AULA CONECTADA

Diego Padgurschi/Estúdio Folha
Sala de aula da educação infantil

Tecnologia ajuda aluno, professor e gestor a tornarem a escola um espaço dinâmico e alinhado ao século 21

É tão difícil que chega a ser saudosismo imaginar nossa rotina sem a tecnologia. Dissociá-la da escola, lugar de millenials e alphas, parece, então, impossível. No entanto, a infraestrutura e a formação dos professores ainda são barreiras que algumas escolas enfrentam para inserir a tecnologia no dia a dia.

BNCC e tecnologia estão intrincadas para promover avanços nesse campo. Primeiro porque, de acordo com o documento, o uso de ferramentas digitais é uma das competências a serem desenvolvidas pelos estudantes. Ou seja, ele será parte do currículo e deverá estar em sala de aula. Segundo porque, afirmam especialistas, a tecnologia pode contribuir para que alunos, professores e gestores absorvam as mudanças propostas pela base.

O SAS, que já oferece a seus parceiros ferramentas digitais, está readaptando o material de acordo com as novas diretrizes.

"Houve mudanças na ordem do conteúdo, temas que passaram de um ano para outro. Então, estamos realizando um trabalho para reclassificar nossos materiais de acordo com a base, os bancos de questões, as videoaulas e outras ferramentas", diz o diretor de tecnologia educacional do SAS, Ricardo Cabral.

A diretora de conteúdo pedagógico da instituição, Georgia Marinho, explica que as escolas terão de prever o uso das ferramentas tecnológicas para contextualizar e extrapolar os conteúdos apresentados nos materiais físicos.

"Uma das propostas do SAS, por exemplo, é que o professor utilize um QR Code para, junto com a classe e dentro da sala de aula, fazer a apreciação do conteúdo fora dos livros", afirma.

Outro exemplo de tecnologia aplicada pelo SAS é a Tarefa Online. De um lado, ela aproxima o estudante do meio ao qual ele está mais acostumado, tornando mais orgânico o processo de resolver as lições. De outro, o professor consegue ter a visão do rendimento tanto do aluno individualmente quanto da turma.

"Assim, ele faz comparações e identifica as deficiências ou o que se sobressai neles", diz Cabral.

Outra ferramenta para gestores é a avaliação diagnóstica. "A ideia é que no início do ano a escola aplique uma prova para testar os conhecimentos que o aluno deveria ter àquela altura. São 24 questões de cada área do conhecimento e, então, comparamos os resultados daquela escola com os da nossa base geral", explica o diretor.

A intenção é oferecer às instituições um diagnóstico que permita a elaboração de planos específicos para sanar eventuais déficits. "Não adianta ter tecnologia sem a geração de indicadores que ajudem a melhorar o aprendizado dos alunos. A tecnologia será o catalisador", afirma o diretor pedagógico do SAS, Artur Costa Filho.

O gestor ressalta a importância dessas análises na preparação de alunos e professores para os próximos anos, quando, espera-se, provas como a Avaliação Nacional da Alfabetização, Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica, Prova Brasil e Enem exigirão apenas os conteúdos da base comum.

Por ora, é urgente entender que a inserção da tecnologia na educação não constitui exatamente uma escolha. E gestores, professores e familiares que ainda se colocam contra seu uso ou o veem como modismo terão de rever esse olhar.

"A tecnologia vem para agregar, mas tem que ser o meio e não o fim", avalia Cabral.

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