Envelhecimento e bem-estar emocional mudam a área da saúde

Além de medicina, carreiras como enfermagem e fisioterapia são impactadas diretamente

Dois fatores têm impactado diretamente a área de saúde. Um deles é o envelhecimento da população – o percentual de pessoas com mais de 60 anos de idade passou de 11,3% em 2012 para 14,7% em 2021, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A estimativa é que, até 2050, os idosos correspondam a 30% da população no país.

Na prática, a maior longevidade abre espaço para profissionais de saúde, especialmente em medicina. "Na área médica, especialidades impactadas são principalmente cardiologia, pneumologia, oncologia, geriatria e nefrologia. São áreas associadas a doenças crônicas e aumento no diagnóstico de cânceres", explica o diretor acadêmico do Ensino Einstein, Julio Cesar Monte.

No Ensino Einstein, assim como no Sisu (Sistema de Seleção Unificada, que gere as vagas ofertadas por instituições públicas de ensino superior de todo o Brasil), o curso é o mais concorrido.

Ilustração para o caderno carreiras
Henrique Assale/Estúdio Folha

Mas a recompensa vem de algumas formas, como no auxílio ao próximo e no salário – de, em média, R$ 30 mil, segundo a pesquisa Demografia Médica no Brasil 2023.

O envelhecimento da população também movimenta outras carreiras, segundo Monte, como enfermagem e fisioterapia. Em comum, além de serem carreiras de saúde, elas exigem "trabalho em equipe, altruísmo e empatia no cuidado com o próximo", diz o diretor acadêmico.

As habilidades comportamentais, por sinal, têm feito parte da grade das instituições de ensino da área. Na Faculdade de Ciências da Saúde Sírio-Libanês, que passa a oferecer os cursos de enfermagem, fisioterapia e psicologia, o tripé ensino, pesquisa e extensão viabiliza a prototipação de ideias e projetos.

Para além disso, também propicia o desenvolvimento de competências pessoais e profissionais, como generosidade, inteligência socioemocional, pensamento crítico, liderança e colaboração.

SAÚDE INTEGRAL

Se o envelhecimento é um dos pontos que têm mudado as demandas e as oportunidades na área, ele não está só. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), não se trata apenas de tratar doenças mas de promover um estado completo de bem-estar físico, mental e emocional de uma pessoa.

Logo, é preciso ampliar o olhar: "A busca por autoconhecimento e equilíbrio emocional, que já vinha ocorrendo anteriormente, foi potencializada pelo período de pandemia", segundo Monte.

Mortes, perdas e sofrimento aumentaram de 2020 a 2023 – período de circulação da Covid-19 – a demanda por atendimentos psicológicos – "e consequentemente, pelo curso de psicologia", diz o diretor acadêmico.

A aprovação nesse curso superior tem ficado mais difícil, já que é um dos "mais procurados em termos de candidato/vaga em diversas instituições". Quem se forma pode atuar em empresas, escolas, hospitais, clínicas e consultórios autônomos.