O popular e o coletivo

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Oficina de grafite do 'Matéria Rima
Oficina de grafite do 'Matéria Rima'

Ubuntu é um termo africano que pode ser traduzido como "humanidade para com os outros". Inspirada pela noção de que "quando tu estás bem, eu estou bem", a arte - educadora Juliana Clabunde, 40, criou o projeto "Maraca Tu Maraca Eu", que utiliza o maracatu e outras expressões culturais populares para promover a coletividade e complementar o ensino da U.M.E. Padre Manoel da Nóbrega, em Cubatão (SP).

Juliana fazia parte de um grupo de maracatu que ensaiava no bairro do Casqueiro, onde fica o Nóbrega. A convite da diretora da escola, começou a se apresentar em festas. A parceria foi se ampliando até a formalização do projeto, com oito horas de atividades distribuídas pela semana para duas turmas de 30 crianças e adolescentes.

No "Maraca Tu Maraca Eu", o aprendizado ocorre de maneira "disfarçada", para que as crianças não tenham a sensação de que passaram o dia fazendo lição. Nos roteiros dos programas de rádio, elas treinam a escrita; todas as expressões culturais estudadas são inseridas geográfica e historicamente; a matemática aparece nos ritmos.

Outra tradição cultural pernambucana usada em favor do aprendizado é o cordel. A literatura popular em verso é protagonista do projeto "Parceria em Ação - Cidadania Rimada no Cordel da Educação", união do Conselho de Pais de Campos Sales com a Escola de Ensino Infantil e Fundamental José Augusto Sobrinho, ambos localizados em Campos Sales (CE).

Rafael Roncato/Estúdio Folha
Projeto 'Maraca Tu Maraca Eu', em Cubatão
Projeto 'Maraca Tu Maraca Eu', em Cubatão

Duas vezes por semana, em vez da aula regular de português, 150 alunos do 5º ao 9º anos recebem um educador de cordel. "Vimos adolescentes com grande dificuldade em redação escrevendo cordel com facilidade, de forma espontânea. Hoje, temos 25 excelentes escritores de cordel na escola", conta Maria Lucia Saraiva, 56, coordenadora do projeto.

Já o "Matéria Rima" leva o hip hop à E.M. Deputado Freitas Nobre, em Diadema (SP). Uma vez por semana, oficinas de rima, discotecagem, danças urbanas e grafite são oferecidas a 64 alunos, como parte do programa Cidade na Escola, que incentiva a educação integral.

As crianças selecionadas estão em situação de vulnerabilidade social ou têm dificuldades de aprendizagem. O projeto, desenvolvido pelo Instituto Cultural e Educacional Matéria Rima, transforma a escola em um ambiente mais alegre e lúdico.

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