Considerada a quarta revolução industrial, a indústria 4.0 está transformando as linhas de produção. Conjunto de tecnologias que muda a forma de operar das fábricas, a indústria 4.0 permite a conectividade entre as máquinas e a geração de dados em tempo real. Isso torna a produção mais inteligente, rápida e autônoma.
Assim como o vapor, a eletricidade e os chips de silício impulsionaram as revoluções passadas, a automação e a transformação digital baseada em dados são os motores da indústria 4.0. A capacidade de coletar, armazenar e tratar as informações permite aprimorar as operações e tomar melhores decisões de negócios.
A transformação gerada pela indústria 4.0 foi tema do quarto episódio da série A Tecnologia no Próximo Nível, uma iniciativa da Embratel em parceria com o Estúdio Folha que discute a inovação em diversas áreas.
Participaram da discussão Regiane Relva Romano, diretora de inovação da empresa VIP-Systems, professora de universidades como Fundação Dom Cabral, FIA e FGV e head de Smart City do Centro Universitário Facens, de Sorocaba (SP); Luiz Felipe Kazan Ferreira, Business Developer Manager de Indústria 4.0 da Embratel; e Paulo Omarini, Chief Information Officer da Transpetro, empresa de transporte e logística da Petrobras.
As tecnologias por trás da indústria 4.0 permitem que as fábricas se tornem inteligentes. Com automação e conectividade, dispositivos e sensores processam informações em tempo real e, assim, máquinas podem agendar suas próprias manutenções, prever falhas e se adaptar a mudanças não planejadas, de forma autônoma.
"Nesta quarta revolução industrial, estamos vendo a integração dos sistemas físicos com os digitais, o chamado figital. Isso é suportado por tecnologia, especialmente pela Internet das Coisas, que permite a comunicação entre os objetos", afirma Regiane Relva.
"Nesta quarta revolução industrial, estamos vendo a integração dos sistemas físicos com os digitais, o chamado figital. Isso é suportado por tecnologia, especialmente pela Internet das Coisas, que permite a comunicação entre os objetos"
REGIANE RELVA ROMANO, DIRETORA DE INOVAÇÃO DA EMPRESA VIP-SYSTEMS
Empresas que querem inovar e aderir ao conceito de indústria 4.0 precisam voltar sua atenção para a infraestrutura de automação e para tecnologias como cloud computing, conectividade, Inteligência Artificial e Internet das Coisas.
"É difícil para as empresas construir uma infraestrutura própria, porque será preciso atualizar sempre, e isso não é o business delas. A Embratel começou, em 2011, um movimento para se tornar um digital service provider e hoje, como habilitador de soluções digitais, ajuda as empresas nessa jornada", afirma Luiz Felipe Kazan.
Para Paulo Omarini, o sucesso de projetos como os de indústria 4.0 depende de três fatores: pessoas, que devem ser preparadas e treinadas para essas evoluções, mudança de processos internos e tecnologia. "As tecnologias precisam ser olhadas como habilitadoras de novas possibilidades, para trazer mais resultados e eficiência para as empresas", diz Omarini.
Entre as tecnologias-chave para a indústria 4.0 está a Internet das Coisas. Ela possibilita que diferentes dispositivos se conectem à internet, para interagir e executar ações de forma coordenada. "A Internet das Coisas está chegando ao dia a dia das pessoas. Nosso celular já conversa com o carro, mas daqui a pouco nosso carro vai conversar com o poste, com o semáforo e com toda a infraestrutura das cidades", afirma Regiane.
Revolução 5G
Na indústria, aplicações de Internet das Coisas permitem a integração das plantas de produção, a manutenção preditiva de equipamentos e a adequação dos estoques à demanda, por exemplo. "Tudo isso é baseado em sensores conectados, que podem fazer com que as indústrias sejam muito mais produtivas, principalmente com a chegada da tecnologia 5G, que eliminará a latência", diz Regiane, referindo-se ao tempo que um dado leva para ir de um dispositivo a outro.
As redes 5G vão abrir uma série de novas possibilidades em diversas áreas. "Na indústria, robôs trabalhando online e em tempo real poderão estar integrados com plantas em diversos locais do mundo", diz Regiane.
"Mais do que uma frequência, o 5G é um habilitador digital que vai transformar as redes", afirma Kazan. Para Omarini, todas as soluções usadas na indústria 4.0 serão potencializadas com a alta velocidade e a baixa latência do 5G. "Cairão todas as barreiras e limitações de conectividade que ainda existem para o uso de tecnologias como Inteligência Artificial e Internet das Coisas", afirma Omarini.
"[Com o 5G] cairão todas as barreiras e limitações de conectividade que ainda existem para o uso de tecnologias como Inteligência Artificial e Internet das Coisas"
PAULO OMARINI, CHIEF INFORMATION OFFICER DA TRANSPETRO
Mais segurança
Aprimorar a segurança é outro ponto importante em projetos de indústria 4.0. "Estamos falando de cada vez mais dispositivos conectados, e a segurança deve caminhar junto com esse movimento", afirma Omarini.
Segundo Kazan, o desafio é não perder o controle e a visibilidade de todos esses dispositivos conectados. "Os líderes de segurança das empresas vão precisar entender as tecnologias de automação, em conjunto com Internet das Coisas, para eliminar pontos cegos em todo o ambiente, sem comprometer os processos industriais", afirma Kazan.
"Os líderes de segurança das empresas vão precisar entender as tecnologias de automação, em conjunto com Internet das Coisas, para eliminar pontos cegos em todo o ambiente, sem comprometer os processos industriais"
LUIZ FELIPE KAZAN FERREIRA, BUSINESS DEVELOPER MANAGER DE INDÚSTRIA 4.0 DA EMBRATEL