Uma linha de cuidado de prevenção, que envolva pessoas de todas as idades, é a saÃda para "remediar menos" e evitar que os mais velhos continuem sendo os mais vulneráveis a várias doenças.
A análise é de Margareth Dalcolmo, pesquisadora sênior da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) e presidente da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Fisiologia, que falou sobre "Cuidados com o Corpo e o legado da pandemia", durante o XVI Fórum da Longevidade Bradesco Seguros.
Dalcolmo foi homenageada por sua atuação durante a pandemia de Covid-19, ao conscientizar a sociedade sobre a importância das medidas preventivas.
Segundo ela, é fundamental garantirmos os cuidados em saúde de toda a população brasileira, especialmente a mais velha. "Precisamos prevenir, remediar menos e diminuir essa distância existente entre idosos de diferentes faixas de renda". A especialista também destaca que condições de vida distintas são fatores de risco a doenças.
"Devemos ter claro que precisamos de uma linha de cuidado desde a prevenção nos grupos mais jovens, no sentido de olhar o outro não como objeto de cuidado apenas, mas como objeto de uma interação objetiva, subjetiva, afetiva", avalia a médica. Kiran Rabheru, médico psiquiatra geriátrico no Hospital de Ottawa (Canadá), afirma que essa prevenção só irá se viabilizar quando as pessoas mais velhas tiverem seus direitos plenamente respeitados.
Para o especialista, que falou no fórum sobre "Saúde e Bem-Estar de Pessoas mais Velhas", esse é um tema ainda pouco discutido: "Estamos envelhecendo rapidamente e ainda não tivemos tempo de entender o que isso significa".
Com uma sociedade em constante envelhecimento, diz ele, é preciso construir uma rotina de cuidados em saúde que vai além do que já é realizado. Ela deve incluir compaixão, gentileza e atenção em relação a outros seres humanos.
Em nÃvel individual, significa preparar-se para envelhecer com autonomia. Caminhadas diárias de 20 minutos e aumentar ou fortalecer as conexões sociais. O médico acrescenta ainda "dar, ao menos, 20 sorrisos por dia", que ativam áreas neurotransmissoras do organismo e colaboram para promover sensação de bem-estar, leveza e felicidade.
Já na esfera coletiva, trata-se de formar uma coalizão, ter uma agenda comum, ao dar voz a pessoas mais velhas, fazendo uma ponte para preencher a lacuna de diálogo entre jovens e idosos. Educação em casa, nas famÃlias e nas escolas é outro componente importante.
*Conteúdo patrocinado produzido pelo Estúdio Folha