Cidade de São Paulo oferece tratamento contra o tabagismo na rede pública de saúde

Para ingressar no programa criado pela Prefeitura, basta se inscrever em uma UBS (Unidade Básica de Saúde) para ter acesso a uma série de reuniões terapêuticas

São Paulo oferece tratamento contra o tabagismo na rede pública de saúde
São Paulo oferece tratamento contra o tabagismo na rede pública de saúde - Reprodução

O tabagismo é um problema de saúde que afeta todos no planeta. Tanto que a OMS (Organização Mundial da Saúde) criou em 1987 o Dia Mundial Sem Tabaco, dia 31 de maio. Em razão dessa data, a Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal da Saúde, faz um alerta sobre doenças e mortes evitáveis relacionadas ao tabagismo e destaca que a cidade oferece tratamento gratuito nas unidades do SUS (Sistema Único de Saúde) para quem deseja largar o cigarro.

Isso é possível porque a capital faz parte do PNCT (Programa Nacional de Controle do Tabagismo), que tem articulação direta com o Quadro de Controle do Tabaco da OMS e conta com medidas educativas, de comunicação, treinamento e conscientização do público em geral.

O programa tem como uma de suas ações o tratamento do tabagismo, em modalidade individual e em grupo.

O acesso de quem mora em São Paulo ao PNTC pode ocorrer em qualquer UBS (Unidade Básica de Saúde). Em uma dessas unidades, o primeiro atendimento é uma avaliação clínica com teste de Fagerström (capaz de medir o grau de dependência de nicotina). Caso ocorra indicação, inicia-se o tratamento farmacológico conforme prescrição e orientação.

A procura pelo programa por parte do munícipe pode ser por meio de solicitações do próprio paciente quando estiver em consulta médica ou ainda com a procura espontânea.

Todo tratamento da dependência em nicotina tem como base a técnica de abordagem cognitiva/comportamental, definida como modelo de intervenção centrada na mudança de crenças e comportamentos que levam o indivíduo a lidar com determinadas situações.

A abordagem é realizada de maneira intensiva e de forma estruturada, consistindo em perguntas que avaliam o grau de dependência física e de motivação, aconselhando a preparação para deixar de fumar e, por fim, acompanhamento do paciente nas próximas consultas.

As reuniões em grupo são realizadas com cerca de 15 pacientes e coordenadas por profissionais de saúde, seguindo o cronograma inicial de quatro sessões com periodicidade semanal, seguidas por duas sessões quinzenais e uma reunião mensal aberta com a participação de todos os grupos, para a prevenção de recaídas até o tratamento completar um ano.

Quem participa do tratamento para largar o cigarro tem ainda à disposição manuais elaborados pelo Inca (Instituto Nacional do Câncer), e as orientações contidas neles podem ser compartilhadas com toda a família.

O munícipe interessado em ingressar no PNTC pode procurar a UBS de referência mais próxima de sua casa acessando a plataforma Busca Saúde (http://buscasaude.prefeitura.sp.gov.br/).

Reuniões terapêuticas

Quem aderiu ao programa parar de fumar aprova a iniciativa. É o caso de Luiz Francisco Vaz, 60, que participa do PNCT por meio do Ambulatório de Especialidades (AE) Freguesia do Ó. Ele conta que parar de fumar exigiu um esforço pessoal acompanhado da terapia desenvolvida nas rodas de conversa. "Não adianta o grupo apenas. Você precisa querer mudar esse hábito de verdade", diz.

Vaz fumava desde os 16 anos e, depois de várias tentativas frustradas para deixar o tabaco, soube por parte de uma colega de trabalho sobre o programa e, após as primeiras reuniões, já passou a diminuir gradativamente o consumo de cigarros.

"A cada reunião, estudamos um método que nos ajuda a perceber nossa rotina como fumantes e, assim, vamos tendo ideia de como controlar isso." O sucesso do tratamento fez com que ele ficasse longe do cigarro desde setembro de 2019.

Outra participante do programa é Luana Caroline da Silva Costa, 27. Para ela, as reuniões do programa eram possibilidades de troca de experiências com pessoas que também buscavam entender melhor sua relação com o ato de fumar. "Não me senti julgada nesse processo de parar de fumar. Todos eram muito atenciosos e cuidadosos nas reuniões", afirma.

Luana ingressou no PNCT por meio da UBS Augusto Leopoldo Ayrosa Galvão, graças às informações trazidas por uma tia. Depois de preencher o formulário inicial com informações sobre seus hábitos relacionados ao cigarro, sentiu-se amparada pelos profissionais de saúde que comandavam as reuniões.

Fumante desde os 21 anos, Luana está há cerca de cinco meses afastada do tabaco e sente que a forma como foram conduzidas as reuniões foi fundamental para compreender a ação do cigarro em sua saúde. "O programa é muito bom e precisa andar junto com estar disposto a largar o vício de verdade. Não tenho dúvidas de que o efeito é positivo e tive a ajuda que precisava ao lado de outras pessoas que também estavam ali para abandonar o cigarro."

* Esta página é uma produção do Estúdio Folha para a Prefeitura de São Paulo e não faz parte do conteúdo jornalístico da Folha de S.Paulo