São Paulo ganha 8 miniflorestas para recuperar flora e fauna da cidade

Prefeitura transforma espaços urbanos em áreas de reflorestamento; bosques de conservação somam uma área de 45 mil metros quadrados

Vista aérea do Bosque das Maritacas, o primeiro a ser implantado pela Prefeitura de São Paulo, em 2019, na avenida do Estado, próximo ao Parque Dom Pedro, com 3.600 m2

Vista aérea do Bosque das Maritacas, o primeiro a ser implantado pela Prefeitura de São Paulo, em 2019, na avenida do Estado, próximo ao Parque Dom Pedro, com 3.600 m2 Edson Lopes Jr/SECOM

Beija-flor, Corruíra e Tuim são alguns dos pássaros que devem voltar a habitar as miniflorestas que estão surgindo na cidade de São Paulo, com o plantio de exemplares nativos da Mata Atlântica, contribuindo assim para a recuperação da fauna e da flora na capital.

A iniciativa da Prefeitura de São Paulo na implementação de florestas na cidade mais populosa do país (mais de 11 milhões de habitantes, de acordo com o último Censo) visa transformar espaços urbanos em áreas de reflorestamento.

Reflorestar a cidade traz inúmeras vantagens:

  • ampliar a permeabilidade do solo, mediante a captação de águas de chuva;
  • reconstituir habitats naturais;
  • recuperar ecossistemas;
  • aumentar a cobertura vegetal;
  • melhorar a qualidade de vida da população

Dos oito novos bosques planejados, seis já foram entregues. Os outros dois estão em fase final de obras, com previsão de entrega em julho deste ano. Depois de prontos, esses bosques de conservação somarão uma área de 45 mil m2.

Com isso, a cidade passa a ter nove bosques. O primeiro foi implementado em 2019. Está localizado na avenida do Estado, próximo ao Parque Dom Pedro, e leva o nome de uma ave. Trata-se do Bosque das Maritacas.

O ambiente, que antes era ocioso, por vezes alvo de descarte irregular, deu espaço a uma área verde de 3.600 m², que recebeu no início 600 mudas.

Árvore é plantada no Bosque Cambacica, que fica na alça de acesso à Ponte das Bandeiras, tem quase 2,5 mil m2 e deve ser entregue até julho
Árvore é plantada no Bosque Cambacica, que fica na alça de acesso à Ponte das Bandeiras, tem quase 2,5 mil m2 e deve ser entregue até julho - João Pedro Garcia/SECOM

Foi o sucesso do Bosque da Maritacas como projeto de preservação e melhoria da qualidade do ar que levou à expansão para novas áreas.

As miniflorestas funcionam como "pulmões", contribuindo para a diminuição da poluição do ar ao transformar parte do gás carbônico em oxigênio.

O CO2 é um dos responsáveis pelo aquecimento global. Sete árvores sequestram uma tonelada de carbono nos seus primeiros 20 anos de idade.

Daí a escolha preferencial por locais em que há uma forte concentração de veículos, como no caso dos seis bosques que ficam na Marginal Tietê, espalhados em minianéis viários.

Nos bosques de conservação haverá o plantio de 3.600 exemplares de espécies do Cerrado e da Mata Atlântica. Antes do plantio é preciso uma preparação do solo, o que leva, em média, dois meses.

Começa com descompactação, correção, adubação (composto orgânico municipal) e aplicação de camada de proteção (mulching), feita a partir de restos de podas de árvores e outros resíduos vegetais. Esse procedimento permite o melhor desenvolvimento das mudas plantadas.

A vocação natural de cada bosque também foi respeitada. Bosques como Garça, por exemplo, preservam o leito originário do rio Tietê.

Funcionário trabalha no Bosque do Periquito, na alça de acesso da Ponte das Bandeiras, que tem mais de 3,3 mil m2
Funcionário trabalha no Bosque do Periquito, na alça de acesso da Ponte das Bandeiras, que tem mais de 3,3 mil m2 - João Pedro Garcia/SECOM

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Cada bosque é um berçário natural para o desenvolvimento das árvores e leva o nome de um pássaro. Entre os exemplares arbóreos escolhidos, estão ipês, guajuvira, guanandi e mirindiba rosa.

A quantidade de cada tipo de árvore leva em consideração a que melhor serve de alimento às aves. No Bosque das Maritacas, por exemplo, para atrair esse periquito verde, há um número maior de jerivás, palmeira que produz um fruto que é o alimento predileto dessa ave.

Pelo nome do bosque, portanto, já se identifica qual o pássaro que deve predominar na região. Leia a seguir:

MAIS 8 MINIFLORESTAS DE SÃO PAULO E SEUS PÁSSAROS

Cambacica:

  • 2.459,25 m2
  • Alça de acesso à Ponte das Bandeiras
  • O nome significa pássaro pequeno. Alimenta-se de néctar, frutas e artrópodes. Vive em áreas verdes abertas e semiabertas, arborizadas, onde existam flores, inclusive em quintais.

Corruíra:

  • 2.952,45 m2
  • Alça de acesso à Ponte Cruzeiro do Sul
  • Considerada por muitos como a ave brasileira que tem o canto mais bonito. Alimenta-se de pequenos insetos que procura entre a folhagem baixa.

Garça:

  • 4.863,53 m2
  • Alça de acesso à Ponte Cruzeiro do Sul
  • É comum na beira dos lagos, rios e banhados. Alimenta-se principalmente de peixes, mas também de roedores, anfíbios e répteis. Usa grandes árvores como dormitório.

Curicaca:

  • 4.569,97 m2
  • Alça de acesso à Ponte das Bandeiras
  • Ave com bico em forma de foice e com cauda curta. Se alimenta de artrópodes, como centopeias, aranhas, insetos adultos e larvas.

Periquito:

  • 3.327,32 m2
  • Alça de acesso à Ponte das Bandeiras
  • Também conhecido como periquito, periquito-verdadeiro, periquito-verde, maritaca (cidade de São Paulo). Alimenta-se de frutas, principalmente coquinhos e sementes.

Tuim:

  • 2.678,52 m2
  • Alça de acesso à Ponte das Bandeiras
  • É a menor ave da família dos papagaios e periquitos no Brasil. São atraídos por árvores frutíferas como jabuticabeiras, goiabeiras e imbaúbas.

Asa-branca:

  • 3.614,20 m2
  • Ao lado do Terminal Cidade Tiradentes
  • A pomba-asa-branca inspirou Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira a compor uma das mais conhecidas canções populares.

Beija-flor:

  • 14.744,50 m2
  • Alça de acesso do Viaduto Aliomar Baleeiro
  • É um agente polinizador, pois, ao introduzir seu bico na flor em busca de alimento, milhares de grãos de pólen grudam em seu corpo e ele acaba levando-os de uma flor a outra.

COBERTURA VEGETAL

No último mês de junho, a cidade de São Paulo ultrapassou a meta prevista de cobertura vegetal, que era de 50% até 2024, chegando a 54,13%.

Iniciativas como os Bosques de Conservação são primordiais para a cidade, representando melhoria na qualidade do ar, na redução da temperatura e da poluição, além de aumentar a permeabilidade do solo e regular o curso de rios.

Assim, a implementação dos bosques representa um significativo avanço na busca por uma cidade mais verde, sustentável e que proporciona uma melhor qualidade de vida para a população.

* Esta página é uma produção do Estúdio Folha para a Prefeitura de São Paulo e não faz parte do conteúdo jornalístico da Folha de S.Paulo