Jovens protagonistas de suas vidas e da comunidade

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Jovens atendidos pelo Cedeca
Jovens atendidos pelo Cedeca

Quando fez as malas rumo à Amazônia, em 2009, Thiago Cavalli Azambuja queria apenas descansar. O contato com a região, no entanto, mudou o rumo de sua vida. Em conversas com a população de Santa Isabel do Rio Tupana, percebeu que a dificuldade de acesso dos filhos à educação era a principal preocupação dos pais da comunidade localizada a 40 minutos de barco e mais uma hora de carro do município de Careiro, a 100 km de Manaus. Decidiu, então, ajudar a transformar aquela realidade.

Em 2010, com a ajuda de material doado por amigos, fundou uma escola. Aos poucos, a comunidade foi se envolvendo no projeto.

Quando chegavam ao ensino médio, no entanto, os alunos precisavam ir estudar em Careiro. Passavam, então, a sofrer influências da criminalidade e do apelo à prostituição presentes na cidade, localizada à beira da BR 319 e próxima à capital.

Era hora de atuar também para modificar aquele cenário. Azambuja fundou a instituição Casa do Rio e passou a realizar oficinas de comunicação, fotografia e informática, entre outras. Nascia o projeto "Meninas e Meninos de Ouro", que atende cerca de 40 pessoas de 16 a 29 anos.

"São jovens que vieram da comunidade rural e, com ajuda do projeto, puderam continuar sua educação e, depois de adultos, retornar para a comunidade para dividir seu saber", diz Quesia Reis, que atua no projeto.

Protagonismo

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Projeto 'Gira Sol
Projeto 'Gira Sol'

Permitir a crianças e adolescentes a construção de uma nova trajetória em ambientes marcados pela supressão de direitos também é o objetivo do "Essa Ciranda é de Todos Nós", do Cedeca (Centro de Defesa da Criança e do Adolescente do Ceará). Criado em 2016, ele promove atividades culturais e usa linguagens artísticas, como teatro e percussão, como ferramentas.

O projeto atua em três territórios da periferia de Fortaleza e atende cerca de cem jovens por semana. "Percebemos que eles se reconhecem como sujeitos de direito, têm aumento da autoestima e percebem a possibilidade de uma mudança de trajetória", diz a coordenadora Luciana Costa Brilhante.

Em Belém (PA), o "Irupé - Espaços de Cidadania", tocado pelo Lar Fabiano de Cristo - Casa de José, coloca na mão de crianças e adolescentes o poder de gerenciar o espaço que ocupam e as atividades que desenvolvem. Como em uma cidade, eles elegem representantes para participar de assembleias com os gestores da instituição. O projeto atende crianças de quatro a 17 anos e hoje possui 187 inscritos.

"Aqui eles têm voz, podem se expressar. E isso reverbera na atuação deles em outros espaços", diz a coordenadora Débora Marlene de Souza Pedroso.

Na comunidade afro-indígena Cabelo Seco, em Marabá (PA), o projeto "Gira Sol" atua na formação artística, cultural e ecológica de crianças e adolescentes. A iniciativa pretende que os jovens atuem em rede, influenciando a comunidade, as escolas e as instituições públicas.

A metodologia já foi aplicada pelo Instituto Transformance, mantenedor do projeto, em Eldorado dos Carajás e formou lideranças rurais e educadores.

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