciente.
"São drogas vivas, que aprimoram o sistema de defesa do paciente para que ele promova a cura através da destruição das células do câncer. O CAR-T é uma nova modalidade de tratamento que, pela sua importância, insere-se como um novo pilar na jornada de tratamento do paciente, junto a imunoterapia, quimioterapia e radioterapia. Nesse caso, no entanto, ela oferece uma resposta mais especÃfica, pois trabalha de forma personalizada, guiada para tratar aquela célula, aquele câncer, aquela mutação, e não apenas de uma maneira geral, em todo o corpo", analisa Renato Cunha, hematologista e lÃder do Programa de Terapias Gênicas da OncoclÃnicas.
No Brasil, a OncoclÃnicas&Co é um dos poucos centros de saúde autorizados a realizar o procedimento no paÃs. Segundo Cunha, o desenvolvimento dessa nova frente de atuação exigiu uma intensa troca de conhecimento com outros centros de oncologia e hematologia de fora do paÃs. "Contamos especialmente com o apoio do Dana-Farber Cancer Institute, da Harvard Medical School — referência global no tratamento do câncer e nosso parceiro."
Os avanços da Inteligência Artificial (IA) aplicada à oncologia, genômica e medicina de precisão também tiveram destaque no congresso. A genômica estuda a estrutura e a função dos genes, incluindo a identificação de mutações especÃficas associadas ao câncer. A IA, por sua vez, possibilita processar grandes quantidades de dados e identificar padrões complexos, que humanos não seriam capazes de reconhecer.
Segundo Rodrigo Dienstmann, diretor de medicina de precisão da OC Precision Medicine, as duas ferramentas combinadas fornecem informações mais precisas e personalizadas sobre o câncer.
A colaboração entre especialistas em IA, bioinformatas, engenheiros de software, patologistas e oncologistas é fundamental nesse campo em rápida evolução. Nesse contexto, a OncoclÃnicas&Co realizou aquisições estratégicas, como a Boston Lighthouse Innovations, empresa de bioinformática sediada em Cambridge, nos Estados Unidos, e a Medsir, uma das principais empresas de pesquisa clÃnica do mundo, sediada em Barcelona.