ArcelorMittal inova na construção civil e prioriza a sustentabilidade

Convênio com a Universidade de São Paulo e adoção da metodologia Steligence® estão entre as iniciativas voltadas para o desenvolvimento de novos produtos, serviços e soluções competitivos, de menor pegada de CO2 e alinhados com a economia circular

Empresa líder no mercado global de aço, a ArcelorMittal vem acompanhando de perto os desafios do desenvolvimento sustentável, investindo em soluções inovadoras e ecoeficientes visando à aplicação direta na construção civil.

Um dos principais conceitos que guia essa busca por inovação é o da "desmaterialização". Na prática, desmaterializar significa buscar alternativas de projeto e engenharia de aplicação que exijam menor utilização de material e, consequentemente, gerem menos custos e menor impacto ambiental. "Nossa diretriz é investir continuamente em Pesquisa e Desenvolvimento para oferecer à sociedade produtos que incentivem estilos de vida mais sustentáveis em todas as dimensões", afirma Joaquim Ayres Burrel, Gerente Geral de Desenvolvimento de Produtos e Serviços da ArcelorMittal Aços Longos.

Entre os principais pilares da desmaterialização promovida pela ArcelorMittal está o convênio com a Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP), que deu origem à cátedra "ArcelorMittal Construindo o Amanhã", voltada para a construção civil.

Estudantes na cátedra “ArcelorMittal Construindo o Amanhã”
Equipe ArcelorMittal no Inova USP da Cátedra Construindo o Amanhã - Divulgação

Um dos primeiros resultados desse trabalho foi a criação do vergalhão CA50/S-AR, desenvolvido pelo convênio em parceria com o Centro de Inovação em Construção Sustentável da USP (CICS/USP).

O produto de alta resistência está em fase experimental e testes de mercado e pode gerar redução de cerca de 20% no volume de aço utilizado em fundações e pilares, o que em algumas aplicações pode representar algo em torno de 7% do custo total da obra. "Desmaterializar, criando um produto de alta resistência, significa construir com a mesma eficiência, mas utilizando menos aço, menos concreto e, consequentemente, tendo menor custo por unidade funcional aliada a uma redução da pegada de CO2", explica Vanderley John, professor da Poli-USP e membro coordenador do CICS.

Internamente, a ArcelorMittal também coloca em prática o conceito de Economia Circular - que reduz o uso de minério e os seus resíduos e a pegada de CO2 e energia -, já que as usinas siderúrgicas também são plantas de reciclagem. Neste sentido, a sucata é um insumo importante utilizado no processo de fabricação de aço. "A preocupação com sustentabilidade também está no ambiente interno", ressalta Antonio Paulo Pereira Filho, Gerente de Inovação e Desenvolvimento de Produtos e Construção Civil da ArcelorMittal Aços Longos. "Hoje, a emissão de CO2 que temos em algumas plantas já é benchmark do mercado. Isso nos torna um dos maiores recicladores do mundo", diz.

Sucata usada no processo de fabricação de aço
Sucata usada no processo de fabricação de aço - NITRO

Outra frente que atua diretamente na busca por soluções construtivas mais eficientes é o emprego da metodologia Steligence®, que analisa projetos básicos, compara possibilidades construtivas e propõe soluções mais competentes, indicando oportunidades de ganhos financeiros, ambientais e sociais. "Com um portfólio amplo como o da ArcelorMittal, o Steligence® consegue fazer inúmeras simulações para gerar dados capazes de indicar, por exemplo, quanto um sistema de construção pode ser mais produtivo que outro, reduzindo assim o custo global, a emissão de CO2 e o consumo de água atual e futuro", explica Pereira Filho.

Esse tipo de simulação já encontrou alternativas para construir galpões industriais, por exemplo, com ganhos da ordem de 10 a 20% no custo total da obra e redução de até 10% de emissão de CO2 e de até 15% dos impactos ambientais. "No momento, a metodologia está sendo utilizada em projetos especiais e no projeto para a construção do novo prédio do CICS/USP, que validará a performance de dez novas soluções, produtos e serviços voltados para sustentabilidade e alto desempenho", conta o gerente de inovação.

"O Steligence® é uma solução radical que aponta para o futuro da prática de projeto", atesta o professor Vanderley John. "Se queremos diminuir o impacto ambiental, precisamos de informação sobre os impactos de cada decisão de projeto, e até refazer o projeto com outras soluções, buscando encontrar a melhor solução dentro do orçamento", diz ele. "O Steligence® faz isso e vai mudar a engenharia: o projeto é substituído pelo processo interativo de projeto. Não há outro caminho", afirma.

ENGENHARIA INOVAÇÃO


Outro alicerce da busca por sustentabilidade na construção civil é a Engenharia Inovação, startup criada pela ArcelorMittal em parceria com a Impacto Protensão para desenvolver soluções construtivas inovadoras, garantindo maior produtividade e eficiência no canteiro de obras. O Sistema Pavplus, voltado para construção de lajes, é um exemplo desse desenvolvimento conjunto utilizado pela Tegra Incorporadora. "A solução de laje plana protendida, com a utilização de formas plásticas, diminui o uso de mão de obra para a execução de estruturas, reduz a utilização de madeira e aço, contribuindo diretamente para redução de resíduos e de emissão de gases efeito estufa (GEE)", explica Angel Ibañez, diretor de Suprimentos e ESG da Tegra.

Mais um exemplo da parceria entre Tegra e ArcelorMittal é o projeto de utilização de armação pré-montada, também conhecida como armadura pronta soldada, para execução de estacas e blocos e formas de aço incorporadas. "As soluções também permitem o emprego mais eficiente da mão de obra nos canteiros e, no caso das formas metálicas, a redução da utilização de madeira", detalha Angel Ibañez.

Joaquim Ayres Burrel afirma que a ArcelorMittal vem trabalhando para unir Steligence®, academia, startups e inovação aberta para desenvolver produtos premium e soluções construtivas que tragam ganhos ambientais e financeiros para seus clientes. Essas ações, diz, revelam uma maneira diferente de encarar o negócio. "A nossa lógica é racionalizar, ou seja, vender melhor, pensando na aplicação dos produtos e fazendo uma análise da obra com foco do cliente", afirma.

Segundo ele, as mudanças já estão aí e não há como recuar. "O Brasil ainda está atrás de países que têm uma consciência ambiental mais forte, mas a busca por soluções sustentáveis na construção já começou e tende a crescer", finaliza.