Como ficam as carreiras na era da Inteligência Artificial?

Nova realidade requer olhar atento para caminhos que se abrem e para formações que serão necessárias para trilhá-los

Ilustração para o caderno carreiras

Ilustração para o caderno carreiras Henrique Assale/Estúdio Folha

As mudanças na sociedade e os avanços da tecnologia têm um efeito grande na definição dos novos profissionais. Além de criar novas áreas do conhecimento (e de atuação profissional), a IA está também moldando áreas clássicas como direito, saúde ou engenharia. Uma coisa todos concordam: quem quiser avançar na carreira terá de aprender e se reciclar continuamente.

IA exige competências técnicas e comportamentais de profissionais do futuro

Já parou para pensar como serão os próximos dez anos no mundo? Maior automatização e otimização de tarefas, sistemas cada vez mais precisos de detecção de fraudes e análise de riscos, tratamentos médicos personalizados, atendimento a demandas individuais no aprendizado de crianças, veículos autônomos.

Atravessando todas essas áreas, não importa se em exatas, humanas ou biológicas, está a tecnologia. Mais precisamente a Inteligência Artificial, capaz de realizar ações que, normalmente, eram executadas por humanos.

Centrada no desenvolvimento de sistemas e algoritmos projetados para aprender, raciocinar, tomar decisões e resolver problemas de maneira autônoma, ela utiliza técnicas como machine learning (aprendizado de máquina), redes neurais e processamento de linguagem natural.

Ilustração para o caderno carreiras
Henrique Assale/Estúdio Folha

Com essa revolução em curso, não é de se espantar que as carreiras passem por grandes mudanças, a começar pelas áreas de atuação e pela reorientação de escopo de trabalho.

Algumas delas, por sinal, já estão em rota de transformação – basta pensar nas ferramentas de IA generativa, que criam soluções a partir de dados preexistentes, como chatbots online que oferecem recursos de texto de maneira cada vez mais humanizada.

Exemplos também são as engenharias, que ganharam novas áreas, como a de software, a de tecnologia e a de controle e automação. Sem falar em campos que ainda estão em fase embrionária, como os de atuação de especialistas em ética de IA, cientistas de dados, engenheiros de machine learning e desenvolvedores de algoritmos.

Isso significa que, mesmo que a Inteligência Artificial ainda não tenha causado um impacto significativo em uma área específica, é indispensável ter atenção a ela e às transformações que ela exigirá para aqueles que estão ingressando no mercado de trabalho.

Na esteira dessas mudanças, a aquisição de competências técnicas – por meio de nova graduação ou pós-graduação – certamente estará pelo caminho.

Desde já, esse novo mundo vai requerer o que especialistas chamam de lifelong learning, ou a mentalidade de aprendizado contínuo, em que parar de estudar não é uma opção. Com a velocidade na criação e no desenvolvimento da tecnologia, o profissional deverá estar atento para os caminhos que se abrem e para as formações que serão necessárias para trilhá-los.

Também são imprescindíveis as habilidades comportamentais, as chamadas soft skills, que serão necessárias: grande potencial de adaptação e resiliência. Pensamento crítico, resolução de problemas complexos, criatividade, assertividade na comunicação e inteligência emocional serão necessárias. Cada vez mais a capacidade de entender e trabalhar com Inteligência Artificial, assim como a de interpretar e utilizar dados, tomará espaço no desenvolvimento de carreiras.