Cozinhas experimentais ajudam recuperação de dependentes químicos na cidade de São Paulo

Programa da Prefeitura oferece cursos de capacitação profissional, como em panificação e confeitaria, em oito unidades; participantes aprendem profissão e consomem os alimentos produzidos

Aprender técnicas culinárias na panificação, confeitaria, lanches e até na produção de salgadinhos. Ao mesmo tempo, possibilitar novas perspectivas de retorno ao mercado de trabalho e reinserção na sociedade.

Essa é a nova proposta do POT (Programa Operação Trabalho) Redenção, da Prefeitura de São Paulo, que atua com frentes de trabalho e capacitação profissional e, agora, conta com formações na área de gastronomia oferecidas aos participantes.

As aulas de gastronomia acontecem em oito cozinhas experimentais disponíveis no SIAT (Sistema Integrado de Acolhida Terapêutica). Nesses espaços, os beneficiários em situação de vulnerabilidade e risco social, com necessidades decorrentes do uso de crack e outras drogas, aprendem a fazer as próprias refeições.

.
Participantes aprendem técnicas culinárias em uma das oito cozinhas experimentais do POT Redenção, na cidade de São Paulo - Divulgação

Eles são acompanhados por equipe multidisciplinar que busca auxiliá-los na reinserção social e, sobretudo, prepará-los para a volta ao mercado de trabalho.

Ao todo, foram investidos R$ 580 mil entre reformas, aluguéis e equipamentos para implementação das cozinhas experimentais, além da parceria com feiras livres das cinco regiões onde o POT Redenção atua.

Um dos participantes das cozinhas experimentais do POT Redenção é Alex Carlos Santos, 39, que ao final do programa pode se tornar um padeiro. Além das atividades de gastronomia, Santos participa das demais capacitações oferecidas pelo programa.

"Essa ação tem me dado foco e direção para eu poder concluir meus projetos de vida. Já fiz algumas fases do ciclo de culinária com aulas práticas e teóricas. Estou gostando muito da parte de panificação. Se eu me sair bem, pretendo seguir nesse ramo", diz.

AMPLIAÇÃO

O POT Redenção atualmente conta com 974 beneficiários. Já passaram pelo programa um total de 2.418 pessoas, desde seu início em 2019.

Os participantes também se encontram em tratamento nos equipamentos da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS). Nos últimos 12 meses, 118 beneficiários retornaram ao convívio familiar e 162 conseguiram moradia.

Em maio deste ano, o programa passou a oferecer mil vagas, além de reforço nas estruturas de atendimento com mais dois novos pontos, totalizando oito sedes do POT Redenção.

Atualmente, os beneficiários contam com unidades no centro (Glicério, Bom Retiro e Barra Funda), na zona leste (Penha e Ermelino Matarazzo), na zona norte (Brasilândia/Freguesia do Ó) e na zona sul (Heliópolis, Ipiranga e Campo Belo).

Além da capacitação na área da gastronomia, o POT Redenção oferece as seguintes modalidades de frente de trabalho:

  • Higienização e limpeza
  • Paisagismo e revitalização
  • Horta e compostagem
  • Serviços e reparos
  • Reciclagem
  • Construção de mobiliário com reutilização de madeira
  • Construção de luminárias
  • Confeitaria, panificação e auxiliar de cozinha.

Os beneficiários contam ainda com processos seletivos periódicos realizados pelo Cate - Centro de Apoio ao Trabalho e Empreendedorismo. Foram contabilizados no último ano 467 envios de currículos, 187 participações em processos seletivos e 140 encaminhamentos para escolarização.

Ao integrar o POT Redenção cada beneficiário conta com uma bolsa-auxílio no valor de R$ 923,95 por quatro horas diárias, totalizando 20 horas semanais.

A carga horária é distribuída em frente de trabalho, capacitação técnica e formação pessoal e cidadã. O participante pode ficar por até dois anos no programa.

O POT Redenção é gerenciado pela Fundação Porta Aberta. A equipe técnica é composta por 130 profissionais.

* Esta página é uma produção do Estúdio Folha para a Prefeitura de São Paulo e não faz parte do conteúdo jornalístico da Folha de S.Paulo