Ensaios clínicos concluíram que a combinação de duas substâncias, o mesilato de dabrafenibe e o dimetilsulfóxido de trametinibe, oferece benefícios de sobrevida global e de sobrevida livre de progressão para os pacientes com melanoma irressecável ou metastático com mutações BRAF.
Os resultados da análise conjunta de 563 pacientes de ensaios clínicos representaram uma coleta de dados e o acompanhamento prolongado de pacientes com melanoma avançado com mutação BRAF V600 irressecável ou metastático tratados. Os dados foram apresentados na Reunião Anual da Asco (Sociedade de Clínica Oncológica Americana) e publicados no New England Journal of Medicine.
“Nossa análise demonstra que a terapia de primeira linha com estas substâncias controla a doença durante cinco anos em cerca de um quinto dos pacientes e dota uma terça parte dos tratados de cinco anos de sobrevida” disse Caroline Robert, doutora em Medicina, PhD e chefe da Dermatology Unit do Instituto Gustave Roussy, em Paris.
"Embora o melanoma metastático tenha um histórico de mau prognóstico para os pacientes, temos razões para nos sentirmos encorajados hoje. Nossa análise demonstra um impacto clinicamente significativo e positivo na sobrevida dos pacientes. Esses dados mostram que as terapias direcionadas podem provocar uma sobrevida a longo prazo e oferecer resultados duráveis".
“A análise de cinco anos é extremamente relevante, uma vez que pacientes que sofrem de melanoma com mutações BRAF e que receberam esta combinação de medicamentos estão vivendo mais tempo do que era esperado quando foram diagnosticados inicialmente", disse John Tsai, doutor em Medicina, chefe da Global Drug Development e chefe de operações médicas da Novartis, fabricante dos medicamentos.
Sobre o melanoma
Por ano, são diagnosticadas cerca de 280 mil pessoas com melanoma (estádios 0 a 4) no mundo, das quais aproximadamente a metade tem mutações BRAF. Os testes de biomarcadores podem determinar se um tumor tem uma mutação BRAF.
Uma maneira de classificar o melanoma é segundo a profundidade da metástase. No melanoma em estádio 3, o tumor se espalha para os linfonodos regionais, ocasionando um risco maior de recidiva ou metástase. Os pacientes que recebem tratamento cirúrgico para o melanoma em estádio 3 poderiam apresentar um risco mais alto de recidiva porque as células do melanoma podem permanecer no corpo depois da cirurgia.