A chegada do 5G deve tornar o varejo muito mais inteligente e capaz de oferecer as melhores experiências aos seus consumidores. Quem afirma, com entusiasmo, é Cristiano Moreira, gerente de produtos da Embratel. Engenheiro de Eletrônica e de Telecomunicações, com mestrado em Inteligência Artificial Aplicada à Automação e Robótica, o executivo que tem mais de 20 anos de experiência em telecomunicações mal pode esperar para ver o próximo nível do varejo se realizar. Confira suas expectativas na entrevista a seguir.
Quais são as principais contribuições das redes 5G especificamente para o varejo?
Para os varejistas, as principais contribuições começam com a logística autônoma e "warehouses" inteligentes, com controle de estoque autônomo. Ou seja, o 5G deve habilitar centros logísticos que utilizam robôs e softwares para aumentar a eficiência dos seus processos, desde o recebimento das mercadorias até o armazenamento de produtos e processamento de pedidos. Esse ecossistema de logística autônoma já confirma ganhos em torno de 20% na produtividade e na redução de custos com os armazéns no varejo.
A experiência do consumidor deve ser transformada pela nova rede móvel?
Com certeza. Hoje, quando falamos em varejo, é quase mandatório falar de uma experiência que traz a união dos mundos físico e digital, que deve oferecer alternativas de consumo cada vez mais fluidas e personalizadas. O varejo poderá oferecer uma experiência "figital" tanto no atendimento, com o uso de inteligência artificial para detecção de emoções e intenções em tempo real, quanto na interação nas lojas, onde será possível identificar nichos de consumidores para oferecer interações que sobreponham físico e digital. Estamos falando de advanced analytics e vídeo analytics, por exemplo, que podem ser peças-chave para a tomada de decisão de compra do consumidor.
O varejo poderá oferecer uma experiência “figital” tanto no atendimento, com o uso de inteligência artificial para detecção de emoções e intenções em tempo real, quanto na interação nas lojas
Quando o impacto da utilização do 5G poderá ser percebido nesse segmento no Brasil?
No Brasil, já podemos ver alguns casos de logística autônoma, "warehouses" inteligentes com controle de estoque e da cadeia produtiva totalmente digital. Já estão sendo implementados sistemas de manutenção preditiva das máquinas que informam o melhor momento para realizar a manutenção observando os pedidos e necessidades de entregas da produção. Os robôs colaborativos e a internet das coisas da indústria já são uma realidade em algumas das grandes empresas. Com o 5G, essas iniciativas de digitalização devem ser impulsionadas para todo o varejo, incluindo as médias e pequenas empresas. A transformação já começou e será intensa nos próximos anos.
Como o varejo pode se preparar para uma mudança tão profunda?
Essa revolução é uma jornada que o varejista não deve percorrer sozinho. Empresas de varejo precisam receber a orientação de um advisor que tenha empatia para compreender as suas dores e conhecimento para guiá-las de forma consultiva, apresentando soluções voltadas ao negócio e buscando uma infraestrutura e uma plataforma evolutiva que atendam às suas necessidades. Nós, da Embratel, temos esse papel habilitador e facilitador, tanto na parte de infraestrutura quanto de aconselhamento do nosso cliente para conduzi-lo ao próximo nível.
Quais são as principais soluções da Embratel voltadas para o varejo?
Para atender as demandas do varejo, oferecemos uma fatia privativa de nossa infraestrutura digital, com cloud, multi-cloud, edges datacenters, uma infraestrutura computacional que trabalha próxima e em conjunto com a rede 5G. Além da camada de infraestrutura, apoiamos o varejo com nossos times de plataformas e soluções digitais e temos soluções de omnicanalidade, analytcs e sistemas de gestão de warehouses. A Embratel orquestra todo esse ecossistema e trabalha em conjunto com parceiros, nossos ou de nossos clientes, para coordenar e integrar todas as soluções nesta grande infraestrutura habilitadora.