Minha relação com a música começou muito cedo. Quando eu tinha nove anos, minha famÃlia me inscreveu em um curso de música de um dos projetos sociais mantidos pela ArcelorMittal em João Monlevade, onde eu morava. Minha famÃlia brincava que eu não gostava de cantar, mas sim de assoviar as músicas.
No curso, comecei aprendendo a tocar trompete. Depois, passei para a flauta transversal – o maestro percebeu meu dom e me incentivou muito. Fui aprovado em um concurso público para a banda da PolÃcia Militar e segui estudando: me formei bacharel em flauta transversal.
Quando eu entrei na universidade, percebi que 90% dos meus amigos eram pessoas que vinham de famÃlias economicamente favoráveis – não havia ninguém de origem mais humilde e isso me incomodava porque eu queria quebrar esse paradigma de que música clássica é apenas para a elite.
Com a minha mulher, começamos a pensar em uma maneira de formar jovens carentes em música clássica. Foi aà que começamos o projeto Orquestra Jovem das Gerais, em 1997. Saiba mais: https://orquestrajovemdasgerais.org/
Em 2000, a Fundação ArcelorMittal passou a investir na nossa orquestra – a companhia siderúrgica é uma das nossas empresas parceiras mais antigas. Já fizemos 17 viagens internacionais, ganhamos prêmios na Itália, em Viena…
Atendemos crianças e adolescentes de 8 a 17 anos. Mais de 60 ex-alunos nossos se formaram na universidade e outros 40 hoje atuam no mercado da música.
Nós sempre tocamos nas escolas de periferia, nos lugares mais carentes. Nas apresentações, mesclamos músicas populares e eruditas – tocamos músicas que as crianças conhecem para despertar o interesse delas, depois apresentamos as clássicas e vamos explicando cada um dos instrumentos, como funciona uma orquestra.
A ArcelorMittal sempre fez parte da minha vida. Me ajudou a descobrir a música, a ser quem eu sou hoje e quero ser um multiplicador dessa ação.
Renato de Almeida, fundador da Orquestra Jovens das Gerais