Longevidade aquece mercado da Previdência Privada

Para especialistas, maior preocupação do investidor é manter padrão de renda mesmo depois da aposentadoria

Projeções do IBGE indicam que em 2050 cerca de 30% dos brasileiros terão 60 anos ou mais –quase o dobro da realidade atual. Essa maior longevidade demanda recursos financeiros que a sustentem, constituindo uma das bases do aquecimento do mercado de Previdência Privada no Brasil.

O avanço desse filão é evidenciado pelos números. Segundo a Superintendência de Seguros Privados (Susep), a arrecadação total das modalidades PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre) e VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre) e de Previdência tradicional foi de R$ 170,4 bilhões em 2023, alta de 9% em relação ao ano anterior.

Além do aumento da expectativa de vida, o mercado de trabalho em rápida transformação e os ciclos de negócios mais incertos também reforçam a procura por essa forma de investimento. "É sob esse ambiente socioeconômico que a Previdência Privada se apresenta como um instrumento de crescente relevância. Trata-se de uma fonte complementar de proteção às necessidades que, eventualmente, o sistema público de seguridade social não consiga mais prover", afirma Estevão Scripilliti, diretor da Bradesco Vida e Previdência.

Júlia Normande Lins, diretora de Infraestrutura de Mercado e Supervisão de Conduta da Susep, afirma que a expansão desse mercado fortalece o estabelecimento de uma cultura social de "resguardo da saúde financeira", favorecendo a conscientização dos trabalhadores nesse sentido.

"É ainda um reflexo da maior ‘bancarização’ e educação financeira da população, que passa a ter mais acesso a instrumentos financeiros, até por conta da facilidade de contratação pelas jornadas digitais", diz.

É sob esse ambiente socioeconômico que a Previdência Privada se apresenta como um instrumento de crescente relevância. Trata-se de uma fonte complementar de proteção às necessidades que, eventualmente, o sistema público de seguridade social não consiga mais prover

Estevão Scripilliti

diretor da Bradesco Vida e Previdência.

CLAREZA E FLEXIBILIDADE

Segurança e transparência no momento da aquisição de um plano também têm potencializado a busca pela Previdência Privada. "O sistema informacional está mais robusto para os consumidores, permitindo que tenham mais conhecimento sobre o que estão contratando", frisa a diretora da Susep.

Já Marcelo Malanga, diretor estatutário da FenaPrevi (Federação Nacional de Previdência Privada e Vida), lembra que "muitas empresas do setor têm estimulado a aquisição de planos de Previdência complementar como meio de realização de sonhos de vida" –viagens, compras de bens, estudos para os filhos.

"Esses produtos estão mais flexíveis em suas possibilidades de aporte e resgate", explica Jarbas de Biagi, presidente da Abrapp (Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar).

Se, de um lado, é possível lançar mão dos recursos a qualquer momento para viabilizar projetos diversos, de outro, também há benefícios fiscais para o resgate em prazos maiores, como na opção pelo Imposto de Renda regressivo. Nesse caso, as alíquotas do IR sobre o capital resgatado pelo investidor diminuem com o passar do tempo, chegando a apenas 10% em prazos superiores a 10 anos. "A acumulação dos recursos é favorecida", sintetiza Biagi.

Outro atrativo da Previdência Privada é a "diversificação na composição de papéis e de lastros" que constituem os fundos, ressalta Malanga. Assim, há desde as opções mais conservadoras até as mais arriscadas, tornando o produto, em geral, mais rentável que outros investimentos, com possibilidade de migração (portabilidade) facilitada entre fundos dentro de um mesmo plano, ao longo do tempo.

*Conteúdo patrocinado produzido pelo Estúdio Folha