Em uma era ultraconectada, em que telas dos mais diversos modelos e tamanhos disputam segundo a segundo a atenção do consumidor, a televisão aberta ainda mantém sua força. Presente em 96,4% dos lares brasileiros, o meio faturou, somente em 2020, R$ 7,3 bilhões, o equivalente a 51,9% de todos os investimentos em publicidade do país. No primeiro trimestre deste ano, essa participação aumentou ainda mais, atingindo 56,9% do bolo, segundo dados do CENP-Meios (Conselho Executivo das Normas-Padrão).
Muito dos resultados dessa performance deve-se à abrangência e à qualidade do sinal retransmitido por satélites que não param de evoluir, tornando-se maiores, mais potentes e com maior vida útil do que seus antecessores.
Para o segmento de mídia, os satélites que mais entregam vantagens atuam nas bandas C e Ku, que viabilizam a transmissão de sinal de melhor qualidade para qualquer tipo de parabólica.
Mais utilizada, a banda C é a mais indicada para transmissões de vídeo em razão da sua alta disponibilidade. Nessa banda específica, um satélite com maior potência –duas ou até quatro vezes maior que a dos satélites mais antigos– pode ser capaz de enviar sinais com novas codificações que utilizam menor capacidade de megahertz. Na prática, isso significa que, se uma emissora precisava de nove megahertz para emitir um sinal HD, com um satélite mais moderno ela poderá fazer a mesma transmissão utilizando apenas um terço da capacidade.
Dessa maneira, as empresas de mídia podem reduzir seus gastos, uma vez que, ao consumir menos capacidade de megahertz, o custo de transmissão em HD cai, proporcionando que novos canais passem a ter oportunidade de atuar na TV aberta.
Outro benefício é a possibilidade de emissoras nacionais ampliarem o tempo dedicado à transmissão de conteúdos produzidos pelas suas afiliadas. Uma emissora que veiculava quatro horas diárias de programação regional, por exemplo, pode passar a veicular até oito horas ao se beneficiar da redução de custo na transmissão por meio de um satélite mais potente.
Essa nova realidade trazida por satélites mais avançados permite às emissoras segmentar ainda mais seu público e atrair novos anunciantes, tanto para as inserções comerciais como para ações de merchandising dentro da programação local. Do seu lado, os anunciantes passam a ter mais opções em canais e programas regionais, alcançando o público-alvo com custos mais baixos do que os praticados nas transmissões nacionais.
Lançado em julho e com início de operações previsto para outubro, o Star One D2, da Embratel, integra essa nova geração de satélites. Sua capacidade na banda Ku terá papel relevante na digitalização das parabólicas, pois permitirá acelerar o processo de conversão dos sinais analógicos, aumentar a oferta de canais de alta definição (HD) e viabilizar antenas de recepção menores. “O Star One D2 é o satélite da era digital e da TV do futuro”, afirma Guilherme Saraiva, diretor de vendas da Embratel. “Em dois ou três anos, queremos estar junto com os radiodifusores na terceira geração da TV digital, em 4k e interativa.”