Descrição de chapéu câncer

Agosto branco: mês de conscientização do câncer de pulmão demanda um olhar individualizado para a doença

Testes moleculares e terapia-alvo trazem novas perspectivas para identificar o tipo da doença e o melhor tratamento, de acordo com cada paciente

O câncer de pulmão é o segundo tumor mais incidente, seguido apenas do câncer de mama, e a principal causa de morte por câncer no mundo1. Dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) estimam que mais de 30 mil2 brasileiros foram diagnosticados com câncer de pulmão apenas em 2020, com cerca de 29 mil2 óbitos no ano anterior. Embora o tabagismo seja conhecido como principal fator de risco, o câncer de pulmão pode ser decorrente de diferentes causas, como por exemplo, poluição, exposição à radiação e mutações genéticas.

“Ainda precisamos desmistificar diversas questões quando falamos de câncer em geral e inclusive o de pulmão. Embora o tabaco seja um fator importante, existe muito mais a ser considerado quando se avalia a incidência da doença e os prognósticos dos pacientes, que frequentemente percorrem uma jornada longa e repleta de desafios. Cada vez mais chegam aos consultórios pacientes que nunca fumaram, com um tipo específico da doença. Por isso é tão importante exercitar o olhar e direcionar o tratamento certo para o paciente certo”

André Abrahão, Diretor Médico da Novartis Oncologia.

Um em cada quatro pacientes com câncer de pulmão em fase avançada pode apresentar mutações genéticas como causa do tumor3. Tais mutações funcionam como biomarcadores que indicam resposta ao tratamento com terapias alvo –medicamentos que atuam especificamente na mutação do gene. Existem diferentes tipos de mutações genéticas, muitas delas consideradas raras, o que ressalta a necessidade de tratamento individualizado do paciente.

“Um ponto muito importante é ter acesso ao perfil molecular do paciente. As mutações genéticas são identificadas por testes moleculares3 e atuam como biomarcadores, indicando o tipo de mutação e auxiliando na escolha do tratamento mais adequado. É preciso identificar e conhecer as particularidades de cada paciente. É aqui que entram as terapias-alvo, que tratam populações de pacientes específicas4”, relata André Abrahão.

Médico aponta para o raio-x de um pulmão
Testes moleculares e terapia-alvo trazem novas perspectivas para identificar o tipo da doença - Divulgação

O paciente com câncer de pulmão e mutações genéticas apresenta uma doença mais agressiva e com pior prognóstico. Diretrizes nacionais e internacionais recomendam as terapias-alvo como primeira opção de tratamento para essas pessoas, de forma a receberem tratamento adequado e em tempo oportuno5,6.

“O Agosto Branco é um importante momento para falarmos disso. Até um tempo atrás, pensávamos em câncer de pulmão como um prognóstico irreversível. Atualmente, existe um leque de opções de tratamento que trazem perspectivas de qualidade e tempo de vida para os pacientes com a doença”, completa o médico.

REFERÊNCIAS:

  1. FEMAMA. OMS: Câncer de Mama supera o de pulmão e se torna o mais comum.

  2. Instituto Nacional do Câncer. Tipos de câncer: câncer de pulmão.

  3. Mascarenhas E, et al. Comprehensive genomic profiling of Brazilian non-small cell lung cancer patients (GBOT 0118/LACOG0418). Thorac Cancer, 12: 580-587, 2021.

  4. Junior G, Harada G, Mello E. A improtância da caracterização molecular no câncer de pulmão. J Bras Pneumol. 2019; 45(3):e20190139

  5. Junior G, Harada G, Mello E. A improtância da caracterização molecular no câncer de pulmão. J Bras Pneumol. 2019; 45(3):e20190139

  6. Mazieres J, et al. Immune checkpoint inhibitors for patients with advanced lung cancer and oncogenic driver alterations: results from the IMMUNOTARGET registry. Ann Oncol., 30(8): 1321-1328, 2019.