Cidades inteligentes colocam tecnologia na porta de casa

Edifícios autossuficientes, transporte integrado, controle da poluição, trânsito monitorado, sensores interconectados e uma eficiente rede 5G são algumas das características das "smart cities", municípios nos quais os setores público e privado investem em soluções inovadoras que melhoram a infraestrutura urbana, o meio ambiente e a qualidade de vida de seus habitantes.

Ações inovadoras ajudam a vencer desafios urbanos

Uso conjunto da tecnologia nos mais diversos setores possibilita uma gestão de recursos mais eficiente e melhora o dia a dia dos moradores

Tradução de "smart cities" em inglês, cidades inteligentes são aquelas nas quais as áreas pública e privada utilizam conjuntamente tecnologias inovadoras para melhorar a infraestrutura urbana e oferecer mais sustentabilidade, segurança e qualidade de vida para seus habitantes. A inteligência é o que diferencia os dois tipos de cidade. Ela é obtida por meio de estruturas que conectam várias redes alimentadas por milhões de dispositivos móveis, sensores, veículos e centros de dados.

Essas estruturas são responsáveis pela coleta massiva e análise de dados em tempo real que podem gerar "insights" e respostas rápidas para melhorar diversas situações do dia a dia, como os tempos de deslocamento no trânsito, a segurança nas ruas, a resposta a emergências, o consumo de água e de energia, as emissões de CO2, o tratamento de resíduos, entre outros

Também existem indicações técnicas específicas que orientam e calculam o progresso das cidades para se tornarem efetivamente "smart".

Esses indicadores estão reunidos na norma técnica ABNT NBR ISO 37122, que tem como título "Cidades e Comunidades Sustentáveis – Indicadores para Cidades Inteligentes" e foi publicada em 2020 pela Comissão de Estudo Especial de Cidades e Comunidades Sustentáveis, da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). Essa norma traduz e adapta a ISO 37122 para a realidade brasileira.

A NBR ISO 37122 estabelece os indicadores que devem ser usados pelas cidades para avaliar iniciativas que são efetivamente capazes de melhorar os resultados de sustentabilidade social, econômica e ambiental.

Esses indicadores estão divididos em 19 temas: economia, educação, energia, meio ambiente e mudanças climáticas, finanças, governança, saúde, habitação, população e condições sociais, recreação, segurança, resíduos sólidos, esporte e cultura, telecomunicação, transporte, agricultura local/urbana e segurança alimentar, planejamento urbano, esgotos e água.

Para mensurar a evolução e o desempenho das políticas e iniciativas implementadas pelas cidades de forma padronizada, a ABNT desenvolveu uma metodologia de certificação que tem como meta ajudar os municípios a atrair investimentos e impulsionar o desenvolvimento econômico com a utilização de dados comparativos globais.

O processo é capaz de medir o desenvolvimento urbano sustentável e informar os investimentos em infraestrutura ao mesmo tempo que avalia a gestão dos serviços urbanos e a qualidade de vida ao longo do tempo.

Outro objetivo é facilitar o compartilhamento de informações e de resultados de iniciativas desenvolvidas entre as cidades. Isso acaba por potencializar o aprendizado e facilitar a implementação de novos projetos, já que são utilizadas medidas tecnicamente mensuráveis de desempenho.