PROTAGONISMO DO ALUNO

Processo de aprendizado privilegia competências e resgata o estudante do papel de observador

A imagem de alunos sentados nas carteiras, anotando longos textos escritos na lousa e decorando conteúdos não cabe mais na nova perspectiva de escola proposta pela BNCC. O texto convida os estudantes a deixarem o papel de espectadores e se tornarem protagonistas de seus próprios processos de aprendizagem.

Um dos pontos tratados pela base curricular é a formação integral do aluno, conceito que está ligado ao desenvolvimento de habilidades essenciais para o enfrentamento dos desafios do século 21.
Inspirado em parâmetros da Organização das Nações Unidas (ONU), o documento estabelece dez competências a serem desenvolvidas nos estudantes durante a educação básica (veja quadro nesta página).

"Quatro delas tratam de habilidades socioemocionais. É o que o mundo exige hoje", ressalta o diretor pedagógico do SAS Artur Costa Filho.

Entre as competências listadas na base estão trabalhar em grupo, aceitar as diferenças, lidar com conflitos e argumentar, entre outras.

"Formar o aluno para ser aprovado no vestibular não é o único objetivo. Temos que pensar no que esses meninos e meninas farão depois. Existem desafios na faculdade,no mercado de trabalho e na vida para os quais eles têm que estar preparados. E as habilidades para isso são desenvolvidas na escola", afirma Eduardo de Oliveira, coordenador de ensino médio do Colégio Parthenon, em Guarulhos, instituição paulista parceira da plataforma de educação SAS.

A proposta da base, no entanto, não é ensinar essas competências de forma isolada. Por isso, o professor terá papel fundamental no processo. Caberá a ele encontrar formas para, de maneira intencional e planejada, aliar o aprendizado dos conceitos ao desenvolvimento das competências.

"Vários países já avançaram nessa área. O Brasil faz isso em algumas experiências pontuais. Agora temos a grande oportunidade de levar para as escolas de todo o país", afirma Alberto Serra, diretor de Consultoria Pedagógica do SAS.

"O desafio da implementação da base nas escolas é como fazer a intersecção dessas duas coisas [ensino do conteúdo e habilidades]", completa.

Além da transformação na dinâmica do dia a dia em sala de aula, os estudantes terão de se adaptar às avaliações, que também devem mudar.

"Será pedido que os alunos se expressem, que escrevam e que exponham suas linhas de raciocínio. Eles deverão sentir bastante a mudança", afirma Ademar Celedônio, diretor de Ensino e Inovações Educacionais do SAS. "Este será um desafio para todos os envolvidos na educação."

Estúdio Folha